Capital S/A

Samanta Sallum
postado em 30/06/2021 22:07
 (crédito: Juan Mobromata/AFP)
(crédito: Juan Mobromata/AFP)

"O sucesso não acontece por acaso. É trabalho duro, perseverança,
aprendizado, estudo, sacrifício e, acima de tudo, amor pelo
que você está fazendo ou aprendendo a fazer"

Pelé


Consórcio Brasil Central decide suspender compra de vacina russa

Formado por seis estados e o Distrito Federal, o grupo decidiu suspender o processo de compra de 14 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. A aquisição seria feita diretamente do Fundo Soberano Russo, e não pela empresa União Química. Chegou a ser formalizada uma carta de intenções de compra. Em princípio, o pedido do Consórcio Brasil Central (BRC) foi de 28 milhões de doses, o suficiente para imunizar a população dos seis estados e do DF. A resposta foi de que só seriam possíveis 14 milhões. O preço negociado estava em torno de US$ 9 por vacina. Apesar de não ter o registro da Anvisa, foi permitida, no início de junho, a importação direta pelos governadores, desde que seguindo uma série de regras impostas pelo Ministério da Saúde. O consórcio dos estados do Nordeste está realizando a compra. Mas os do BRC Central resolveram que não seria mais necessária a aquisição, diante dos empecilhos e da polêmica em torno de negociações sobre as vacinas. Fazem parte: Maranhão, Rondônia, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do DF.

 

Cronograma demorado

“Seria agora um trâmite muito longo e complicado concluir a compra (da Sputnik). Manifestamos interesse, mas o cenário mudou e temos a real perspectiva de sermos abastecidos totalmente pelo governo federal, pelo Programa Nacional de Imunização. A previsão é que até outubro o DF esteja vacinado”, explicou à coluna o vice-governador do DF, Paco Britto, que é o secretário executivo do Consórcio Brasil Central.

 

Assédio de atravessadores

Paco Britto confirmou o assédio aos dirigentes dos estados por pessoas que se dizem representantes de empresas oferecendo a venda de vacinas. Mas o BRC decidiu não fazer transação direta de compra, ou seja, independente do governo federal. “Eles chegam, dizem que têm vacinas e jogam o preço alto. Alegam a oscilação de valor devido à grande procura e à pouca oferta. Nós respondemos que temos órgãos de controle e que o dinheiro público não pode ser investido nesse parâmetro. Negamos esse tipo de negociação”, afirmou o vice-governador.

 

Xeique árabe

Governadores, inclusive Ibaneis, receberam cartas oficiais de convite para irem aos Emirados Árabes negociarem vacinas de supostos investidores dos laboratórios de produção. Convites assinados por xeiques. “Procuramos a Embaixada dos Emirados Árabes, que não reconheceu a existência da tal empresa que tentava o contato”, revelou Paco.


Mobilização por doações

O vice-governador disse que é importante apurar as denúncias da CPI da Covid no Senado. “São graves e precisam ser esclarecidas. Mas a imunização não pode parar. A solução para a pandemia é a vacinação em massa. Não terão UTIs e respiradores suficientes por mais que nos esforcemos para garantir o máximo de atendimento. A saída não está em mais hospitais. Mas sim na vacina”, enfatiza. Paco também está à frente do Comitê Todos contra a Covid, criado no DF. Ele ajudou a mobilizar os empresários do comércio e da indústria a fazerem doações para a expansão dos hospitais de Ceilândia e Samambaia e também de máscaras e álcool em gel. “Nós nos unimos ao setor produtivo e à sociedade civil neste enfrentamento à pandemia e o resultado está sendo muito positivo.”


A importância do atacado para o pequeno varejo

O superintendente do Sebrae no DF, Valdir Oliveira, defende o setor atacadista como essencial para a sobrevivência dos pequenos comerciantes do varejo: aquelas mercearias, padarias, farmácias e armarinhos
de bairro.

 

Cidade Logística

Ele aponta três importantes frentes para fortalecer o atacado: a criação da Cidade Logística, com subsídios para terrenos entre 20 e 40 mil m²; a prioridade para aprovar o PLC 05/2021 no Congresso Nacional, para estender o prazo da convalidação e equiparação de benefícios fiscais da indústria do setor de 5 anos para 15 anos; e o crédito de fomento, ancorando com outros recursos as operações comerciais entre o atacado e o pequeno varejo. Assim, as grandes empresas podem ser fornecedoras de capital de giro e abastecer o pequeno varejo de mercadorias.

 


Polo de distribuição

“Quem chega ao pequeno negócio é o atacado. A grande indústria, muito menos os bancos, pode alcançar essas pequenas empresas. Fortalecendo o atacado do Distrito Federal poderemos transformar Brasília no grande polo de distribuição do Brasil”, aponta Valdir Oliveira.

 

Luos só depois do recesso

Ficou para o segundo semestre a apreciação da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos). A expectativa do setor produtivo no DF não se concretizou, que era a aprovação da revisão da Lei antes do recesso parlamentar. Os distritais encerraram as atividades com a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). No entanto, o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente, afirmou que o período “não é de férias”, que os gabinetes continuarão funcionando em julho e que pode haver convocação extraordinária, se necessário.

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