Já virou rotina o brasiliense ver, ao amanhecer, uma paisagem digna de cinema, tomada por nevoeiro. A neblina e a baixa visibilidade se farão presentes durante as primeiras horas do dia, entre 6h e 7h, ao longo desta semana, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A semana também será fria, com temperaturas entre 9ºC a 26ºC. A umidade relativa do ar deve variar entre 80% e 25%.
De acordo com a meteorologista do Inmet Andrea Ramos, o nevoeiro é parecido com uma nuvem baixa, que se concentra próximo ao solo a partir da combinação da umidade elevada, queda na temperatura e vento moderado. Ele se forma, mais ou menos, da mesma maneira que as nuvens, ou seja, pela concentração de gotas de água em suspensão na atmosfera. “É uma característica do inverno. Para acontecer, tem de ter uma umidade de 90 a 95%, que é um condicionante das baixas temperaturas”, reforça.
Andrea Ramos explica que a névoa úmida costuma surgir pouco antes do nascer do sol, quando há condições climáticas que favorecem esse fenômeno. “Geralmente, acontece no final da madrugada e início da manhã”, pontua. Quem curte a paisagem busca tirar o máximo de proveito. É o caso do fisioterapeuta Fernando Santiago, 43 anos. Morador da Asa Norte, ele conta que corre todos os dias, por volta de 6h. “Esse costume começou ano passado. Após ler um livro, decidi fazer algumas mudanças e comecei a correr todos os dias”, conta.
O encontro programado com o Sol foi uma das formas que Fernando encontrou, também, de manter a saúde em dia. “Corro dois quilômetros e meio, na ida, e dois quilômetros e meio, na volta. No meio, faço um intervalo, uma pausa, para admirar o Sol, fazer as minhas orações e, ao mesmo tempo, cuidar da minha saúde, mantendo um estilo de vida saudável”, defende.
Ele explica que não é fácil abdicar do tempo na cama para fazer as caminhadas matinais, mas com o tempo cria-se o costume, ainda mais no frio. “Depois que você faz vários dias seguidos, começa a ficar mais fácil, nem precisa de despertador. Essa neblina e frio não me atrapalham, eu só tenho que ir mais agasalhado. É até bom que não faz calor”, ressalta. De acordo com ele, o que muda são os cuidados. “Tenho que ficar mais alerta durante o caminho, devido à baixa visão”, acrescenta.
Névoa seca
Quanto mais gotas estiverem pairando no ar, mais denso é o nevoeiro: se for fraco, é chamado de névoa úmida. Se for forte, e a visibilidade horizontal for restrita a menos de mil metros, é chamado de nevoeiro. Segundo Andrea, há um padrão no inverno, que torna a condição do tempo favorável para o surgimento da neblina. “Ela é caracterizada pela baixa nebulosidade. No inverno, há, ainda, a névoa seca, quando está muito quente, com baixa umidade, e a visibilidade oscila”, conta a meteorologista.
A previsão, segundo Andrea, é que a névoa seca predomine ao longo da semana, devido às altas temperaturas e umidade baixa. Ela aparecerá durante a tarde, e pela manhã e à noite o céu fica claro. “A condição de tempo deixa o céu claro ao longo do dia, com névoa seca na parte da tarde e a noite clara, com poucas nuvens. Mas ainda persiste esse padrão, com o Sol aparecendo e o céu estrelado”, garante a meteorologista.
Cuidados no trânsito
A atenção nas estradas deve ser redobrada com a formação de neblinas. De acordo com o diretor de educação do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), Marcelo Granja, quando há baixa visibilidade é preciso mais cuidados. Dentre eles, está a redução da velocidade média e a distância entre veículos. Marcelo chama a atenção, ainda, para o uso do farol. “Algumas pessoas acendem o farol alto, mas ele deve ficar no médio. Ao acendê-lo, o reflexo pode voltar e dificultar ainda mais a visão”, pontua.
Outro cuidado que deve ser adotado pelos motoristas é com a manutenção do carro. “É importante verificar as condições dos pneus, porque o próprio solo pode ficar mais úmido. Em períodos de chuvas e nevoeiros, a atenção às condições do transporte devem ser sempre redobradas”, reforça. Além disso, o motorista deve sempre manter os vidros dos carros fechados para evitar a condensação de água e o embaçamento. “Devem sempre acionar o limpador de parabrisas”, ressalta.
Segundo Marcelo, caso o motorista sinta dificuldade em enxergar numa distância de 20 a 30 metros, o ideal é parar no acostamento, caso haja condições. O aconselhável é procurar um acostamento em vias rurais. Em locais urbanos, a luminosidade da via nos permite caminhar. Mas caso seja difícil, o motorista deve reduzir a velocidade e manter a distância, sempre atento aos pedestres e ciclistas”, diz. “A falta de visibilidade faz dirigir às cegas e isso pode gerar um problema maior. Os nevoeiros em Brasília costumam ser mais brancos, mas a dificuldade na visão deve ser motivo para parar”, complementa.
No caso de ciclistas e pedestres, Marcelo Granja também faz a recomendação. “O alerta que a gente coloca é que andem com roupas claras. O ciclista exige as iluminações da bicicleta, o que auxilia na identificação visual”, explica. “Em caso de baixa visibilidade há aumento de riscos. O que ocorre em caso de nevoeiro é a mesma coisa que acontece em chuvas intensas, quando se perde a visão”, pontua.
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