O Distrito Federal ganhará uma instituição de ensino superior distrital. A proposta defendida em projeto de lei complementar foi sancionada, ontem, pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Em solenidade no Palácio do Buriti, o chefe do Executivo local assinou proposta que destina, aproximadamente, R$ 200 milhões do orçamento do GDF para a Universidade Pública do Distrito Federal Jorge Amaury (UnDF). O texto orçamentário foi encaminhado para apreciação na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
“A gente espera que a proposta seja votada da forma mais rápida possível, para que não falte recurso para a constituição e o funcionamento da universidade do DF”, destacou Ibaneis Rocha. Para ele, a implementação da instituição era algo bastante esperado. “São mais de 30 anos aguardando essa universidade. E nós temos a honra de sancionar o projeto e dar início aos trabalhos. Agora, começa a parte de estruturação”, afirmou o governador, que anunciou, ainda, a abertura de concurso com 3.500 vagas para compor o quadro de profissionais da UnDF. O lançamento do certame está programado para ocorrer no próximo mês.
Para acolher a instituição, a Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) cedeu um prédio com mais de 3 mil metros quadrados, no CA do Lago Norte, todo pronto e já com as divisões das salas, que marcará a primeira sede da UnDF. De acordo com o governador, o espaço deve passar por uma breve reforma antes de iniciar as atividades. A expectativa do governo é que, a partir do ano que vem, iniciem as aulas nos cursos estabelecidos pelo projeto da universidade.
Entre as áreas previstas na grade curricular da UnDF Jorge Amaury estão: ciências da saúde e humanas; cidadania e meio ambiente; gestão governamental de políticas públicas e de serviços; educação e magistério; letras, artes e línguas estrangeiras modernas; ciências da natureza e matemática; educação física e esportes; segurança pública e defesa social; engenharia e áreas tecnológicas de setores produtivos e arquitetura e urbanismo.
Ingresso
O ingresso na instituição seguirá o mesmo modelo da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs) e da Escola Superior de Gestão (ESG), já que ambas serão integradas ao campus da universidade. Da disponibilização das vagas, 40% serão destinadas a alunos que concluíram a educação básica integralmente na rede pública, além da cota racial. A inclusão também contempla a seleção por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do governo federal.
“Essa universidade vem com tudo, e a gente espera que daqui pra frente ela cresça em todo o Distrito Federal, ajudando principalmente as famílias das pessoas mais carentes”, reforçou Ibaneis Rocha. A futura reitora da UnDF, Simone Pereira Benck, atualmente diretora executiva da Fundação Universidade Aberta do DF, reforça a importância da universidade distrital. “Que a UnDF seja, desde já, um espaço social relevante e que não ignore o cenário de extrema desigualdade que ainda caracteriza a oferta de educação superior pública no Distrito Federal. Buscar soluções significa atentar-se para o fato de que 76% da população com alta renda domiciliar do DF tem ensino superior, enquanto que 9,7% da população de baixa renda tem o mesmo nível de formação”, pontua Simone. Com a implementação da Jorge Amaury (UnDF), a Fundação Universidade Aberta do Distrito Federal passa a ser extinta e seus funcionários integram a nova instituição de ensino superior.
Quem foi Jorge Amaury?
Advogado e professor de direito, Jorge Amaury Maia Nunes morreu aos 66 anos, em 2 de julho, por complicações da covid-19. Deixou a mulher, Ana Laura Nunes, e três filhos. Natural de Belém (PA), onde se formou na Universidade Federal do Pará (UFPA), mudou-se com a família para oDF na década de 1980. Nos anos 1990, foi o primeiro colocado no concurso para professor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). Já aposentado, vultou ao campus como professor voluntário.
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