Mais rigor na lei para evitar justiça a qualquer preço
O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro incluiu no pacote anticrime enviado ao Congresso um dispositivo que impedia a progressão de regime para bandidos perigosos que se envolveram em crimes graves como Lázaro Barbosa. Isso só seria possível se ficasse assegurado que o preso não voltaria a cometer novos crimes. O projeto não passou na íntegra na Câmara. “Urge mudar a lei para evitar novos Lázaros”, escreveu Moro. Somente com o rigor da lei será possível dificultar reincidências como as que envolvem o caso Lázaro. Muita gente aplaudiu a morte do criminoso ontem — baleado com pelo menos 38 tiros — porque não confia no sistema de justiça criminal e aposta que, se Lázaro fosse preso, logo estaria nas ruas matando, estuprando e assaltando.
Poucas manifestações políticas
O tema que divide torcidas deixou muitos políticos mudos ontem. Poucos quiseram comentar a ação que provocou o desfecho da caçada ao maníaco Lázaro Barbosa. Quem curtiu o momento foi o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), que comandou, por meio de seu secretário de Segurança, Rodney Miranda.
A imagem da morte
Deprimentes as fotos que circularam ontem do cadáver de Lázaro Barbosa. Imagem de muitos tiros na cabeça, pescoço e peito. Os policiais da Rotam não queriam levar um prisioneiro.
Muitos holofotes
O ex-secretário de Segurança Pública do DF Arthur Trindade acredita que o delegado Rodney Miranda, secretário de Segurança de Goiás, ganhou um palanque político de visibilidade na caçada a Lázaro Barbosa. Professor de Sociologia da UnB e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Trindade avalia que houve muitas falhas na busca pelo criminoso. “Miranda deveria ter tratado a operação de busca com cautela e sigilo, apoiando os policiais com os meios necessários, afastando-os dos holofotes. Mas ele não aguentou. Movido por ambições políticas, Miranda inicialmente tentou ganhar mídia e atrair os holofotes. Ele é pré-candidato a deputado federal”, escreveu Trindade em editorial na Newsletter do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Vacinado
Aos 48 anos, o senador Reguffe (Podemos-DF) tomou ontem a primeira dose da Pfizer. “Foi uma longa espera, mas chegou minha vez. Agora é esperar a segunda dose. Muito dura e triste essa pandemia. Era para o Brasil e também o DF estarem muito mais adiantados na vacinação”, disse ao blog. No fim da tarde, começou uma reação ao imunizante, uma dor de cabeça, que muita gente sentiu.
A pergunta que não quer calar….
Com a morte de Lázaro Barbosa, acaba a possibilidade de esclarecimento total da chacina da família Vidal em Incra 9?
Padrinho
Um dos superiores hierárquicos no Ministério da Saúde que teriam pressionado o servidor Luis Ricardo Miranda a importar a vacina indiana Covaxin foi nomeado no cargo pelo secretário-geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni. No cargo de chefe da Casa Civil, Onyx assinou o ato de nomeação de Roberto Ferreira Dias como diretor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde.
Fofocas e mentiras
Presidente do PP-DF e aliada do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a deputada Celina Leão (PP-DF) postou no Twitter um desmentido sobre rumores de crise em seu partido: “O Progressista está mais unido do que nunca. As fofocas são mentira e tentativa de criar narrativas. O nosso apoio é incondicional aos nossos deputados! Por aqui tudo em paz!”. Há semanas se comenta nos bastidores políticos o racha na legenda, que teria se agravado com as denúncias dos irmãos Miranda, que atingem o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR).
Estratégia
A ordem entre governistas é ganhar tempo antes do depoimento do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), na CPI da Covid sobre as denúncias de pressão para compra da vacina Covaxin. O requerimento de autoria do presidente, senador Omar Aziz (PSD-AM), deve ser votado hoje. A estratégia é transformar a convocação em convite e retardar a data da ida de Barros à CPI, apostando que o recesso parlamentar poderá esfriar um pouco o assunto.
Só papos
“Lázaro: CPF cancelado. Parabéns aos heróis da PM-GO por darem fim ao terror praticado pelo marginal Lazaro, que humilhou e assassinou homens e mulheres a sangue frio. O Brasil agradece! Menos um para amedrontar as famílias de bem. Suas vítimas, sim, não tiveram uma segunda chance”
Presidente Jair Bolsonaro
“As milícias do Rio costumam comunicar suas execuções nas redes sociais, com a expressão: ‘CPF cancelado’. Estranho que um presidente da Republica use a mesma expressão para comunicar a eliminação de um bandido
em Goiás...”
Economista João Pedro Stedile, fundador e membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
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