>> entrevista Eduardo Aroeira Almeida, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF)

Imóveis: negócios em alta

De acordo com dados divulgados pela Ademi-DF, o saldo do primeiro trimestre do setor foi positivo, tanto nas vendas quanto no número de lançamentos residenciais. Ao CB.Poder, Eduardo Aroeira destaca que "o mercado imobiliário está em um momento muito bom"

» Ana Maria da Silva
postado em 18/05/2021 22:24 / atualizado em 18/05/2021 22:25
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 18/5/21                                )
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 18/5/21 )

O primeiro trimestre do ano para o mercado imobiliário do Distrito Federal registrou um bom desempenho. De acordo com dados divulgados pela Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), o saldo foi positivo tanto nas vendas quanto no número de lançamentos residenciais, com 472 unidades comercializadas e quatro empreendimentos apresentados. Em março, foi registrado Índice de Velocidade de Vendas (IVV) de 10,9%, coroando o melhor primeiro trimestre para o setor desde a criação da pesquisa, há seis anos. “Isso significa que a cada 100 imóveis ofertados, dez eram vendidos”, afirmou o presidente da Ademi-DF, Eduardo Aroeira Almeida, ao jornalista Vicente Nunes, ontem, no programa CB. Poder — uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília.


É hora de comprar a casa própria?
A realidade é que o mercado imobiliário está em um momento muito bom. O primeiro trimestre de 2021 apresentou os melhores números que temos desde o início da nossa pesquisa, que chamamos de Pesquisa de Velocidade de Venda. Tanto em lançamentos e vendas, como na própria velocidade de vendas.

O que mostram esses números?
O primeiro trimestre teve uma velocidade de venda de 10%. Isso significa que a cada 100 imóveis ofertados, dez eram vendidos. É, aproximadamente, o dobro do primeiro trimestre do ano passado. Isso significa que os imóveis estão sendo mais procurados. E é importante dizer que esse aumento ocorre devido ao aumento da oferta. Ou seja, cresceram as vendas e os lançamentos. Isso significa que a economia está sendo movimentada.

Na hora de escolher o imóvel, o que levar em consideração?
A primeira dica é para que procurem. Hoje, há diversos lançamentos. Com o mercado aquecido e com a quantidade de empreendimentos, há várias opções. A segunda, é que investiguem o histórico da construtora.

Como investigar?
Hoje, com a internet, é fácil. Procure o histórico e a maneira como ela trata os clientes. Isso é fundamental para se que faça a melhor compra possível. O terceiro ponto é verificar se esse empreendimento está registrado em um cartório de imóveis. Essa é a única forma de o cliente garantir que vai adquirir, realmente, o que quer comprar. Além disso, pesquise e opte pelas taxas de juros mais baixas, caso vá financiar o imóvel. Hoje, temos uma situação em que os bancos disputam os clientes. Então, o cliente tem várias oportunidades para buscar as melhores condições.

Estamos vendo o Banco Central (BC) em um processo de
alta da taxa básica de juros (Selic). Qual o impacto disso
sobre os financiamentos imobiliários?
Até o momento, não houve impacto, continuamos com as taxas de financiamento de imóveis em seu mínimo histórico. Porém, caso haja uma persistência de aumento, é possível que sofra um pequeno aumento dessas taxas. Mas é importante lembrar que estamos com elas muito baixas para o padrão do nosso país. Hoje, você consegue uma taxa de 6,25% mais Taxa Referencial (TR), em um financiamento bancário. Há dois anos, a taxa seria de até 11,5%.

O setor tem gerado muitos empregos?
No início da pandemia, tomamos cuidados grandes, estabelecemos protocolos rígidos de segurança e permanecemos funcionando. Isso foi fundamental para que mantivéssemos esses empregos e até os ampliassem. Segundo a pesquisa de emprego e desemprego da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), em abril de 2020, eram empregados 58 mil trabalhadores. Em fevereiro, 78 mil. Ou seja, em plena pandemia, a construção na nossa cidade conseguiu chegar a 20 mil empregos diretos. A estimativa é de que tenha gerado 60 mil empregos indiretos.

Mas temos visto notícias de que o setor tem enfrentado
problemas or conta da escassez de matéria-prima.
Até que ponto isso pode atrapalhar o crescimento?
Nós temos uma pesquisa de sondagem que fazemos trimestralmente com os associados da Ademi-DF, e uma das perguntas é sobre suas maiores preocupações. Para 89% dos nossos associados, o fornecimento de obra-prima é a principal preocupação. Então, isso tem chamado nossa atenção. Insumos como aço, cobre, PVC, chegaram a ter aumento acima de 100%. Naturalmente, isso tem que ser repassado no preço do imóvel. Temos feito reuniões junto ao Ministério da Economia para que seja zeradas a taxa de importação desses insumos, pelo menos, provisoriamente, para que não se perca o ciclo virtuoso que estamos tendo.

A perspectiva é de que a normalização aconteça no segundo semestre de 2021?
A informação que temos é de que em 2021, por exemplo, a siderurgia, venderá mais alto que em 2020. Então, na verdade, houve acréscimo de demanda e, no nosso entendimento, aguardar isso seria um risco. Por isso, defendemos a redução das taxas, para que o mercado possa se regular, pelo menos provisoriamente.

 

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação