A corrida pela vacinação

As 21 mil vagas disponibilizadas pela Secretaria de Saúde para o público a partir de 41 anos esgotaram em 28 minutos. Hoje, há quatro pontos exclusivos de imunização destinados a professores do DF. Na capital, 36,2% da população recebeu, ao menos, uma aplicação

» Rafaela Martins » Darcianne Diogo
postado em 10/07/2021 23:00

A busca por garantir a aplicação das vacinas contra covid-19 está intensa no Distrito Federal. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) disponibilizou 21 mil vagas para pessoas de 41 a 59 anos, e elas foram preenchidas em menos de meia hora, ontem. A imunização para esse público começa amanhã. Os profissionais da educação básica amanheceram ansiosos para receber as doses separadas para a categoria neste fim de semana. A vacinação dos professores começou em 21 de março. Estima-se que 4.175 docentes sejam atendidos entre ontem e hoje. Quatro pontos exclusivos estão recebendo os educadores (Estacionamento 12 Parque da Cidade, Torre de TV, Sesc Ceilândia e Taguaparque), das 9h às 17h.


Na edição do Correio Braziliense de ontem, Amanda Franzosi, 42 anos, advogada e moradora da Asa Sul, contou que estava ansiosa pelo agendamento da vacina, sobretudo, após contrair a covid-19 no fim de março. Ontem, a reportagem conversou novamente com ela, que foi uma das 20.992 pessoas a se cadastrarem para receber a primeira aplicação. “Consegui realizar meu agendamento para segunda-feira de tarde, às 14h30. Entrei no site antes das 10h e fiquei atualizando com o F5 o tempo todo. Na hora que liberou, eu já acessei e não demorei nem um segundo para finalizar, mas eu vi que muita gente não conseguiu. Meu irmão estava tentando para a esposa e não conseguiu”, disse.


Segundo a SES-DF, a página de agendamento teve recorde de acessos simultâneos. Na última quinta-feira, o DF recebeu uma remessa de 21 mil doses da Pfizer e 11,6 mil de CoronaVac, o que permitiu a ampliação do público-alvo da campanha. Desde o começo da campanha, o Ministério da Saúde enviou 1.862.910 doses das vacinas para o Governo do Distrito Federal (GDF). Até o momento, 1.075.969 pessoas estão imunizadas com a primeira aplicação, 362.215 receberam o reforço e 30.136 tomaram a dose única (DU) da Janssen. Ontem, 1 mil pessoas foram vacinadas com a primeira aplicação; 721, com a segunda; e 2.397, com a dose única. Ou seja, 36,2% da população do DF recebeu, pelo menos, uma dose.

Docentes

Com 34.450 doses únicas da Janssen destinadas exclusivamente a professores, a fila do drive-thru da Torre de TV ocupou parte do Eixo Monumental na manhã de ontem. Na primeira fase da campanha para docentes, profissionais que atuam na educação infantil e dirigentes das escolas públicas foram contemplados com doses da AstraZeneca e da CoronaVac. Para a segunda fase, o plano incluiu as demais séries do ensino básico, e a vacina aplicada está sendo a de dose única.


A professora da educação infantil Ana Barroso, 38 anos, estava aguardando com grande expectativa para receber a DU. “Estou saindo de um drive julino da escola que trabalho, e a expectativa das crianças para a volta também é grande. Outras amigas chegaram cedo para vacinar, devido à ansiedade. Estou feliz em poder voltar e vacinar, tem tanta gente morrendo. Mesmo assim, os cuidados continuam, porque trabalhar com criança é entender que elas vão querer estar juntas, brincando, usando o parquinho, e isso não vai acontecer”, adiantou.


Dentro do carro há quarenta minutos, a professora de canto e coral, da Escola de Música de Brasília (EMB) Elisa Silveira, 40, não escondia a alegria enquanto esperava sua vez. “Estou superfeliz e realizada. É um dia bem simbólico, de esperança, para voltar ao normal, que a gente nem sabe se vai voltar. Mas é um dia muito feliz, com certeza”, celebrou a musicista. Mesmo vacinada, a professora não descarta a preocupação com os alunos, que não estão imunizados.


O professor da educação técnica Álvaro Henrique Santos, 40, dá aulas de violão erudito na EMB. “Esperei demais por esse momento. Eu moro próximo a um laboratório particular que está testando pessoas com covid-19, por isso, eu e minha mãe redobramos, triplicamos a atenção. Ficamos em isolamento social, minha mãe tomou a primeira dose e não tivemos covid, em função do maior cuidado que tomamos”, avaliou o educador, que ficou na fila por 40 minutos.

Mortes

Nas últimas 24 horas, a Secretaria de Saúde registrou 599 casos de covid-19 na capital. O total de pessoas infectadas chegou a 437.248, dos quais 421.026 estão recuperadas da doença (96,3%). Ceilândia continua a ocupar o primeiro lugar na lista das cidades com o maior número de pessoas infectadas (48.410), seguido pelo Plano Piloto (42.310) e Taguatinga (34.507).


Segundo o boletim epidemiológico da pasta, 9.370 pessoas perderam a vida para a covid-19 no DF. Ontem, o órgão notificou 13 óbitos, que ocorreram entre 19 de junho e ontem.


Até a tarde de ontem, os hospitais da rede pública de saúde estavam com 75,86% da capacidade total de leitos da unidade de terapia intensiva (UTI) para adultos, com 36 vagas. Já nos hospitais particulares, a taxa de ocupação estava em 77,08%, com 45 leitos livres para tratamento da covid-19.

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