Stalking

Policial civil presa foi denunciada por falsa acusação de estupro em 2017

Agente presa na terça-feira (3/8), após invadir a Corregedoria da instituição, foi denunciada pelo Ministério Público do DF pelos crimes de denunciação caluniosa, fraude processual e por entrar ou permanecer na casa alheia contra a vontade do proprietário, um delegado da Polícia Civil

Darcianne Diogo
postado em 04/08/2021 19:06 / atualizado em 04/08/2021 19:12
A acusada foi condenada em 2019 pelo crime de injúria contra o delegado -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
A acusada foi condenada em 2019 pelo crime de injúria contra o delegado - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

A agente da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investigada por perseguir e ameaçar o namorado, e presa, nesta terça-feira (3/8), por tentar impedir o depoimento da vítima foi denunciada pelo Ministério Público do DF por acusar um delegado do DF de falso estupro e agressão. O caso aconteceu em 2017 e ela foi denunciada pelos crimes de denunciação caluniosa, fraude processual e por entrar ou permanecer na casa alheia contra a vontade do proprietário. 

O processo sobre a falsa acusação de estupro corre em sigilo. Como consta nos autos do processo, a agente entrou na residência do delegado e permaneceu na casa contra a vontade do investigador. O Correio apurou que, para subir ao apartamento, ela apresentou o distintivo da PCDF ao porteiro e conseguiu ir até o imóvel.

Um dia antes do fato, o delegado e a policial brigaram no ambiente de trabalho. Os detalhes da discussão estão na sentença que condenou a acusada por injúria. Na ocasião, o delegado se preparava para sair do plantão, por volta das 6h, quando a mulher teria o xingado de “delegado de merda, frouxo e desgraçado”. No carro, o investigador tentou fechar a porta e foi novamente ofendido. “Você arrumou um grande problema para a sua vida, quero ver se vai conseguir resolver, me aguarde [...]”.

Horas depois da discussão, a agente apareceu no apartamento do delegado e os dois discutiram. Houve relação sexual consentida, mas após o sexo, os dois brigaram novamente. Segundo denúncia apresentada à época pelo MPDFT, o investigador pediu para que a mulher saísse da casa, mas ela se negou. Ele, então, foi até um evento e retornou na manhã do dia seguinte, onde encontrou a denunciada ainda no imóvel.

Com outro pedido negado para sair, o delegado foi até a portaria do edifício solicitar ajuda. “Durante a ausência (vítima), a denunciada escondeu uma caixa de hidrante, uma camisinha utilizada [pela vítima], uma camiseta, um casaco e uma calcinha pertencentes à denunciada, com a intenção de protelar sua saída do apartamento”, afirmou o MPDFT.

Quando o delegado retornou ao apartamento, percebeu que a mulher estava trancada no banheiro e teria dito que só sairia quando ele lhe entregasse as roupas e a chave do carro. Dentro do cômodo, a agente acionou a polícia afirmando que o investigador teria a agredido e estuprado. Policiais da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) foram até o endereço e conduziram os dois à delegacia. Na unidade, a acusada afirmou que foi agredida e estuprada e repetiu a versão em 1º de agosto na 2ª Promotoria de Violência Doméstica contra a Mulher.

Sentença


A policial foi condenada duas vezes por injúria contra o delegado em 8 de outubro de 2019. O juiz fixou a pena-base para cada crime em um mês de detenção. Ela ainda foi condenada ao pagamento das custas processuais. O processo sobre a falsa acusação de estupro corre em sigilo.

A agente foi presa na terça-feira (3/8), após invadir a Corregedoria da instituição, no Departamento de Polícia Especializada (DPE). Ela é investigada pelo crime de stalking — perseguição — contra o ex-namorado, que teria sofrido ameaças de morte. A acusada assinou um termo circunstanciado e foi liberada.

A vítima prestava depoimento no prédio da Corregedoria, quando a policial invadiu o local e começou uma briga. Policiais afirmam que essa não é a primeira situação polêmica que envolve a agente. Um funcionário do prédio onde ela mora, no Setor Hoteleiro Norte, detalha em um relatório de oito páginas que a policial costuma correr pelo condomínio com uma arma em mãos.

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