Organização criminosa

Chefe da máfia e do tráfico na Itália, Rocco Morabito é trazido para o DF

O criminoso era o segundo fugitivo mais procurado da Itália. Ele desembarcou na capital da República no começo da tarde desta terça-feira (25/5) e pode ficar detido na Penitenciária Federal de Brasília até a finalização do processo de extradição

Preso em um hotel de João Pessoa (PB) pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (24/5), Rocco Morabito, considerado o chefe de uma das principais organizações criminosas italianas, a Ndrangheta, desembarcou no Distrito Federal no começo desta terça-feira (25/5). Em decisão proferida hoje, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu o pedido imediato da transferência do criminoso ao Sistema Penitenciário Federal.

Na determinação, a magistrada pede que o STF seja informado, em um prazo de 24 horas, sobre o local de recolhimento do preso. A Defensoria Pública da União (DPU) foi intimada para ciência para, em caso de manifestação, que seja feita em até 10 dias. O processo corre em sigilo.

Rocco Morabito foi alvo de uma mega-operação conjunta entre a PF, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e autoridades de segurança italiana. O criminoso é procurado na Itália desde 1990 e é acusado de cometer uma série de crimes, como tráfico de drogas, tráfico de armas, tráfico de pessoas e lavagem de dinheiro. “Desde a nossa gestão, em abril, fortalecemos a busca por esse criminoso, que, no Brasil, passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Paraíba”, afirmou o diretor-geral da PF, Paulo Gustavo Maiurino, em coletiva de imprensa promovida na sede da corporação, em Brasília.

O chefe da organização italiana chegou a ser preso em 2017 no Uruguai, depois de 22 anos foragido, mas enquanto aguardava o processo de extradição para a Itália, acabou fugindo em 2019 e tornou-se um dos três fugitivos mais procurados da Itália.

Investigação


Após trabalho investigativo, a PF conseguiu chegar ao paradeiro do mafioso. Rocco foi preso dentro de um hotel em João Pessoa. No quarto, estavam outros dois estrangeiros, sendo um deles um italiano foragido da Justiça pelos mesmos crimes. “ O que fez a diferença nesse caso foi a cooperação internacional. Dessa troca de dados. Agora, partiremos para outras etapas de investigação na busca dos capitais ativos, que, com certeza, ele estava realizando as atividades criminosas mundo afora”, detalhou o coordenador-geral de Cooperação Internacional (CGCI), Luiz Roberto Ungaretti.

Segundo o chefe da Interpol no Brasil, Bruno Samezima, há indícios de que Rocco está envolvido com atividades criminosas no Brasil e afirmou que o criminoso permanece detido durante todo o processo de extradição para a Itália. “A Itália busca a extradição dele (criminoso) há quase 30 anos. Para nós, esse é um caso muito importante. [...] As informações acerca de onde ele ficará detido até a finalização desse processo são sigilosas”, finalizou.

Caso Rocco fique no DF, ele deverá se instalar na Penitenciária Federal de Brasília, uma vez que a decisão da ministra Cármen Lúcia determina que o criminoso seja abrigado no Sistema Penitenciário Federal.