Na fila
Denunciado e preso na Operação Falso Negativo, o ex-secretário de Saúde Francisco Araujo Filho pode prestar depoimento na CPI da covid-19. O requerimento de convocação dele, apresentado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), está na fila para votação. Alagoano como o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Francisco deve ter muito a dizer.
Conversa ao pé do ouvido
Foi animada a conversa entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e a deputada Bia Kicis (PSL-DF) na semana passada. Os dois cochicharam e despertaram a curiosidade de quem estava no evento, a inauguração do restaurante Coco Bambu, no Shopping Iguatemi. Como todo acordo político começa numa mesa, pode surgir daí um arranjo para as próximas eleições. Os dois têm a mesma pretensão: concorrer a um mandato de deputado federal. Mas tudo pode mudar.
Transparência
Assim que chegou à presidência do TCDF, no início do ano, o conselheiro Paulo Tadeu abriu todas as informações relacionadas aos processos dos contratos na pandemia. Era uma reivindicação do Ministério Público de Contas.
Indicação do PP
A relação do governador Ibaneis Rocha (MDB) com o senador Ciro Nogueira (PP-PI) é forte. É dele a indicação do advogado José Eduardo Pereira Filho na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com o apoio também de outro político, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Por indicação dos padrinhos, ele exerceu o cargo de vice-presidente de Negócios do Banco do Brasil (BB).
A pergunta que não quer calar
Quem critica o presidente Jair Bolsonaro pelo negacionismo e por reunir multidão e participa de ato contra ele com aglomeração não está repetindo o erro?
Siga o dinheiro
R$ 101.623,83
É o valor previsto em pregão eletrônico da Polícia Civil do DF para compra de algemas.
Mandou bem
O ministro Marco Aurélio Mello criticou publicamente o voto de Dias Toffoli em causa própria, no plenário virtual, anulando a delação de Sérgio Cabral.
Mandou mal
Policiais militares de Goiás fizeram uma abordagem truculenta a um ciclista negro, em evidente ação racista, na Cidade Ocidental, como mostram imagens registradas em vídeo.
Enquanto isso...
Na sala de Justiça
Por causa de um embate com colegas no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, a promotora de Justiça Maria Elda Fernandes Melo acabou sendo denunciada pelo crime de denunciação caluniosa, previsto no artigo 339, do Código Penal. A ação foi ajuizada pela procuradora da República Raquel Branquinho, perante o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. Na petição, Branquinho aponta que a promotora utilizou o Conselho Nacional do Ministério Público e a Corregedoria do MPDFT para uma espécie de vingança pessoal. A denúncia foi feita após notícia crime formulada por outra promotora do DF, Karina Soares Rocha. Ela acusa Maria Elda de perseguição a integrantes da Corregedoria do MPDFT. A promotora teria sido “movida por sentimentos de inconformismo, vingança e até mesmo revolta” e promovido uma sequência de representações contra Karina, o ex-corregedor Gladaniel Carvalho, as promotoras Alessandra Campos Morato e Andrea Chaves e a servidora Thaísa Pereira Barbosa, acusados seguidamente pelos crimes de falsidade ideológica e prevaricação. De licença do trabalho, a promotora não foi localizada para se manifestar.
Só papos
“O Bolsonaro nunca trabalhou na vida, foi pro Exército, saiu de lá expulso, ficou 30 anos como deputado e agora tá na presidência da República se dando aumento de salário... Acha que eu tenho medo dele?! Eu nasci na rua, minha vida política é na rua”
Ex-presidente Lula
“Sabemos que não há muito o que comemorar, mas é preciso restabelecer a verdade do que foi e está sendo feito na prática, para que o pânico e o caos promovido pelos que desejam retomar o poder e suas práticas nefastas não triunfem. Brasil acima de tudo; Deus acima de todos!”
Presidente Jair Bolsonaro
À QUEIMA-ROUPA
Advogada Thaís Riedel
“Vem crescendo neste período uma quantidade muito grande de colegas que entendem que meu nome deve ser posto como pré-candidata à presidência da OAB-DF”
Você é mesmo candidata à presidência da OAB-DF?
Há um movimento muito forte e crescente na advocacia do Distrito Federal dizendo que uma mulher capaz de promover uma verdadeira mudança no comportamento da direção da OAB-DF deve assumir o comando da entidade. Tenho recebido um chamamento vigoroso das minhas colegas e dos meus colegas que reconhecem na minha pessoa a capacidade de cumprir os compromissos necessários para promover essa mudança com equilíbrio e honestidade. Fui candidata à vice-presidente na eleição anterior, com um sonho de contribuir para ter uma OAB participativa, representativa. Isso fez com que eu me aproximasse da advocacia de base com muita intensidade nos últimos anos. E isso significa ver de perto as insatisfações, os desejos de mudança. Vem crescendo nesse período uma quantidade muito grande de colegas que entendem que meu nome deve ser posto como pré-candidata à presidência da OAB-DF. Em função disso, fizemos uma pesquisa muito profunda a respeito da advocacia. Temos estudado a realidade, estamos levantando as necessidades, praticando a escuta ativa e entendendo as razões das insatisfações.
Enfim, essa é uma construção de um movimento que tem defendido que a Ordem precisa recuperar seu prestígio junto à advocacia e à sociedade. Sou uma profissional que milita na advocacia há 18 anos e conhece de perto os “corres” da nossa profissão. Sou professora há 13 anos e mãe de dois filhos. Sei o que é ser uma mãe advogada militante. Entendo que é hora de contribuir mais efetivamente para a advocacia no Distrito Federal. Sabemos que a Ordem tem estado distante e esquecida dos seus propósitos de acolher, ouvir, cuidar, fortalecer a advocacia. E quando isso acontece, é hora de mudar. E, assim, fui instada a me colocar como pré-candidata.
Aceitaria uma negociação para apoiar outro nome do seu grupo para fortalecer a oposição ao atual comando da OAB-DF?
Ninguém é candidato de si mesmo. Somos um movimento de transformação e evolução da OAB-DF. Neste sentido, quero, sim, reunir pessoas com bons propósitos e espero merecer a confiança de todas e todos para representar a liderança de um movimento vencedor. Somos uma oposição consequente. Vamos avançar sendo uma oposição clara à atual gestão, que se apequenou no momento em que a advocacia mais necessita da instituição. Sou, portanto, pré-candidata de oposição. Hoje, eu me sinto muito honrada com a confiança necessária para fazer uma OAB que trabalhe para devolver a dignidade que tem sido retirada dos advogados, com mais canais de escuta, mais plural, sem defesa de grupos e benefícios de alguns.
Quero ser presidente da entidade e quero contribuir com este projeto coletivo, alicerçado no diálogo propositivo de ideias. Queremos mostrar que há muito o que fazer.
Além disso, as mulheres precisam se colocar para disputar e ocupar cargos de liderança.
Qual é a sua opinião sobre a postura considerada política do presidente do Conselho Federal, Felipe Santa Cruz, crítico de Bolsonaro e possível candidato ao governo do Rio?
Todo advogado, ao receber sua carteira profissional, faz o juramento solene: “Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas.”
Esse é um compromisso político em si mesmo. Mas a OAB precisa ser uma entidade plural e suprapartidária, o que não significa que deva se isentar politicamente. A Ordem sempre se pautou pela defesa dos direitos, da democracia e do Estado Democrático de Direitos. Essa deve ser a política da entidade.
Toda vez que qualquer um violar qualquer um desse pontos, a Ordem deve se manifestar e agir, independente de quem seja.
Você vai trabalhar para ter o apoio de Ibaneis Rocha?
Fui conselheira quando ele foi presidente. É consenso que ele foi um grande presidente, tem respeito na categoria. Mas hoje ele é governador do DF, tem responsabilidades mais amplas. Precisamos respeitar o distanciamento que ele deve manter. Trabalharei para o ter o apoio dele e de toda a advocacia.
Acredita que o governador vai se envolver na eleição da OAB-DF?
Acredito que, neste momento, o governador Ibaneis Rocha tem desafios mais relevantes à frente do Distrito Federal. A OAB-DF foi muito bem gerida por ele, nos mandatos em que ele esteve à frente da entidade, ele sempre será uma referência para a advocacia, mas certamente agora ele está envolvido em questões mais complexas que a política da OAB-DF.
Por que a campanha aberta começou tão cedo?
Não se trata de campanha aberta. Até porque a campanha tem que respeitar os prazos legais. Existem prazos e ritos que precisam ser respeitados. Mas por conta da crise — a maior crise sanitária que já vivemos — por conta da agudização dos problemas, das urgências que nos foram impostas, precisamos discutir e até pressionar a atual gestão a fazer mais pelos advogados do DF. Os advogados e as advogadas querem e precisam se movimentar por uma OAB-DF melhor. Queremos de volta o papel de protagonismo e o papel social que a OAB-DF precisa ter. Não é campanha, é um movimento, um debate, um amadurecimento de ideias.
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