A maior prova de que o segmento econômico da alimentação fora do lar, no Distrito Federal, está se fortalecendo é a realização do evento Restaurant Week, que começou ontem e vai até 5 de setembro. Em sua 24ª edição, o festival gastronômico reúne 50 participantes que tiveram em vista elaborar um menu especial em três etapas — entrada, prato principal e sobremesa — segundo a temática do cerrado, com frutos e histórias do bioma. E oferecê-lo a preços convidativos, a partir de R$ 46,90, o almoço; e R$ 58,90, o jantar.
Nos últimos anos, o festival tem sido semestral, sempre nos meses de férias (julho/agosto e janeiro/fevereiro) para dar oportunidade aos restaurantes de atrair clientela justamente no período de menor demanda. Só que, este ano, a edição de fevereiro foi interrompida devido ao lockdown, o que levou a direção do evento a retornar seis meses mais tarde. “Sabemos que os brasilienses gostam bastante do Restaurant Week, devido à oportunidade que ele proporciona para as pessoas poderem conhecer diferentes restaurantes a partir de um menu com preço acessível, logo, vamos ajudar bastante na fomentação da economia gastronômica da cidade”, afirma o organizador do Restaurante Week no Brasil, Fernando Reis.
Nascido nos Estados Unidos, o evento traz latente a ideia do capitalismo americano: ganham os dois lados. O cliente, porque vai pagar menos; o restaurante, porque vai vender mais. O projeto foi lançado, em Brasília, em 2007 e, atualmente, a capital é a segunda praça mais importante no Brasil. Só perde para São Paulo, informa o organizador.
O gosto do cerrado
Há de tudo um pouco em matéria de influência culinária. Na meia centena de estabelecimentos, o brasiliense vai encontrar pegadas da gastronomia brasileira, argentina, portuguesa, italiana, francesa, espanhola, japonesa e mediterrânea, além do toque contemporâneo presente em diversas criações. Só que o tema local — frutos do cerrado — inspirou apenas sete participantes: Blá’s, Contê, Nakombi, Nonna Augusta (em dois endereços), Quitinete e Verona.
O chef Gabriel Blas elegeu espuma de pequi sobre terrine de frango no almoço e, no jantar, a espuma de pequi acompanha sobrecoxa desossada com arroz de galinha e quiabo, além do pudim do vovô com cumaru. Já o Contê oferece dois menus: no almoço, bolinho de galinhada sobre vinagrete de banana-da-terra e gel de buriti; risoto de rabada com crocante ora-pro-nobis e gel de pequi; filé de peixe em crosta de castanha de baru, emulsão de coco e arroz cremoso de queijo curado.
Especializado em gastronomia japonesa, o restaurante Nakombi traz cajuzinho do cerrado no ceviche e gel de cagaita no hot roll de frutos do mar na entrada, enquanto o principal vem com farofa de baru recheando lula. Nonna Augusta, tanto na 413 Norte quanto no Guará, oferece risoto de pequi com medalhão de frango e tomate confitado; escalope de filé-mignon ao molho de buriti com tagliarini ao molho de fonduta de queijo brie e semifredo de chocolate com café do cerrado, chantilly de doce de leite e farofa de castanha de baru.
Quitinete serve pastelzinho de frango desfiado com polpa de pequi ao molho de pimenta; filé de tilápia grelhada com molho de seriguela e legumes salteados e pudim de maracujá do cerrado com aroma de flores ou musse de pinha com fava de baunilha do cerrado. Ainda na Asa Sul, que lidera o ranking com 24 restaurantes, o estreante Verona sugere trio de folhas, croutons, molho de baunilha do cerrado, frango defumado desfiado em bacon crocante; risoto cremoso da polpa do pequi com carne desfiada e finalizada com parmesão, além de musse belga com paçoca de baru na sobremesa.
Ação social
Para o organizador Fernando Reis, a presença de 50 participantes no festival, lançado há 14 anos com 90 restaurantes, “é um número satisfatório em função da pandemia, cujo auge interrompeu a programação”. Segundo ele, a expectativa é de vender mais de 55 mil menus, o que movimentará cerca de R$ 5 milhões entre os participantes. A partir de outubro, o festival chegará a outras capitais, como Goiânia.
Entre os estreantes estão Artesian Osteria; Horta Cozinha Criativa; Jantinha da Mara; La Terrasse; Sagrado Mar; Steak Bull Gourmet; Luigi Trattoria; Olivae, que retorna ao festival; e Manuelzinho, inaugurado há dois meses. Além da Asa Sul, há 10 restaurantes participantes na Asa Norte; cinco, no Lago Sul; quatro, no Guará; dois, no Sudoeste; e um em Águas Claras, o argentino LaaP.
As casas estão divididas em três categorias: menu tradicional por R$ 46,90, no almoço e R$ 58,90 no jantar; menu plus por R$ 55 no almoço e R$ 68, no jantar; e menu premium: R$ 68 e R$ 89, respectivamente. Os clientes podem acrescentar R$ 1 por menu, que será revertido para a ONG Amigos da Vida, dedicada a assistir crianças portadoras do vírus HIV e responsável pela construção de brinquedotecas na rede hospitalar do Distrito Federal. A cada edição, o Restaurant Week arrecada, em média, R$ 35 mil para a ONG, que também faz a manutenção das brinquedotecas Renato Russo.
Conheça os participantes do festival e respectivos menus no site restaurantweek.com.br.
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