Eixo capital

Ana Maria Campos
postado em 02/07/2021 23:01 / atualizado em 02/07/2021 23:18
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Ministro do STF autoriza abertura de inquérito contra deputada Paula Belmonte por indícios de irregularidades

A pedido da Procurador-geral da República, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito para apurar a suposta prática de caixa dois por parte da deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) e do marido dela, o advogado Luís Felipe Belmonte. Os indícios foram encontrados pela Polícia Federal (PF) no aparelho celular de Belmonte, apreendido em busca e apreensão realizada em junho do ano passado, para apurar a origem de recursos dos “atos antidemocráticos” contra o STF. Segundo o despacho de Moraes, a PF identificou um diálogo em que Belmonte conversa com sua esposa, Paula, em agosto de 2019, sobre a criação de uma empresa de eventos. Ainda segundo o ministro do STF, Belmonte afirma que a empresa foi montada com o intuito de justificar o dinheiro (R$ 2 milhões) de caixa-dois investido campanha de “Ivan”. Essa operação estaria sendo investigada pela Polícia Civil e rastreada pelo COAF. Em depoimento à PF, Belmonte afirmou que a busca foi totalmente ilegal, negou caixa dois e afirmou que Ivan se tratava do empresário Ivan Felipe Dutra, com quem havia uma tratativa de arrendamento de um espaço no Clube do Congresso. O negócio, no entanto, não teria ocorrido desta forma.

Transferência para advogada dos Bolsonaro

Na época da Operação de busca e apreensão, o empresário Luís Felipe Belmonte era vice-presidente nacional do Aliança, partido que daria abrigo para o presidente Jair Bolsonaro. No depoimento à PF, Belmonte também precisou esclarecer por que realizou a transferência de R$ 634 mil para o escritório Kufa Sociedade Individual de Advocacia, da advogada Karina Kufa, que representa Bolsonaro e os filhos nos processos eleitorais. Belmonte respondeu que houve a transferência desse valor em decorrência da realização de uma perícia extrajudicial que está sob sigilo profissional.

Defesa aponta equívocos

Em nota, o advogado Eduardo Toledo, que representa o casal Belmonte afirmou: “O primeiro equívoco está no fato de que Belmonte foi investigado originalmente a partir de duas simples notícias de jornal, sem qualquer outro elemento de convicção minimamente indiciário. Ainda assim, teve a residência (que funciona como escritório durante a pandemia) devassada por busca e apreensão, com arrecadação de elementos protegidos pelo sigilo advogado/cliente e totalmente fora do escopo da diligência, o que torna ilícitas as eventuais provas discrepantes do objeto da investigação”. Também sustentou: “Segundo equívoco da decisão consiste na falsa premissa de que atos lícitos realizados entre Belmonte e suas empresas e a Inclutec e seu sócio Sergio Lima possuiriam conexão com a divulgação de atos atentatórios à democracia ou a integrantes dos poderes legislativo e judiciário. Essa conexão nao foi reconhecida pela Polícia Federal, tampouco pelo próprio Ministério Público Federal, os quais requereram expressamente investigação separada, em primeiro grau”. E finalizou: “O terceiro e último equívoco radica em envolver a deputada Paula Belmonte exclusivamente por ser esposa de Luis Felipe na aquisição de uma empresa de cujas tratativas ela não participou, e que nada tem de ilícito, consistindo em mera interpretação de diálogo de WhatsApp que, como acima referido, sequer poderia ter sido objeto de investigação”.


Siga o dinheiro

R$ 43.190.680.310,00

É o valor do orçamento do DF para 2022, segundo a LDO aprovada nesta semana pela Câmara Legislativa. Montante é apenas 1,1% maior que o deste ano

 

Posse marcada pela biografia pessoal

Leonardo Bessa teve uma posse simples, mas bonita para o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Por causa da pandemia, a cerimônia ocorreu por videoconferência. Foi rápida, com menos de 25 minutos, aberta com o hino nacional executado pela cantora e servidora da Casa Virgínia Feu Rosa, que ao final chegou a embargar a voz. O presidente do TJDFT, Romeu Gonzaga Neiva, leu a biografia de Bessa, com passagens pessoais, como o gosto do novo desembargador pela natação, pelo polo aquático — que costuma jogar com os três filhos — e pela capoeira, além do apreço por bons vinhos e café. Aos 53 anos, Bessa passou quase 30 anos no MPDFT, onde tomou posse por concurso público em 5 de dezembro de 1991, dia em que completou 24 anos. Exatos 23 anos depois, na mesma data, ele assumiu o cargo de procurador-geral de Justiça do DF, nomeado pela então presidente Dilma Rousseff. Dois anos depois, ainda no dia do aniversário, Bessa assumiu o segundo mandato para o qual foi nomeado por Michel Temer. Agora, foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro entre três procuradores selecionados pelo TJDFT, de uma lista de seis integrantes do MPDFT, eleita pela classe. Entre os colegas, Bessa foi o mais votado, assim como ocorreu nas duas eleições internas para a Procuradoria-Geral de Justiça do DF. Tomando posse de casa, Bessa recebeu do seu primogênito, Leonardo Henrique Bessa, a Medalha da Ordem do Mérito do Judiciário do Distrito Federal e dos Territórios, que simboliza a magistratura. Numa outra coincidência de datas, ele tomou posse no dia do aniversário da mãe, Liliana Roscoe Bessa.

 

A pergunta que não quer calar….

Alguém recebeu vacina vencida no DF?


Só papos

“Segurança do voto, transparência e auditabilidade, três coisas que o ministro (Barroso, do TSE) garantiu que existem. Mas que eu sei muito bem que não existem porque estudo esse assunto há muito tempo”

Deputada federal Bia Kicis (PSL-DF)


“O bolsonarismo coloca uma faca no pescoço da democracia. Se não aceitar o voto impresso, ele vai questionar os resultados eleitorais. Se aceitar, vai questionar do mesmo jeito, só que com tempo para mobilizar seus apoiadores radicais”

Deputado federal professor Israel Batista (PV-DF)

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