Mais faixas etárias na fila

Pessoas com 41 anos ou mais poderão marcar a vacinação contra a covid-19. Agendamento começa amanhã, às 10h. Secretaria de Saúde não informou quantas vagas serão disponibilizadas para o novo público. GDF espera receber 32.600 doses dos imunizantes em dois dias

SAMARA SCHWINGEL - CIBELE MOREIRA
postado em 08/07/2021 22:09
 (crédito:                       Marcelo Ferreira/CB/D.A Press              )
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )

Na expectativa de receber 32.600 doses de vacinas contra a covid-19, entre hoje e amanhã, e com o remanejamento de mais 3.698 imunizantes, o Governo do Distrito Federal (GDF) ampliou a faixa etária do público-alvo da campanha. A partir das 10h de amanhã, as pessoas que têm 41 anos ou mais poderá agendar o atendimento. A Secretaria de Saúde informou que, como as doses ainda não estão no DF, não há certeza sobre quantas vagas serão abertas. A aplicação a esse novo público terá início na segunda-feira.

A informação foi divulgada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) nas redes sociais e confirmada pelo secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, e pelo secretário de Saúde, Osnei Okumoto, ontem, durante coletiva no Palácio do Buriti. De acordo com os representantes do governo, o DF deve receber 21 mil doses da Pfizer hoje, todas para D1 (primeira aplicação) e 11.600 da CoronaVac, sendo metade para D1 e metade para D2 (reforço). “Além disso, há 3.698 doses sobrando, ou seja, que não foram procuradas pelas pessoas a quem estavam destinadas. Elas serão remanejadas para atender ao novo público”, disse Gustavo Rocha.

Até o momento, o DF imunizou 1.456.307 pessoas, sendo 1.081.008 com a D1, 354.614 com a D2 e 20.685 com a dose única, da Janssen. Ontem, houve 16.077 aplicações da primeira dose, 3.808 do reforço e 3.166 da dose única. A vacina da Janssen está sendo usada para atender professores e a população em situação de rua.

As professoras Melca Lima, 36, Leidiane dos Santos, 31, e Keila Maria Silva, 40, se imunizaram nessa quinta-feira. Para elas, esse momento representa um alívio de meses de muita apreensão. “É a esperança de que tudo vai melhorar, sabemos que não será como antes, mas esperamos que a gente tenha condições de vida melhor”, ressalta Melca. As três trabalham na Escola Classe 28 do Gama.

Sobre o retorno presencial, as docentes contam que estão otimistas. A aula presencial é bem melhor que o ensino remoto. É difícil alcançar todos os alunos. E o nosso trabalho triplicou também”, relata Keila Maria. A intenção do GDF é finalizar a vacinação de professores da rede pública até domingo e retomar as aulas presenciais em 2 de agosto. Os próximos na lista seriam os professores universitários, porém, sem data para o início, pois depende do envio de doses pelo Ministério da Saúde.

Mudanças na D2

O secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, informou que, a partir de agora, os brasilienses que tomaram a primeira dose das vacinas em outros estados não precisarão procurar a Ouvidoria do GDF para receberem o reforço na capital federal. Segundo ele, basta apresentar um comprovante de residência, provando que mora no DF, no ponto de vacinação, que a pessoa poderá se imunizar com o reforço.

Rocha frisou que apenas serão atendidas as pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha adotada pelo GDF. “Só poderá receber a segunda dose se aquela idade estiver sendo vacinada aqui, e a pessoa levar o comprovante de residência. Mesmo com muitos municípios vacinando faixas etárias abaixo da nossa”, destacou.

Até então, a Secretaria de Saúde havia determinado que, quem recebeu a D1 em outro estado e desejasse se vacinar com a D2 no DF, deveria abrir um chamado na Ouvidoria. Os casos seriam analisados individualmente. Entretanto, devido à alta demanda, governo mudou a estratégia.

A pandemia

Nas últimas 24h, o DF registrou 577 casos e 13 mortes pela covid-19. De acordo com o boletim epidemiológico emitido pela Secretaria de Saúde, no total, a capital acumula 435.982 infecções e 9.344 óbitos pelo novo coronavírus, desde o início da crise sanitária.

A taxa de transmissão do vírus está em 0,90. A média móvel de casos é de 690, 11,2% a menos do que a registrada há 14 dias. A mediana de mortes está em 11,4, valor 34% inferior ao identificado a duas semanas atrás.

Ontem, a rede pública de saúde operava com 73,58% de ocupação das unidades de terapia intensiva (UTIs) voltadas para o tratamento do novo coronavírus. Das 422 unidades, 142 estavam ocupadas, 51 vagas e 229 bloqueadas. Na rede particular, a taxa de ocupação era de 80%, pois, das 270 vagas, 156 estavam com pacientes, 41 livres e 73 bloqueados. Na fila de espera por um leito público, havia seis pessoas com suspeita ou confirmação de infecção pelo Sars-Cov-2.

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Não aplicação será investigada

 (crédito: Reprodução)
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A Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF) vai investigar o caso de uma servidora da Secretaria de Saúde (SES-DF) que teria deixado de aplicar uma dose de vacina contra a covid-19 por volta das 10h de ontem, no drive-thru do Parque da Cidade. Um vídeo registra o momento em que a profissional, que não teve o nome divulgado, insere a agulha com o imunizante no braço de uma mulher de 52 anos, retira sem aplicar o líquido e, depois, aparentemente, injeta a vacina. A paciente se dirigiu ao ponto para receber a segunda dose da AstraZeneca.

Ao perceber o equívoco, a mulher questionou a profissional. “Ela falou ‘ah, é’, aplicou de novo, virou as costas e saiu. Só agradecemos e fomos embora, porque ficamos sem reação”, contou a filha da paciente, que gravou o momento. Ambas preferiram não se identificarem. “Depois de um tempo, com a cabeça mais tranquila, minha mãe questionou a Secretaria de Saúde e voltou ao ponto de vacinação, mas a servidora não estava mais lá”, relatou a jovem.

A mulher que recebeu a vacina é técnica em enfermagem. “Ela é muito atenta e conferiu todas as etapas. Por ser da área, minha mãe fica muito mais ligada nessas horas”, explicou a filha. As duas não vão registrar a ocorrência na polícia, mas abriram uma queixa na Ouvidoria da SES-DF. “Vamos deixar a Secretaria (de Saúde) resolver. Pode ter sido um descuido, mas falta de atenção acaba prejudicando várias pessoas. Minha mãe teve a sorte de perceber, mas quantos podem não ter sido vacinados?”, questiona a filha.

Medidas

A CGDF, responsável pela Ouvidoria-Geral do DF, informou que o afastamento preventivo da servidora está sendo analisado. “O caso será devidamente apurado, bem como serão garantidas todas as etapas de defesa. Se presentes os elementos que configurem infração disciplinar, a servidora será responsabilizada pelos seus atos”, afirmou, em nota oficial. De 1º de janeiro até ontem, foram registradas 21 denúncias nas ouvidorias do DF relacionadas à vacinação contra a covid-19. As manifestações, contudo, não são exclusivamente sobre a aplicação dos imunizantes. A CGDF não informou quantas queixas como a de ontem foram recebidas.

A Secretaria de Saúde afirmou que a denúncia será apurada e as possíveis providências tomadas, “de acordo com o resultado das investigações e levando em conta, sempre, o embasamento legal”.

Registros de denúncias, reclamações ou solicitações sobre a vacinação contra a covid-19 no DF podem ser feitos pelo site ouv.df.gov.br, a qualquer hora, ou pelo telefone 162 (das 7h às 21h, de segunda a sexta-feira, e das 8h às 18h nos finais de semana e feriados).

 

 

 

 

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