Quem anda pelas ruas do Distrito Federal começa a notar a florada dos primeiros ipês-roxos, e a se questionar se está na época de começar o espetáculo. O colorido da árvore símbolo de Brasília, que contrasta com o azul do céu, costuma desabrochar entre junho e julho, aos primeiros sinais de frio e seca.
De acordo com o ecologista Nicolas Behr, a árvore típica do cerrado possui um relógio biológico, que segue um ciclo natural. “Eles têm um relógio que faz com que a frutificação coincida com o período de chuvas. Após florescer, os frutos vão amadurecer durante a seca para estarem maduros quando iniciar a época chuvosa. Em outubro, estarão com as sementes caindo”, explica o especialista.
Apesar do ciclo, Nicolas garante que ainda há incertezas. “Eles ainda podem adiantar, demorar. Varia muito. O ipê é um ser vivo, que possui vontades, como a gente. Não é uma máquina de produzir flor”, ressalta o ecologista. De acordo com ele, nem sempre haverá flores. “Nós temos essa visão de que sempre vai dar flor, mas não é assim. Ele floresce quando puder e quiser”, explica.
A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) cultiva mudas e faz o plantio de diversas árvores por Brasília. De acordo com Nicolas, não há como prever qual a próxima cor. “Agora vem o ipê surpresa, pode ser o rosa, amarelo, branco. Varia muito conforme a temperatura, a chuva. É algo imprevisível. Mas eu sei que eles estão programados para florir. Possivelmente, virá o amarelo, depois o rosa e, por fim, o branco. Mas pode ser invertido também”, pondera.
Ainda escondidas, as poucas flores de árvores que dão cor à capital são motivo de admiração para quem é fã. “É interessante ver que elas fazem parte do nosso calendário onírico. É algo aguardado, mexe com a cidade. Há uma expectativa com a primeira floração”, acrescenta Nicolas.
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