O caso do helicóptero que caiu com 278,5kg de cocaína, no último domingo, na cidade de Poconé (MT), ainda gera muitas dúvidas. O dono da aeronave, identificado como Rooney José Barbosa Sampaio, é papiloscopista da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) — o policial afirma que vendeu o aparelho em maio.
Ao Correio, o corregedor da PCDF, Adval Cardoso, confirmou que dois processos começaram a tramitar, ontem, envolvendo o nome do policial. “Em razão da repercussão nacional envolvendo a instituição, foi aberta uma sindicância administrativa que apurará o processo disciplinar sobre o caso. E vamos, também, entrar com o aspecto criminal para saber se houve a participação do servidor em outros crimes de tráfico no DF”, informou Adval.
Outro ponto que chamou a atenção da polícia é a grande quantidade de aeronaves no nome do policial. Ao menos cinco estão ligadas a Ronney Sampaio. Destas, três estavam com certificados de aeronavegabilidade vencidos e duas em estado regular, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De acordo com o Portal da Transparência, em junho, o papiloscopista recebeu salário de quase R$ 20 mil. Em média, a remuneração do policial é de R$ 12 mil.
Fato que ainda não foi confirmado pela PCDF é que o policial compraria as aeronaves em péssimas condições, para reformá-las e depois vendê-las. “Queremos entender: se ele diz que vendeu o helicóptero, porque ainda não transferiu para o novo comprador”, pontuou o corregedor da PCDF.
De acordo com a Polícia Civil, não existe previsão no regime jurídico do órgão para o afastamento cautelar em âmbito administrativo, somente com o pedido da Justiça. Adval Cardoso explicou que só é solicitado o afastamento caso o investigado esteja atrapalhando o andamento das diligências do caso. Até o momento, nenhuma pessoa foi ouvida pela PCDF.
Rooney é papiloscopista e está lotado na Divisão de Trânsito (Ditran). Servidores do setor possuem, dentre outras, atribuições de coordenação, controle e responsabilidade da frota da polícia, de acordo com a PCDF. O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) também está com investigação no Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP). As diligências seguem em curso. O policial ainda não foi ouvido pelo MPDFT.
O caso
O helicóptero do modelo Robinson R44 foi encontrado durante uma operação de combate ao tráfico deflagrada pela Polícia Federal (PF), na zona rural de Poconé (MT) — a cerca de 100km da capital, Cuiabá. A equipe do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) avistou a aeronave praticamente destruída. Em buscas na área, a equipe não encontrou vítimas ou indícios de feridos a bordo. No entanto, achou 278,5 kg de cocaína, avaliada em quase R$ 7 milhões.
A Polícia Federal de Mato Grosso foi questionada sobre o plano de voo que a aeronave pretendia realizar. A assessoria de comunicação da PF explicou que as investigações são sigilosas e que, se essa informação existe, ela não poderá ser divulgada por enquanto.
Terceiro Sargento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), Alberto Ribeiro Pinto Junior, 45 anos, confessou que foi contratado para pilotar o helicóptero e foi preso na quarta-feira. Lotado no 6º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM), localizado em Nova Friburgo, o militar está de licença médica desde março deste ano. Ele ingressou na corporação em 2008.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do RJ, coronel Leandro Monteiro, declarou que vai instaurar um inquérito por meio da Polícia Militar para apurar a conduta do profissional. Em nota, a corporação informou que “repudia veementemente todo e qualquer ato criminoso, assim como condutas ilícitas que transgridem os preceitos da ordem, da disciplina e da moral características da profissão de bombeiro militar”.
Mulher mata namorado
Uma jovem de 22 anos foi presa após matar o companheiro a facadas, na quinta-feira, em um prédio no Lúcio Costa (Guará). Os policiais militares foram acionados para atender uma ocorrência de acidente doméstico, em que a vítima estaria com hemorragia. Ao chegar ao local, a equipe encontrou a porta do apartamento aberta e um homem, identificado como Maurício Moreira, 26, caído no chão com muito sangue, aparentemente sem vida. Encaminhada para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), ela foi solta após audiência de custódia e responderá pelo homicídio em liberdade.
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