CLIMA

Um mês sem chover no DF

Última chuva registrada na capital ocorreu em 14 de junho. Apesar da estiagem, os níveis dos reservatórios Descoberto e Santa Maria permanecem altos. De acordo com o Inmet, a expectativa é que chova somente em setembro

Rafaela Martins
postado em 15/07/2021 22:37 / atualizado em 15/07/2021 22:37
 (crédito:               Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 31/1/20                      )
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 31/1/20 )

A tendência é que o Distrito Federal permaneça sem chuva até setembro. A última registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ocorreu há um mês, em 14 de junho. O inverno, que começou oficialmente em 21 de junho, é a estação que marca o período seco e frio no Cerrado. Segundo Inmet, o dia mais frio do ano foi em 1º de julho — regiões do Gama e de Planaltina registraram 4.9ºC.

Mesmo sem chuvas durante 30 dias, os níveis dos reservatórios do Distrito Federal permanecem altos. De acordo com o volume calculado ontem, até 13h30, pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), o Descoberto está com 91,2% da capacidade preenchida. Já o Santa Maria está com 95,5% do volume ocupado. Apesar de o DF não estar próximo de passar por uma crise hídrica, como aconteceu em 2017 — foram 127 dias sem chuva — especialistas alertam para o consumo responsável da água. Há quatro anos, os reservatórios chegaram a ter somente 5% da capacidade total ocupada. O período mais longo de estiagem no DF ocorreu em 1963, com 164 dias consecutivos sem chuva.

O especialista em meio ambiente Charles Dayler explicou que o DF produz pouca água, mas que existem muitas nascentes na região. “Em 2017, se não tivéssemos um retorno forte das chuvas, teríamos passado por desabastecimento de água. Mesmo sendo uma região com muitas nascentes, a área de recebimento é pequena. Ou seja, toda água que nasce aqui, acaba migrando rapidamente para outros estados. Além de produzir pouca água, nossos reservatórios são pequenos. Isso faz com que tenhamos que economizar, para que não falte”, ressaltou.

Em nota, a Adasa disse que “reservatórios de abastecimento foram construídos justamente para armazenar águas abundantes durante os meses de chuva, principalmente entre outubro e março, e disponibilizar o volume reservado para o abastecimento humano durante os meses de estiagem”. Para este ano, a partir da Resolução nº 08, de 30 de junho de 2021, a meta para o Reservatório do Descoberto no final de julho é de 83%. Em setembro, durante o período crítico de estiagem, a meta é de 60%. Já no fim de novembro, quando começa o período chuvoso, é de 50%. Para o Santa Maria, as metas são de 88% no final de julho, 76% em setembro e 67% em novembro.

“A gente tem de tomar cuidado, porque não temos uma oferta de água nesse período. Precisamos cuidar bem da água. Ainda vamos entrar em um período mais crítico, porque é quente e seco — combinação perfeita para se gastar mais água. Então, temos de usar o recurso com racionalidade para não comprometer o abastecimento do ano que vem. Em relação à saúde, somos uma máquina que precisa ser refrigerada. Então, fazemos um consumo maior de água para tomar banho, para beber e para o lazer. Dessa forma, é necessário fazer o uso racional, para manter as múltiplas funções da água, de forma saudável, preservando a quantidade e qualidade da mesma”, explicou Charles.

Uso consciente

No começo de junho, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) emitiu um alerta e declarou situação crítica em relação aos recursos hídricos no Brasil. O especialista em construção sustentável Allyssom Marques indica que o sistema de aproveitamento de água seja implementado em residências, comércios e empresas. “Além de ter um custo baixo, ele pode ser instalado em projetos de pequeno e grande porte. Em residência familiar, o sistema custa cerca de R$ 7 mil, gerando uma economia mensal de 50%”, declarou.

 

 

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