Qual sentimento quando você lê ou ouve uma notícia sobre agressão à mulher, à criança, aos idosos? Já parou para pensar sobre isso? Então, a partir daí uma discussão pode ser necessária dentro de casa, na escola, em algum meio social: quais valores são importantes para você? E por que são importantes?
Quando falamos sobre valores, nos referimos a uma temática talvez pouco discutida, principalmente, com crianças, adolescentes, jovens e, também, adultos. Falar sobre valor como algo moral e não material é fundamental para que possamos entender o que o outro sente quando é desrespeitado, injustiçado, exposto, excluído, agredido. O primeiro contato com valores morais que a criança tem é no seu núcleo familiar. A família apresenta a ela as regras: o que pode e o que não pode, o que deve e o que não deve ser feito. Quando a criança passa a ter contato com outras pessoas, esses valores são colocados em conflito, é a divergência de opiniões, e o que fazer com isso? Qual a minha responsabilidade social, cultural, moral com isso?
Será que as famílias, quando sabem de uma situação de desrespeito que acontece com o filho, têm a mesma postura quando é com o filho do outro? Falar sobre valores nunca foi tão necessário em todo meio social, porém valores unilaterais distanciaram ainda mais a sociedade de um contexto mais justo, mais ético. Somente a partir do diálogo, da cooperação, do respeito mútuo é que colheremos pessoas que se relacionam de forma justa, empática e solidária com seus pares.
Entender a importância do autoconhecimento, do conhecimento de grupo, além de saber lidar com frustrações, saber como falar em determinadas situações são algumas das inúmeras atitudes que podemos colocar em prática. Quando nos conhecemos, sabemos quais são nossos limites, nossos sonhos, o que podemos alcançar sem ter que maltratar o outro, sem julgar, sem agredir ninguém para alcançar. Infelizmente, com a pandemia, além das milhares de mortes, ainda precisaremos lidar com as inúmeras sequelas sociais que ela está nos deixando. Pesquisas têm mostrado o aumento significativo de violência, principalmente, no que diz respeito ao feminicídio. Além de se fazer um trabalho formativo em casa, nas escolas, a sociedade também precisa saber o que fazer quando há conhecimento de algo que pode ser considerado simples, até se evoluir para algo sério.
Para que a escola seja um ambiente harmônico e que contribua com a formação de crianças e jovens conscientes e capazes de gerenciar situações de conflito, é fundamental incluir no planejamento das aulas momentos que promovam a discussão, a leitura, a reflexão e a produção de atividades, inserindo no currículo escolar discussões de temas relacionados aos direitos humanos, igualdade de gênero, etnia, padrões de beleza, empoderamento feminino. No Colégio Sigma, esses temas são trabalhados com os alunos nas rodas de conversas realizadas no programa de Convivência Ética.
A partir de leituras, análises e discussões no coletivo, podemos construir estratégias para aplicar não só na escola, mas na vida social como um todo e, assim, teremos uma sociedade menos machista, menos intolerante. Mas, saiba respeitar as diferenças, enxergar que somos iguais legalmente, porém cada um com suas particularidades e não é por isso que devemos desrespeitar, maltratar as pessoas que são ou pensam diferente de nós.
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