meio ambiente

Pesquisa investiga impactos do alumínio nas plantas do Cerrado

Iniciativa procura formas de deixar a flora regional resistente à toxicidade do alumínio. Pesquisa quer otimizar o cultivo de espécies no Cerrado

Correio Braziliense
postado em 13/07/2021 11:08 / atualizado em 13/07/2021 11:13
 (crédito: Fotos: Arquivo do projeto)
(crédito: Fotos: Arquivo do projeto)

Uma pesquisa inovadora feita pelo instituto Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen) em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), procura deixar a flora regional resistente à toxicidade do alumínio.

A pesquisa tem como objetivo desenvolver ferramentas para otimizar o cultivo de espécies perenes em solos ácidos e prospectar genes e metabólitos que poderão ser utilizados como marcadores moleculares.

A coordenadora do projeto, Leila Maria Gomes Barros, fala sobre a ideia de pesquisar formas de fortalecer a flora regional contra toxicidade do alumínio. “A correção do pH do solo é necessária porque em solos ácidos, o alumínio (Al), que está presente em todos os tipos de solo, torna-se iônico em diferentes gradações (Al +1 , Al +2 e Al +3) e, nestas concentrações, ele é extremamente tóxico para a maioria das plantas e dos seres vivos em geral”, explica.

Um dos maiores desafios da pesquisa é identificar genes e metabólitos presentes nas espécies do Cerrado responsáveis por essa tolerância. “O que esperamos para o futuro com essa pesquisa é poder transferir essas características de tolerância para espécies de interesse agronômico ou utilizar os metabólitos incorporados ao solo para suavizar o efeito prejudicial da toxicidade do alumínio, diminuindo o uso da calagem do solo”, afirma Leila Gomes.


Metodologia

Primeiramente foi demarcada uma área no Centro-Oeste do país sem registro de atuação humana (Sentido Restrito) e onde a vegetação é de propriedade da Embrapa Hortaliças, localizada no Distrito Federal.

Foram analisadas 31 espécies nativas da região e os resultados mostraram que 77,4% das espécies apresentam o mecanismo de exclusão do alumínio, ou seja, 24 plantas excludentes de alumínio com potencial para fornecer genes e metabólitos envolvidos com a tolerância por exclusão do metal. Para essa identificação, a equipe analisou as plantas horas após o cultivo na presença do metal, quando as pontas das raízes são isoladas e delas é extraído o RNA total, tanto das plantas submetidas ao alumínio quanto das cultivadas na ausência do metal.

Os RNAs de algumas plantas foram levados para tratamentos pela equipe de pesquisadores. Os estudos de expressão gênica estão sendo finalizados nas análises bioquímicas da solução nutritiva utilizada no cultivo de novas espécies. O projeto visa detectar compostos orgânicos que foram expelidos pelas plantas na presença de alumínio..

Os dados obtidos permitirão um avanço na compreensão dos mecanismos de tolerância ao Alumínio com potenciais positivos para o cultivo de espécies arbóreas em solos ácidos.


*Com informações da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF *

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