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Ford Maverick, agora, é importada

Fabricado no México, modelo deve chegar em 2022 para rivalizar com a Fiat Toro. Veículo tem potência combinada de 193cv, é construído em monobloco e segue as linhas das demais picapes da marca, com carroceria encorpada

Pedro Cerqueira
postado em 09/06/2021 20:29
 (crédito: Ford/Divulgação)
(crédito: Ford/Divulgação)

A Ford lançou nos Estados Unidos sua nova picape Maverick. É isso mesmo. Enquanto você dormia, aquele esportivo estiloso da década de 1970 cedeu seu nome para um utilitário de porte intermediário totalmente novo, que, naquele mercado, toma da Ranger o título de menor picape da marca do oval azul.

O modelo é fabricado no México, mesma origem do Bronco Sport, que lhe empresta a plataforma em monobloco. Em um segundo momento, em 2022, a picape também será vendida por aqui pela Ford, que deixou de fabricar veículos no Brasil e passou a atuar como uma importadora.

A origem pode deixar a Maverick mais competitiva, já que os carros vindos do México não pagam imposto de importação, mas isso não aconteceu com o Bronco Sport. Por aqui, a picape mira na Fiat Toro, que, hoje, reina praticamente sozinha no segmento de porte intermediário, já que a Renault Duster Oroch é um mero coadjuvante.

Como acontece com quase todos os projetos, o visual da Maverick já não era segredo, já que suas imagens foram vazadas diversas vezes. O modelo segue as linhas das demais picapes da marca, com carroceria encorpada, capô elevado, faróis em formato de “C”, além do nome do modelo escrito na tampa da caçamba.

Tamanho
As dimensões da nova picape são bem superiores às da Toro: 5,07 metros de comprimento (13cm a mais que a futura rival), 1,84m de largura (mesma medida), 1,74m de altura (7cm a mais) e 3,07m de distância entre-eixos (8cm a mais). A título de comparação, a média Ranger tem 5,35m de comprimento e 3,22m de entre-eixos.

O painel tem desenho próprio, mas a disposição dos elementos lembram o Bronco Sport. O volante, o quadro de instrumentos com tela configurável de 6,5 polegadas e o botão giratório que comanda o câmbio são idênticos aos do SUV médio. Ainda chamam a atenção no interior algumas cabeças de parafusos aparentes, usadas propositalmente para dar um ar mais rústico à picape. A tela da central multimídia é de 8 polegadas.

São duas opções de conjuntos mecânicos. A de série traz motorização híbrida, composta por um propulsor 2.5 a combustão interna (ciclo Atkinson) e outro elétrico, com potência combinada de 193cv. A transmissão tem câmbio CVT e tração dianteira. Como opcional, é possível equipar o modelo com o mesmo motor 2.0 turbo do Bronco Sport, com 253cv e 38kgfm de torque, combinado a um câmbio automático de oito marchas e tração integral sob demanda. A suspensão traseira tem configuração multilink, enquanto as versões híbridas trazem a menos sofisticada eixo de torção.

A caçamba da Maverick tem volume de 943 litros, com capacidade de carga de 680 quilos. As dimensões internas do compartimento de carga são 1,38m de comprimento, 1,35m de largura e 1,08m entre as caixas de roda. A tampa pode ser fechada em várias posições, e existem tomadas de energia de 12V e 110V. O protetor de caçamba traz várias marcações para o usuário fazer divisões e pontos de fixação de carga. Com a ajuda de um QR Code, o usuário pode obter um manual com ideias de uso.

O modelo chega às concessionárias americanas entre setembro e dezembro, no outono dos Estados Unidos, em três versões: XL, XLT e Lariat. O pacote de segurança tem de série sete airbags, controle de estabilidade e frenagem automática de emergência. Como opcionais, é possível equipar a Maverick com sistemas semiautônomos como assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro adaptativo e alerta de ponto cego.

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Kawasaki Ninja, a campeã voltou

 (crédito: Kawasaki/Divulgação)
crédito: Kawasaki/Divulgação

O Campeonato Mundial de Superbikes só permite a participação de modelos produzidos em linha. A preparação das motos para as pistas também segue um rígido regulamento, visando o nivelamento da disputa. Desta forma, as fábricas capricham na produção de suas superesportivas, que se transformam em um poderoso cartão de visitas e instrumento de marketing, já que a moto que vence nas pistas é praticamente a mesma que pode ser comprada nas lojas. Exatamente como a Kawasaki Ninja ZX-10R, que chega ao Brasil a partir da segunda quinzena deste mês.

O modelo conseguiu a façanha de vencer os últimos seis Campeonatos Mundiais de Superbikes, WSBK, de forma consecutiva, o último deles com o piloto britânico Jonathan Rea. Justamente esta moto, com a mesma decoração da equipe Kawasaki de competições (Kawasaki Racing Team), em verde, preto, branco e vermelho, será comercializada com preço sugerido de R$ 99.990. A versão com pintura em preto e detalhes em verde e branco tem preço sugerido de R$ 97.990. No Brasil, a Kawasaki Ninja ZX-10R recebeu um avanço no tempo e chega já como modelo 2022, enquanto, lá fora, permanece como modelo 2021.

A nova Ninja ZX-10R ganhou asas. Na parte dianteira da carenagem estão integrados dois pequenos aerofólios (Winglets), que funcionam para aumentar a pressão aerodinâmica em altas velocidades e prender a moto no chão. As mudanças aerodinâmicas também estão no para-brisa, que ficou 40mm mais alto, e na tomada de ar para o motor (Ram Air), que, agora, é menor. A parte de baixo da carenagem também direciona o ar para o novo radiador de óleo do motor. As mudanças alteraram a ergonomia, com guidão 10mm mais para frente e as pedaleiras 5mm para cima.

Motor
O motor, com quatro cilindros em linha e 998cm³, entrega 203cv a 13.200rpm, mas pode chegar a 213cv com a ajuda da pressurização do Ram Air. O torque é de 11,7kgfm a 11.400rpm. O propulsor permaneceu o mesmo em relação ao modelo anterior, porém, o conjunto mecânico ficou mais eficiente com o novo acelerador eletrônico e o novo câmbio, com a três primeiras marchas mais curtas para explorar as saídas de curvas com mais vigor, dotado do quick shifter de duas direções. Também incorporou extenso pacote eletrônico, comandado pela central de medição inercial (IMU) da Bosch.

O painel ganhou tela em TFT de 4,3 polegadas, com fundo ajustável em branco ou em preto. Mas também pode ter uma tela voltada para as pistas, priorizando o conta-giros e tempos de voltas. O celular pode ser conectado e, por meio do aplicativo Rideology, permitindo ao piloto acessar diversas funções e sistemas da moto. As suspensões foram recalibradas com garfo Showa BFF invertido de 43mm na dianteira e sistema nono ajustável na traseira. Os freios contam com sistema ABS e duplo disco de 330mm na dianteira, com pinças Brembo de quatro pistões na traseira e disco de 220mm de diâmetro.

Fernando Calmon

Eletrificação: Toyota vê mais de um caminho à frente

Masahiro Inoue, CEO da Toyota para América Latina e Caribe, confirma que o compromisso da empresa em nível mundial continua sendo tornar-se neutra em emissões de gás carbônico até 2050, meta anunciada há seis anos. Apesar disso, acredita que uma posição cautelosa precisa ser considerada sobre como alcançar esse objetivo. Conversei com ele sobre este e outros assuntos.

“Nosso respeito ao meio ambiente é inquestionável. Quando a Toyota criou em 1997 o primeiro híbrido dos tempos modernos, o Prius, já indicava que o futuro deveria mudar. Porém, agora, há mais de um caminho a escolher. Baterias e pilhas a hidrogênio são tecnologias válidas e continuamos a pensar assim. No Japão, não há ainda consenso sobre o que vai prevalecer ou mesmo conviver. Garantir antes um suprimento estável de geração de energia elétrica é muito importante, além da criação de toda a infraestrutura exigir grande planejamento”, afirma.

No Brasil, há opção de usar etanol para gerar hidrogênio a bordo e, por meio de um reformador, obter energia para o motor elétrico. “Este é um caminho que o país também pode seguir. Importante separar as questões técnicas e de marketing. Não basta estabelecer prazos ou datas em assuntos complexos”, defende Inoue.

O executivo confirmou o plano de usar o Brasil como base exportadora. “Toyota vende 400.000 veículos na América Latina, metade produzida no Brasil. A outra metade vem do Japão, com frete médio de US$ 1.500 por unidade. Então, está aí uma oportunidade para a fábrica de Sorocaba (SP) fornecer para a nossa região”.

Inoue entende que o sistema de produção just-in-time, criado pela empresa para enviar componentes diretamente às linhas de produção e logo copiado por outros ramos industriais, não foi responsável pela atual escassez de semicondutores no mundo e a interrupção de tantas fábricas no Brasil e no exterior. “O mais importante é o planejamento de longo prazo, além de um contato constante e de ajuda mútua com nossos fornecedores. Assim, não temos problemas, salvo questões pontuais e menores.”

Limitações de produção seguram as vendas

Mercado brasileiro continua comprando praticamente tudo que é ofertado pela indústria, incluídos os veículos leves e pesados. Isso se repetiu em maio último, com estoques pressionados e muito abaixo do que seria necessário para a pronta entrega. São apenas 10 dias nas concessionárias e cinco nos pátios dos fabricantes, situação que se repete a cada mês, desde novembro de 2020. As vendas diárias empacaram em quase 9 mil unidades no mês passado.

A produção cresceu apenas 1% sobre abril. Como as exportações aumentaram 9% para cumprir compromissos assumidos e as importações ainda sofrem impactos pelo dólar alto, não há mesmo como atender a demanda interna. Uma situação singular: há dois anos, havia grande oferta e procura baixa; hoje, pouca oferta e grande procura. A opção tem sido comprar o que está disponível ou partir para os carros usados. Este ano, em maio, a comercialização de automóveis e comerciais leves usados cresceu 19% sobre abril.

Está difícil revisar as projeções para 2021, enquanto a importação de semicondutores ainda estiver sob pressão. Em termos mundiais, a previsão é de queda de 3% a 5% na produção por conta desta escassez que afeta mais algumas marcas do que outras. No Brasil, no entanto, o mercado e a produção vão crescer, no mínimo, 15% e 25%, respectivamente, porque a base comparativa com 2020 é muito baixa, segundo projeções da Anfavea.

São Paulo emplacou menos veículos do que Minas Gerais pela primeira vez. Razão é o aumento do ICMS que o governo paulista só agora diz que será por um prazo de dois anos, depois da má repercussão da medida.

Jaguar F-Pace evolui em estilo e conectividade

Mesmo sem alterar a essência do desenho, a evolução de meio ciclo desta geração do F-Pace segue a tendência estilística atual. Capô, faróis, lanternas traseiras e rodas mudaram, enquanto o interior foi totalmente renovado. Destaque para a nova tela multimídia curva de 11,4 pol. com moldura em magnésio, além de um tratamento químico superficial antirreflexo, que também facilita limpeza de marcas de dedos. Sistema de infotenimento Pivi Pro inclui menu simplificado: apenas dois toques na tela inicial para executar 90% das tarefas usuais.

Acabamento interno em madeira e alumínio, novos bancos dianteiros mais confortáveis com superfícies maiores de aquecimento e resfriamento e sistema ativo de cancelamento de ruídos externos completam o pacote de melhorias internas. O motor 6-cilindros turbo 3-litros de 340cv não recebeu alterações. Mas, na versão esportiva SRV, o torque do V-8 5-litros com compressor subiu para 71,4kgf.m, enquanto a potência se manteve em 550cv. Rodas de liga leve de nada menos que 22pol. de diâmetro são opcionais. Os preços vão de R$ 463.750 a R$ 725.950.

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