Coronavírus

Saúde altera regras da xepa

As doses remanescentes que sobrarem nos postos serão destinadas à população que faz parte do público-alvo da imunização, ou seja, pessoas com 48 anos ou mais. Professores da rede privada começam a ser vacinados hoje

Samara Schwingel
postado em 28/06/2021 21:48
 (crédito: Paulo H. Carvalho/Agencia Brasília)
(crédito: Paulo H. Carvalho/Agencia Brasília)

O Governo do Distrito Federal alterou as regras para aplicação das doses remanescentes das vacinas contra covid-19. Antes, a chamada “xepa” era destinada prioritariamente aos profissionais de segurança pública. Porém, como a maioria da categoria foi vacinada, a Secretária de Saúde publicou uma nova circular orientando os profissionais da campanha de imunização a aplicarem as doses remanescentes em pessoas com 48 anos ou mais que não conseguiram agendar o atendimento. Além disso, hoje começa a vacinação dos profissionais de educação da rede privada de ensino.

A mudança da xepa passa a valer a partir de hoje. A infectologista Ana Helena Germoglio frisa que não é preciso ter medo. “A xepa é como qualquer outra dose. Não tem que ter medo. Não tem qualidade ou volume inferior que as outras doses aplicadas”, explica. Segundo ela, o objetivo maior da vacinação é imunizar o maior número de pessoas possível para, assim, reduzir os casos e as vítimas fatais da doença.

Para ter acesso é preciso procurar os postos de imunização próximo ao fim do expediente — que encerra às 17h. As equipes vão verificar qual pessoa presente no local tem a maior idade e vacinar. Porém, segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, atualmente, não sobram muitas vacinas. “A nova circular tem teor de orientação. Claro que não é para correr aos postos tentar pegar a xepa”, disse, durante coletiva ontem no Palácio do Buriti.

De acordo com o último boletim epidemiológico, divulgado ontem pela Secretaria de Saúde, o DF registrou 666 novos casos e 13 mortes por covid-19 nas últimas 24h. No total, são 429.018 infecções confirmadas e 9.206 óbitos desde o início da crise sanitária. Com as atualizações, a média móvel de casos chegou a 741, valor 15,35% menor que o registrado há duas semanass. A de mortes está em 13,29, uma queda de 38% em relação ao mesmo período. A taxa de transmissão do vírus chegou a 0,93.

A variante predominante na capital federal continua sendo a P1, de Manaus. Segundo a secretaria, não há notificação de nenhum caso da variante indiana, a Delta, na região. Até o momento, cinco cepas da doença foram identificadas no DF, entre elas, a P2, do Rio de Janeiro, e a B.1.1.7, do Reino Unido.

Educação
Hoje, começa a vacinação dos profissionais da rede particular, do Ensino Fundamental 1. Oito mil doses de vacinas, entre Janssen e CoronaVac foram destinadas a esse público. O atendimento será por meio de lista nominal enviada à Saúde pela Secretária de Educação, e ocorrerá das 9h às 17h. Os profissionais podem verificar a lista de contemplados no site do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinproep-DF).

Durante o fim de semana, das 10.885 doses separadas para educadores da rede pública, 8.425 foram aplicadas. Apesar do avanço na imunização, ainda não há um cronograma definido para o retorno total das aulas presenciais. “O governador vem dizendo, e isto está mantido, que o retorno das aulas será em agosto. Estamos aguardando a chegada de novas doses para continuar a imunização desse grupo o mais rápido possível”, reforçou Rocha.

Também presente na coletiva, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, destacou que o governo não pode forçar a vacinação e, por isso, a imunização não será determinante para que os educadores voltem ou não ao trabalho presencial. “A vacinação não é obrigatória. Sobre as pessoas que não receberam a vacina por opção, se elas podem voltar ao trabalho, vai ser avaliado por cada empregador. Porém, é importante ter consciência”, disse.

Previsões
Até o momento, o GDF não recebeu uma confirmação de quantas doses deve receber do Ministério da Saúde nesta semana. Porém, durante a coletiva, Gustavo Rocha reforçou que o GDF não vai deixar doses paradas e alertou que alguns grupos registram baixa procura. Das 11 mil doses reservadas para rodoviários, por exemplo, 4.337 foram aplicadas. “As vacinas não ficarão paradas. Se não tomarem, as doses serão aplicadas em outros grupos”, frisou.

A Secretaria de Mobilidade foi acionada para checar o motivo da baixa adesão da categoria. Caso haja o remanejamento de doses e a chegada de mais remessas, o GDF espera conseguir abaixar a faixa etária contemplada pela campanha para 47 anos ou menos.

Ontem, 13.867 pessoas foram vacinadas com a D1 (primeira dose) e 2.639 com a D2 (segunda dose). No total, 935 mil pessoas receberam a primeira dose no DF e 337 mil o reforço. A Janssen é aplicada em dose única e já foi administrada em 13.904 pessoas, sendo 5.799 ontem. A Janssen é destinada para educadores e pessoas em situação de rua, grupo que teve 950 doses da vacina norte-americana reservadas. O público é atendido, desde ontem, nos Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro pop) do Plano Piloto e de Taguatinga e no Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Ceilândia (Creas).

 

Contratações

GDF vai abrir edital para a contratação de 435 profissionais de Saúde para atuarem, principalmente, no atendimento aos pacientes com covid-19. São 50 médicos, 70 enfermeiros, 100 técnicos de enfermagem, 80 padioleiros, 50 motoristas, 40 psicólogos, 35 fisioterapeutas e 10 assistentes sociais. As vagas serão temporárias por seis meses e podem ser renovadas por mais seis. Os profissionais serão contratados para 40 horas. Edital deve ser publicado em breve. Hoje, a Saúde fará a convocação de outros 10 enfermeiros, 10 administradores e farmacêuticos e 12 médicos ortopedistas concursados.

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