Mais do que qualquer culinária do mundo, a cantonesa varia de acordo com as estações do ano, quando os ingredientes mais adequados atingem o auge na produção. É essa cozinha típica do sul da China, na província de Cantão, que atravessou o Pacífico e foi parar no Peru 150 anos atrás, onde se mesclou com a culinária local e ganhou o nome chifa — mistura da influência chinesa com a peruana.
O primeiro restaurante especializado em comida chifa chegou ao Rio de Janeiro, no ano passado, mas só em sistema de delivery. Este ano, abriu as portas na Rua Adolfo Dantas 26, ao lado do Copacabana Palace, com o nome de Cantón. Agora, a grife chega ao Planalto Central, desembarcando na segunda-feira no Brasília Shopping pelas mesmas mãos do fundador: Marco Espinoza, nascido no Peru, mas cada vez mais brasileiro e brasiliense desde que abriu aqui, em junho de 2010, o restaurante Taypá, em parceria com a sócia Ivone Carvalho, na QI 17 do Lago Sul.
Depois disso, Espinoza se rendeu aos apelos da direção do shopping e instalou lá, há dois anos, o Così, premiado restaurante de comida italiana aberto em 2009 na capital paulista pelo chef Renato Carioni. A pandemia interrompeu o funcionamento, e a experiência a quatro mãos se extinguiu naturalmente. Uma das ressalvas que o sócio peruano fazia às instalações era que o restô estava escondido das vistas do cliente. “Agora, o Cantón não terá o mesmo problema”, informa Espinoza. A operação da culinária chifa de Brasília fica alinhada às outras da praça de alimentação, no primeiro andar do shopping.
Experiência única
Esse será o terceiro empreendimento de Espinoza na capital do Brasil, “cidade que me abriu as portas”, proclama o chef, também proprietário do Sagrado Mar, com os mesmos sócios do Taypá. Ele espera que a nova casa, cujo nome completo é Cantón Peruvian & Chinese Food, “ofereça uma viagem a sabores nunca experimentados em Brasília”.
Uma rápida espiada nas entradas dá uma ideia da mescla que contempla a delicada massinha frita — típica da cozinha cantonesa chamada wonton — e o famoso rolinho de primavera ao lado do tiradito de filé mignon com dois molhos. Você poderá escolher uma delas entre mais outras duas como abertura do menu executivo, que sai por R$ 58 com o prato principal.
Desde que virou moda a fusão de culinárias, passou-se a usar também utensílios típicos, como a panela wok, mas talvez pouca gente saiba a origem. Wok é simplesmente a pronúncia cantonesa para a palavra chinesa que significa “panela”. Em mandarim, seria guo. É na wok que é preparada grande parte dos pratos principais, como os executivos lo mein — macarrão com vegetais e cogumelos; e cruyoc — filé mignon suíno crocante com legumes, abacaxi e pêssego ao molho de tamarindo, acompanhado de arroz frito com vegetais e peixe grelhado com molho de temperos chineses. A quarta opção é um filé mignon com legumes e molho chifa, escoltado por batata e arroz frito. Sem entrada, cada prato sai por R$ 49.
Pato Pequim
Bem mais extenso é o cardápio regular da casa, onde você encontra sopa com um monte de ingredientes no caldo de frango, como wontones recheados, macarrão, porco assado, camarão, ovo de codorna e vegetais por R$ 59. Nas entradas, há dois ceviches: o clássico (R$ 38) e o da casa, com atum, leite de tigre de tamarindo e palha de wonton frito (R$ 42). Destaque para o pato Pequim, metade da ave assada com molho de soja e mel, acompanhada de panquecas, salada de pepino com molho de alho e óleo apimentado (R$ 120).
Entre os pratos principais, há o Tusan — peixe grelhado ao molho de leite de coco, cogumelos e camarão com purê de ervilhas, wasabi e shimeji —, bem como camarão e lula chifa com legumes e molho curry picante, com arroz de abacaxi e amêndoas, ambos por R$ 72 cada. O prato mais caro é um polvo feito na wok com legumes e molhos cantoneses, acompanhado de batatas fritas rústicas e picles de cinco sabores por R$ 76. Reservas pelo telefone: 3256-8798.
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