“O que rolou ali foi literalmente um estupro. Me deixou muito assustada. Não mereço isso.” Essa foi uma das mensagens enviadas por uma jovem a um homem, de 45 anos, investigado por cometer uma série de abusos sexuais contra mulheres com idades a partir de 21 anos. Se passando por “sugar daddy” — homem mais velho que se dispõe a patrocinar mulheres jovens —, o rapaz seduzia as vítimas, mantinha relação sexual e, depois, as chantageava, ameaçando divulgar nas redes sociais vídeos e imagens íntimas das mulheres.
Na segunda-feira, investigadores da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher I (Deam I), da Asa Sul, estiveram em Goiânia e prenderam o suspeito na casa onde residia com a mãe. A polícia apreendeu notebook, tablet, celulares e dinheiro. Todo o material será analisado pela perícia. Contra ele, há sete ocorrências do mesmo tipo registradas entre julho de 2020 e março deste ano, de vítimas moradoras do Gama, da Candangolândia, de Planaltina, de São Sebastião, de Taguatinga e do Plano Piloto. O homem será indiciado por estupro (de 6 a 10 anos de prisão) e registro não autorizado da intimidade sexual (pena de 6 meses a 1 ano).
Para cometer os crimes, ele criou um falso perfil em uma rede social que reúne pessoas interessadas em ser “sugar daddy” ou “sugar baby”, onde se passava por alguém mais velho e milionário. Na plataforma, o suspeito abordava as jovens e as convidava para sair. “O encontro era marcado em um motel, onde eram praticados atos sexuais consensuais com a vítima. Mas, em determinado momento, em ato libidinoso e sem o conhecimento ou vontade da mulher, o autor realizava filmagens da relação sexual”, explicou a delegada-titular da Deam I, Ana Carolina Litran.
Modo de agir
Pouco mais de dois dias depois do encontro, o homem chantageava e passava a ameaçar as meninas, afirmando que, caso elas não realizassem uma chamada de vídeo com conteúdo sexual, teriam as filmagens divulgadas nas redes sociais. “Algumas delas chegaram a ser vítimas de estupro virtual, mediante ameaça e sem vontade expressa”, detalhou a delegada.
Em depoimento, uma das jovens relatou que conheceu o homem pelo aplicativo e os dois passaram a conversar e trocaram o telefone. Alegou que realizou chamadas de vídeo e que, nesse momento, ele solicitou que ela desfilasse sem roupa. Durante a filmagem, o autor teria tirado cópia da tela, passando a ameaçá-la, pedindo para que a mesma continuasse a fazer as chamadas, caso contrário ele mandaria as imagens para os amigos e familiares dela. Uma outra mulher relatou que, durante o encontro, o homem afirmou que era dono de um posto de gasolina e ajudaria a jovem a abrir um consultório.
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