IMUNIZAÇÃO

Covid-19: antecipação de segunda dose da vacina começará por professores no DF

Governo local anunciou que profissionais da rede pública de ensino vacinados com doses da Oxford/AstraZeneca devem tomar o reforço do imunizante a partir da próxima semana. Até ontem, 23,9 mil pessoas desse grupo haviam recebido a primeira aplicação

Cibele Moreira
Samara Schwingel
postado em 13/07/2021 06:00 / atualizado em 13/07/2021 06:26
Início da imunização da categoria completa dois meses na próxima terça-feira; com vacinas disponíveis, GDF pode ampliar medida para outros grupos -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Início da imunização da categoria completa dois meses na próxima terça-feira; com vacinas disponíveis, GDF pode ampliar medida para outros grupos - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Os profissionais da educação que atuam na rede pública do Distrito Federal e receberam a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca serão os primeiros a ter a aplicação do reforço antecipada. A partir da próxima semana, segundo o Executivo local, esse grupo de servidores poderá completar o processo de imunização contra a covid-19, um mês antes do esperado. Anteriormente, o prazo definido entre uma aplicação e outra era de três meses, nesse caso. No entanto, o intervalo caiu para 60 dias. A medida visa garantir a volta às aulas presenciais, prevista para 2 de agosto.

A vacinação dos trabalhadores da educação começou em 20 de maio, no DF. Na próxima terça-feira (20/7), completam-se dois meses do início das aplicações. Nessa segunda-feira (12/7), em entrevista coletiva no Palácio do Buriti, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, divulgou o plano do governo local. A pasta estuda adotar a mesma ação para outros grupos, mas ainda não definiu detalhes. “Esperamos respostas do Ministério (da Saúde) e das fabricantes, para entender a melhor forma de fazer isso. Porém, como foi definido que não há problemas em antecipar, vamos adotar isso, com certeza, para (quem recebeu doses da) Pfizer e AstraZeneca”, afirmou.

Dados da Secretaria de Saúde mostram que mais de 23,9 mil trabalhadores das redes pública e privada de ensino — entre professores, servidores do departamento administrativo, vigilantes e merendeiros — aguardam a aplicação do reforço. Entre os que receberam a dose única da Janssen, 28 mil completaram o processo de imunização. Dos 56 mil convocados pela Secretaria de Educação (SEDF), cerca de 7 mil profissionais não compareceram aos postos de atendimento.

Representantes da pasta de educação acreditam que essas pessoas tenham sido vacinados nas fases de convocação por faixas etárias específicas ou de indivíduos com comorbidades. A SEDF também cogita a possibilidade de alguns desses profissionais estarem com covid-19 na data agendada ou terem tomado a vacina contra gripe até duas semanas antes do dia marcado. Por isso, deve haver nova chamada, para atendimento dos faltantes, cuja situação está sob análise na Secretaria de Saúde. Caso tenham sido imunizados, o órgão remanejará as cerca de 7 mil doses não aplicadas.

  • A professora Fernanda Machado, 38 anos, considera vacinação uma vitória
    A professora Fernanda Machado, 38 anos, considera vacinação uma vitória Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Avaliação

O Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinproep-DF) informou que, até o momento, 18 mil educadores de instituições privadas receberam a primeira dose ou a única. “Falta terminar de vacinar os professores dos ensinos médio e superior, bem como dos cursos livres. São cerca de 5 mil ou 6 mil profissionais”, calcula o diretor jurídico da entidade, Rodrigo de Paula, que considera positiva a antecipação da segunda dose.

Integrantes do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) também comemoraram a redução do intervalo entre aplicações para 60 dias. “Isso possibilita um retorno mais rápido e seguro”, avalia Samuel Fernandes, diretor na entidade. A educadora Fernanda Machado Costa, 38 anos, conseguiu se imunizar e considerou a possibilidade uma vitória: “Principalmente para quem passou pela doença e sabe a força do vírus”, comenta a profissional, que atua na Coordenação Regional de Ensino do Gama.

  • Secretário Gustavo Rocha disse que DF deve receber doses até sexta-feira
    Secretário Gustavo Rocha disse que DF deve receber doses até sexta-feira Joel Rodrigues/Agencia Bras?lia
 

Expectativa

O secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, presente à coletiva dessa segunda-feira (12/7), informou que a capital federal deve receber mais vacinas até sexta-feira. “O secretário Osnei Okumoto e o governador (Ibaneis Rocha) conseguiram sensibilizar o Ministério (da Saúde), e haverá uma readequação das doses enviadas ao DF”, declarou. Com isso, o Executivo local espera receber quantidade suficiente para ampliar o atendimento a pessoas com 38 anos ou mais, na próxima semana.

Apesar disso, o gestor não antecipou quantas doses chegarão nem a data de abertura do agendamento para o grupo. Também não há previsão de início da marcação para o público com 41 anos ou mais. Até segunda-feira (12/7), o DF tinha 1.081.636 pessoas vacinadas com a primeira dose (D1), 368.426 que tomaram o reforço (D2) e 33.729 imunizados com doses únicas.

Na segunda-feira (12/7), a Secretaria de Saúde aplicou 5.618 unidades da D1, 5.876 da D2 e 1.296 da Janssen.

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Cobertura

Confira como está a vacinação dos profissionais de ensino no Distrito Federal

Rede pública

Público: servidores que atuam em creches até instituições de ensino médio

Forma de atendimento: chamada com base em lista enviada pela Secretaria de Educação

Rede privada

Público: funcionários que atuam em creches até instituições de ensino médio

Forma de atendimento: chamada com base em lista enviada pelas escolas à Secretaria de Educação

Primeira dose: 23.938

Segunda dose: 282

Dose única: 28.016

MPF investiga irregularidades

O Ministério Público Federal (MPF) começou a apurar denúncias contra pessoas que teriam “furado a fila” na campanha de vacinação contra a covid-19 no Distrito Federal. A instituição abriu inquérito civil para investigar as supostas irregularidades praticadas por servidores públicos, agentes e militares das forças de segurança, salvamento e das Forças Armadas.

O processo de apuração, aberto em 30 de junho, avalia se esses funcionários teriam sido vacinados sem seguir os parâmetros estabelecidos pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde. Os servidores teriam sido priorizados, mesmo sem atuar na linha de frente no combate à pandemia, pois trabalhavam nas áreas administrativas.

O MPF informou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Secretaria de Saúde do DF confirmaram a vacinação dos investigados. O processo tramita no 6º Ofício de Combate ao Crime e à Improbidade Administrativa da Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF). O órgão promoveu diligências, com envio de documentos ao Ministério da Saúde e à pasta distrital. Agora, aguarda respostas das pastas. Procurada, a Secretaria de Saúde do DF informou que responderá ao MPF no prazo estabelecido.

Público no Mané Garrincha

O Governo do Distrito Federal (GDF) recebeu um pedido do Clube de Regatas do Flamengo para sediar, no Estádio Nacional Mané Garrincha, um jogo pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América. A partida está marcada para 21 de julho, e o time carioca pleiteia a presença de torcedores no estádio.

A decisão ficará a cargo do chefe do Palácio do Buriti, mas o Executivo local considera possível promover o jogo com público. O pedido veio após a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) autorizar o retorno da torcida às arquibancadas a partir das oitavas de final da Libertadores e da Sul-Americana.

Em entrevista coletiva no Palácio do Buriti ontem, o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, disse que avalia a demanda.“O governador Ibaneis Rocha pediu que a pasta ouvisse todas as secretarias envolvidas na autorização. Esperamos a manifestação delas para enviar (uma resposta) a ele”, comentou.

Cenário

Em 24 horas, o Distrito Federal registrou 720 novos casos de covid-19 e mais 10 mortes provocadas pela doença. Com isso, o total chegou a 438.446 infectados e 9.389 vítimas desde o início da crise sanitária. A média móvel de casos ficou em 619, queda de 16,45% em relação ao verificado duas semanas antes. No caso do indicador sobre as mortes, o resultado foi de 11 (redução de 17% na comparação com o mesmo período).

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