O advogado e professor de direito Jorge Amaury Maia Nunes, 66 anos, morreu na manhã de ontem, por complicações da covid-19. Ex-alunos fizeram uma homenagem para celebrar o legado e a memória de Nunes pelas redes sociais. O velório está marcado para hoje, às 9h, no Cemitério Jardim Metropolitano, em Valparaíso (GO), onde será cremado
A luta contra a infecção pelo novo coronavírus durou 47 dias. Nesse período, devido à gravidade do quadro, ele teve de ser internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Brasília no Lago Sul e submetido à intubação.
Com o comprometimento dos pulmões e do coração, Amaury Nunes passou pela Ecmo (oxigenação por membrana extracorpórea), mesmo tratamento do humorista Paulo Gustavo, que também morreu em decorrência da doença. Querido entre parentes, amigos, colegas de trabalho e alunos, a família decidiu registrar nas redes sociais o andamento do tratamento de Amaury, para manter todos a par da evolução do quadro dele. Nunes deixa a esposa, Ana Laura Nunes, com quem foi casado por mais de 40 anos, duas filhas e um filho.
Trajetória
Jorge Amaury Maia Nunes nasceu em Belém (PA) e formou-se em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA), pela qual se tornou mestre. Estudioso, foi aprovado no concurso para consultor jurídico do Banco Central (Bacen), onde começou a atuar em 1976.
Nos anos 1980, Amaury foi transferido pelo Bacen de Belém para Brasília, e mudou-se com toda a família. Em 1995, foi aprovado em 1º lugar no concurso para professor na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), onde lecionou por mais de 26 anos. Mesmo depois de se aposentar, não ficou longe da cátedra e retornou à sala de aula como voluntário.
Doutor em direito pela Universidade de São Paulo (USP), Amaury Nunes fez carreira como procurador da Fazenda Nacional. Depois, abriu seu escritório de advocacia. A expertise o levou ao cargo de conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) em 2007, e diretor da Escola Superior de Advocacia. Ainda, foi presidente da Associação Brasiliense de Direito Processual Civil (ABPC). “O legado de excelência e profissionalismo serão sempre lembrados. Nossas orações e sentimentos aos familiares e amigos, por esta perda inestimável”, destaca o diretor-geral da Escola Superior da Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Distrito Federal (ESA/DF), professor Rafael Oliveira
Pesar
As redes sociais foram inundadas de mensagens que lamentaram a perda. Sobre Amaury, o amigo Juliano Costa Couto disse que “se vai um passarinho cujo cantar tocava as pessoas de maneira marcante, inesquecível”. Para ele, Nunes era como um pai. “Do lado cá fiquemos com o peito vazio, a alma chorosa e o coração lotado exclusivamente de magníficas lembranças, lições, piadas e gargalhadas”, escreveu.
Colegas e autoridades comentaram a morte de Amaury Nunes. “A advocacia do Distrito Federal perde um dos seus mais qualificados integrantes. Sua atuação como professor da UnB e na ESA/DF marcaram positivamente a formação de gerações de advogadas e advogados de Brasília”, destacou a advogada Thais Riedel em publicação. “Era um dos mais respeitados juristas do país. Discreto, competente, daquelas pessoas fáceis de lidar”, acrescentou o secretário de Economia, André Clemente.
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