Marcas & Negócios

Mudanças no mercado imobiliário

Correio Braziliense
postado em 11/06/2021 19:59
 (crédito: Luiz Diogo/Divulgação)
(crédito: Luiz Diogo/Divulgação)

O setor de negócios imobiliários no Brasil foi um dos afetados pela pandemia e passou por mudanças que podem ser consideradas positivas para a área. O mercado de imóveis, segundo dados da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), “em 2021, fechou o melhor primeiro trimestre dos últimos seis anos, com resultados positivos tanto nas vendas quanto no volume de lançamentos”. Com a pandemia, o administrador e empresário Esmeraldo Dall’ Oca, 72 anos, também notou mudanças no mercado de residências na capital. “A mudança decorrente do crescimento da oferta do crédito imobiliário foi um fator decisivo. Até tempos recentes as taxas eram elevadas e com a redução, aumentou a procura por imoveis,” afirma.

O responsável pela imobiliária brasiliense que carrega seu sobrenome destaca ainda o crescimento da procura por renegociações de valores e até a busca por novos locais de moradia. “Desde o início da pandemia e com a crescente demanda por trabalhar em casa, muitas pessoas nos procuraram em busca de mais espaço e para trocar apartamentos por casa. A demanda foi tão grande que estamos à procura de casas para locação. Então o mercado está aquecido”.

Além da tradição familiar e do respeito ao cliente, Esmeraldo conta que o diferencial da imobiliária Dall’ Oca, que completou 32 anos de ação no mercado e nasceu da busca do empresário por uma nova atividade, é saber fazer dos problemas uma oportunidade. “O mercado como um todo, ainda mais agora na pandemia, sempre proporciona grandes oportunidades de mudança e progresso para aqueles que sabem como aproveitá-las”.

Segundo o empresário, o mercado de imóveis de Brasília possui características únicas. “Aqui o movimento do mercado é grande e cíclico. Fora de Brasília notamos que muitas vezes o mercado pode ser menos aquecido pois os imóveis muitas vezes estão na família há gerações e assim permanecem. Aqui, temos a característica da mudança de gerações, a procura por imóveis que condiz com o tamanho das famílias”.


Quais foram as medidas tomadas pela imobiliária desde o início da pandemia?
A imobiliária acompanhou a crise da pandemia de covid-19 e implementou medidas para respeitar as novas normas sanitárias de saúde estabelecidas pelos órgãos competentes.

O nosso primeiro impacto foi em relação a gestão presencial, devido às novas regras de restrição a grande maioria dos nossos funcionários passaram a trabalhar de casa e com isso também tivemos que investir em novos equipamentos de tecnologia, melhorar o nosso sistema de rede para que tudo continuasse da melhor forma. Não tivemos que demitir e nem reduzir salários, pelo contrário, houve até promoções por conta do destaque de alguns funcionários, mas também, uma das consequências foi que passamos a terceirizar alguns serviços para que pudesse haver uma maior segurança e eficiência tanto para os nossos funcionários quanto para os nossos clientes.

O senhor pode citar alguns exemplos de mudanças feitas pela imobiliária?
Com a pandemia tivemos a oportunidade de aumentar nossas parcerias e terceirizar alguns serviços para melhorar a segurança e experiência do cliente. Posso citar três exemplos de modificações que acredito ter nos impactado positivamente. Consideramos o tempo algo precioso e antes, para ver um imóvel o cliente precisava ir até nosso escritório, buscar a chave e devolver. Agora, temos em cada região do DF uma equipe pronta para atender, a pessoa só precisa entrar em contato por telefone ou pelo nosso site www.dalloca.com.br/, sinalizar o imóvel que está interessada e designamos alguém para abrir e apresentar tudo para ela, com segurança e com o distanciamento social necessário. Isso trouxe agilidade de serviço para o cliente, mais segurança para os imóveis, para a imobiliária e a possibilidade de geração de trabalho para um possível corretor que é remunerado por cada visita marcada e ainda ganha uma comissão se conseguir alugar ou vender o imóvel em questão.

Uma outra mudança foi feita em relação a assinatura de contratos. Antes, dentro das várias ações burocráticas, era necessário o reconhecimento de firma, agora adotamos a assinatura digital e não é mais necessário que nenhum contrato seja assinado presencialmente. Em qualquer lugar que as partes estiverem, elas podem receber as informações por e-mail e assinar o contrato de forma segura, seguindo todas as especificações da lei vigente. Isso nos ajudou a adotarmos a tecnologia a nosso favor e a eliminar muita burocracia.

Um outro serviço que terceirizamos, foi no setor de vistoria e fotografia. Também contratamos uma empresa especializada no serviço e desta forma o laudo dos imóveis são expedidos e assinados digitalmente. Neste processo ganhamos agilidade e evitamos que funcionários de nossos escritórios precisem ter contatos desnecessários no ambiente externo. Durante toda a pandemia não registramos nenhum caso de contaminação com covid-19 na imobiliária.

Qual foi a mudança negativa que você notou no mercado neste último ano?
Uma tendência negativa que notamos por conta da pandemia, foi a de que muitas pessoas tiveram redução dos seus ganhos financeiros pessoais, pois nos procuraram para cancelar contratos, desta forma decidimos abrir mais espaço para a renegociação de contratos e o número cresceu expressivamente. A instrução para o meu gerente que cuida desta área é tentar todas as negociações possíveis para que nenhuma das partes saia perdendo. No atual cenário, em muitos casos, é melhor renegociar o valor de um aluguel, do que deixar o imóvel vazio gerando custos de condomínio e IPTU para o proprietário que vai ficar à espera de um novo inquilino. Neste tipo de negócio temos que analisar todos os cenários e as condições das partes. Estamos aqui para ser uma balança em busca de equilíbrio.

Para as renegociações de valores temos usado mais como base os valores do IPCA do que os valores do IGPM pois os últimos reajustes não tem acompanhado o dia a dia real. A realidade do mercado tem que ser levada em consideração ao fazermos os reajustes anuais de preços e de juros, tanto para mais quanto para menos. Assim vamos equilibrando os dois lados do mercado, o do locatário e o do inquilino, o do vendedor e o do comprador.

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