Fundo Constitucional perde R$ 1,59 bilhão,
e GDF fica impedido de reajustar salários
No Orçamento de 2022, o Fundo Constitucional do Distrito Federal — verba destinada ao custeio da segurança pública e de parte das despesas com as áreas de saúde e educação — vai retroceder ao patamar de 2019, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada na semana passada. Por causa da crise nacional, o fundo perderá, no próximo ano, R$ 1,59 bilhão, devido à queda na Receita Corrente Líquida da União, base de cálculo para os repasses federais. O GDF terá à disposição R$ 14,26 bilhões, menos do que os R$ 14,3 bilhões transferidos em 2019. Essa foi a maior queda percentual desde 2004. O resultado é que o governo terá de apertar os gastos, e não há como se falar em aumento salarial. O governador Ibaneis Rocha (MDB) precisa se cercar de cuidados com o orçamento, porque 2022 é ano de eleições.
Sondagens
O superintendente do Sebrae-DF, Valdir Oliveira, tem sido procurado por representantes da cidade com a ideia de uma candidatura a governador ou vice. Ele não tem partido, mantém boa relação com muitos políticos — como o governador Ibaneis Rocha (MDB), o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB), o senador José Antônio Reguffe (Podemos-DF) — e conta com muito apoio do setor produtivo.
O caminho de Leila
No PSB, há muitas dúvidas quanto à intenção da senadora Leila Barros (PSB-DF) de disputar o cargo de governadora no próximo ano. Ela, aliás, tem dificuldade para se aliar ao ex-presidente Lula.
Mais um candidato para a OAB-DF
Outro provável candidato surge para as eleições da OAB-DF, em novembro. É o advogado Guilherme Campelo. Sobrinho do ministro aposentado do Tribunal de Contas da União (TCU) Valmir Campelo, é filho do advogado Estênio Campelo. Guilherme busca aliados para compor uma chapa.
Só papos
“Não vou admitir um sistema fraudável de eleições, e eu não quero problemas, nem dezenas de milhões de brasileiros que vão às urnas no ano que vem. Eu estou apresentando uma maneira de não termos como desconfiar dos resultados finais das eleições”
Presidente Jair Bolsonaro
“O Bolsonaro tá querendo imitar o Trump de novo... Dizendo que, se não tiver voto impresso, vai ter fraude eleitoral. Fraude eleitoral foi a eleição dele, em que me prenderam para eu não ser candidato, e ainda ganharam na base das fake news”
Ex-presidente, Lula
A pergunta que não quer calar….
O governador Eduardo Leite (PSDB) se lançou para a disputa ao Palácio do Planalto?
Enquanto isso...
Na sala de Justiça
Decisão da Comissão Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) determina a retirada de toda e qualquer veiculação feita pelo advogado Everardo Gueiros e do grupo Somos Um Movimento, por meio de outdoors, telões e assemelhados, no prazo de 24 horas a contar da intimação. Everardo lançou o Somos Um Movimento como candidato à presidência da OAB-DF, em oposição à atual direção da entidade. A propaganda antecipada é considerada flagrantemente ilegal pela instituição, além de violar as regras eleitorais.
Mandou bem
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), venceu as barreiras do preconceito e se declarou um “governador gay”. Atitude corajosa em um país tão conservador e com um presidente da República mais ainda.
Mandou mal
Segundo dados divulgados pelo epidemiologista Pedro Curi Hallal, a mortalidade por covid-19 no mundo é de 507 mortes por 1 milhão de habitantes. No Brasil, o número é cinco vezes maior: 2.447 vítimas por 1 milhão de habitantes.
À QUEIMA-ROUPA
Deputado distrital
Fábio Félix (Psol)
“Sofro preconceito desde sempre como LGBTI. Sofro e sofri homofobia todos os dias do meu mandato na Câmara Legislativa. Não me abato hoje. Levanto a cabeça e sigo firme no engajamento, nas pautas com que me comprometi”
A declaração do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sobre ser um
“governador gay” repercutiu muito. Acredita que ele terá prejuízos
políticos em um país onde ainda há preconceito?
Os ganhos e prejuízos políticos estão mais relacionados a como ele vai se posicionar daqui para a frente. Ele não virou governador defendendo a agenda LGBTI. Sair do armário é um ato de coragem em um país cheio de preconceito, violência e governado pelos líderes do atraso. Mas é importante, além de sair do armário, assumir uma agenda política contra o preconceito.
Esse sempre foi um tema tabu na
política. Acredita que pode mudar?
Acredito que sim. Até recentemente, o assunto era proibido. Poucos políticos tinham coragem de defender essa agenda. Jean Wyllys foi nosso precursor. Érika Kokay, no DF, mesmo não sendo da comunidade, sempre defendeu de forma clara. E, agora, temos tido avanços de representatividade com mais LGBTIQIA+ na política. Érika Hilton, David Miranda, (Fabiano) Contarato e Vivi Reis são grandes referências. Não vamos retroagir.
O conservadorismo que elegeu um presidente
como Jair Bolsonaro aceita um governador gay?
Não aceita. Isso podemos ver no próprio discurso de Bolsonaro sobre o assunto. É um presidente que faz tudo para desqualificar as mulheres, atacando as jornalistas. Ele minimiza o sofrimento histórico dos negros e odeia LGBTI. Então, acho que a relação é inconciliável com esse presidente. Fico feliz que o governador do Rio Grande do Sul tenha rompido com o presidente em quem ele votou no segundo turno da eleição. O conservadorismo hipócrita que elegeu Bolsonaro está sendo derrotado.
O Brasil elegeria um presidente assumidamente gay?
Acho que isso é possível. Mas espero que seja um nome que, além de ser um presidente gay, seja um gay presidente, comprometido com o enfrentamento à desigualdade social, ao racismo e a tantas violações que o Estado precisa enfrentar.
Você sofre preconceito?
Sofro preconceito desde sempre como LGBTI. Sofro e sofri homofobia todos os dias do meu mandato na Câmara Legislativa. Não me abato hoje. Levanto a cabeça e sigo firme no engajamento, nas pautas com que me comprometi. Mas ser gay é saber que a homofobia e a violência são presentes no cotidiano.
Como reage?
Às vezes, fico triste (ao ver) que estamos nesse patamar, mas reajo enfrentando, nos discursos e ações do gabinete, todo tipo de violência. Trabalho para mudar isso na dinâmica do dia a dia, não ficando acuado, e chamando mais gente para se engajar nessa luta. Acredito muito na nossa capacidade coletiva. Nós podemos mudar a realidade se a gente se organizar.
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