A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga a participação de um policial militar da reserva em uma associação criminosa voltada ao comércio ilegal de munições. O servidor público, que não teve a identidade revelada, foi alvo de uma operação da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais da Polícia Civil do Distrito Federal (Corpatri). Em nota, a PMDF informou que acompanha as investigações.
Morador de Ceilândia, o militar chegou a ser encaminhado à 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) no fim do ano passado, após ser abordado em um carro com outras três pessoas. Durante a abordagem, os militares encontraram várias armas e munições intactas. A suspeita à época era de que o grupo pretendia vender o armamento.
A investigação que levou à prisão do militar começou após o registro dessa ocorrência. “Foram quatro meses de apuração. Solicitamos à Justiça os mandados e cumprimos alguns mandados de busca e apreensão na casa dele e dos outros envolvidos. À época, encontramos algumas armas na residência dele (PM), que estavam registradas, mas apreendemos o celular dele”, detalhou a delegada à frente das investigações, Camila Bessa, da Corpatri.
No aparelho telefônico, os policiais encontraram provas que apontavam para o crime. “Analisamos várias conversas dele comercializando munições com outros criminosos do DF. Então, representamos pela prisão preventiva”, completou a investigadora. Durante as diligências, a equipe recebeu diversas denúncias de que as munições ficavam escondidas na casa da namorada do servidor, em Samambaia, como forma de despistar a polícia.
Buscas
Na casa da namorada do suspeito, os investigadores encontraram um total de 648 munições de diversos calibres. “Havia munições de calibre .380, .40, .44, 36, 32 e outras”, acrescentou a delegada. Aos policiais, a mulher alegou que não sabia da existência do material, mas foi autuada pelo crime de posse irregular de munição.
A suspeita era de que as vendas ocorriam em Samambaia, pois ele usava a casa da namorada para esconder as munições. Seria um ponto estratégico, na avaliação da polícia. As investigações seguem no sentido de identificar se o homem é envolvido em uma associação criminosa voltada ao comércio ilegal de munições. “Há fortes indícios”, frisou a delegada.
Ele foi preso e indiciado pelo crime de comércio irregular de munição, encaminhado para a carceragem do 19º Batalhão, conhecida como “Papudinha”. O local é onde ficam policiais indiciados e denunciados, que aguardam julgamento. Caso seja condenado, pode pegar de 4 a 8 anos de prisão. Procurada pela reportagem, a PMDF informou que a Corregedoria-Geral da PM em conjunto com a Corpatri trabalha no inquérito que investiga o envolvimento do policial. “A investigação ainda está em decurso, e é preciso aguardar as conclusões”, afirmou a corporação em nota.
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