176,3 milhões de toneladas
Foi a capacidade disponível para armazenamento de grãos no Brasil no segundo semestre de 2020
Hortaliças, frutas e tubérculos ficam mais baratos
A inflação de maio, de 0,83%, foi a maior para o mês em 25 anos, mas nem todos os produtos acompanhados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deram sova no bolso nos consumidores. O grupo que reúne hortaliças, frutas e tubérculos computou queda média de 5% no período e de 7,5% no acumulado do ano.
Dois fatores, principalmente, estão contribuindo para esse movimento. O primeiro, e mais forte, é o clima. Como em muitas regiões do país as chuvas foram escassas, a produção foi maior. O tempo mais seco contribui para que o desenvolvimento de pragas e doenças seja menor. Portanto, a colheita rende mais.
O segundo ponto é o fato de muitos restaurantes ainda estarem fechados ou operando com baixa capacidade de atendimento por causa da pandemia do novo coronavírus. Esses estabelecimentos comerciais são os maiores compradores de produtos in natura. Com a demanda menor, estão sobrando mais mercadorias na praça, o que favorece os consumidores finais.
Especialistas que acompanham a produção de hortaliças, frutas e tubérculos acreditam que os preços tenderão a continuar em baixa nos próximos meses, porque está começando o inverno, o período mais favorável a essas culturas, por ser mais seco e mais frio. Somente em maio, as frutas caíram, em média, 8,39%, e os tubérculos, 1,98%. No caso das hortaliças, houve estabilidade.
Os produtos in natura têm peso importante no cálculo da inflação. Representam 1,5% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) respondem por 0,15 ponto percentual do indicador.
Plano Safra no radar
» É grande a expectativa nos ministérios da Economia e da Agricultura quanto ao anúncio do Plano Safra 2021/ 2022. A previsão é de que a divulgação seja feita com todas as pompas na semana de 21 de junho, totalizando R$ 209 bilhões.
» Falta, no entanto, a sanção do PLN4, aprovado pelo Congresso, que remaneja verbas do Orçamento da União. Feito isso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) terá de ajustar detalhes sobre valores e taxas de equalização de juros para cada linha do Plano.
» Se o calendário estabelecido até agora for mantido, o CMN se reunirá no dia 17. O Banco do Brasil, maior repassador de recursos para o agronegócio, só pode operar quando todas as regras estiverem sacramentadas.
Ligeiro recuo na colheita
» A despeito da queda de 0,6% (1,7 milhão de toneladas) nas estimativas de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, o resultado deste ano será recorde, prevê o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A projeção aponta para colheita total de 262,8 milhões de toneladas, 3,4% superior à de 2020 (254,1 milhões de toneladas).
» O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, respondem por 92,6% das estimativas de produção e por 87,7% da área a ser colhida. Em relação ao ano passado, houve acréscimo de 6,2% na área do milho e de 4,1% na da soja e recuo de 16% na de algodão herbáceo e de 0,1% na de arroz.
» Entre as regiões produtoras, a única que colherá menos é a Centro-Oeste, responsável por 45,5% do total de grãos produzidos no país. O tombo foi de 1,8% na previsão, devendo totalizar 119,5 milhões de toneladas.
Concessão de florestas
» O Ministério da Agricultura e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmarão, na próxima semana, uma parceria para o início dos estudos de estruturação de concessão florestal em cinco áreas do Amazonas. No total, 2,3 milhões de hectares poderão ser tranferidos à iniciativa privada para o manejo florestal sustentável.
» Atualmente, o Serviço Florestal Brasileiro tem 17 contratos ativos de concessão florestal, que tem o objetivo de promover o desenvolvimento da região e conservar as florestas públicas do país. Além da extração de madeira controlada, o vencedor da concessão pode explorar produtos como folhas, frutos, sementes, óleos, látex e resinas e também desenvolver atividades de turismo.
Estrangeiros de olho
» Aprovado no Senado em 2020, o projeto de lei que autoriza o governo a regulamentar a aquisição de propriedade rural no Brasil por estrangeiros continua parado na Câmara. Com o projeto, analistas estimam que o país tem potencial para atrair R$ 100 bilhões de investimentos nos próximos anos, com geração de emprego e renda.
» Um dos interessados na pauta é o setor florestal. Em 2020, os produtos da indústria de base florestal brasileira somaram cerca de US$ 8 bilhões em exportações, dos quais US$ 6 bilhões em celulose, US$ 1,7 bilhão em papéis e US$ 276 milhões em painéis de madeira. A ampliação de unidades industriais e os novos projetos vão consumir R$ 35,5 bilhões até 2023 em investimentos.
Aposta no digital
» O AgroGalaxy, uma das maiores plataformas de varejo de insumos e serviços voltados para o agronegócio, está investindo no digital. Para isso, acaba de lançar seu App com o intuito de transformar a jornada do produtor rural, ou seja, mais otimizada e simplificada.
» No primeiro trimestre deste ano, 57% das receitas de insumos da empresa controlada pelo fundo de private equity Aqua Capital, foram viabilizadas por meio digitais. No app, o produtor conta com funcionalidades como a cotação de insumos, monitoramento via satélite, acompanhamento climático e canal direto de comunicação, com suporte do plantio à colheita.
Apoio à energia solar
» A fim de atender à crescente demanda por crédito para a instalação de sistemas de energia fotovoltaica (solar), o Sicredi, cooperativa com mais de 5 milhões de associados e presença em 24 estados e no Distrito Federal, captou US$ 120 milhões (cerca de R$ 600 milhões) junto ao International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial.
» Esta é a primeira operação de uma cooperativa financeira do país a receber certificação emitida pela Climate Bonds Initiative (CBI), organização que atua para promover investimentos na economia de baixo carbono. “A busca por iniciativas ecoeficientes, como o uso de energia renovável, está alinhada a um movimento global em busca da redução das emissões de gases de efeito estufa, ao qual estamos engajados”, diz João Tavares, presidente executivo do Banco Cooperativo Sicredi.
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