As famílias em situação de vulnerabilidade contam com mais um auxílio social do Governo do Distrito Federal (GDF). Complementando o Cartão Prato Cheio, o GDF lança o Cartão Gás, que beneficiará cerca de 70 mil famílias no DF. O projeto de lei que institui o programa foi sancionado, ontem, pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Com a iniciativa, o beneficiário receberá R$ 100, a cada dois meses, para auxiliar no custo de compra do botijão do gás de cozinha, que pode custar até R$ 98 na capital federal.
“Nós estamos fazendo um trabalho muito grande através do Cartão Prato Cheio, com a modernização da distribuição das cestas básicas. Faltava como cozinhar esses alimentos”, destacou o chefe do Executivo local, durante solenidade no Palácio do Buriti. O Cartão Gás é oferecido em parceria com o Banco de Brasília (BRB). O cadastro das famílias está aberto no site gdfsocial.brb.com.br. De acordo com o governador Ibaneis, a lista de beneficiados do Cadastro Único foi repassada para a instituição bancária. “É um programa que já nasce pronto. Todas as 70 mil famílias aptas podem fazer o cadastro para receber o cartão”, destacou. O prazo para iniciar o crédito é de 15 dias.
Para a autônoma Mirian Gonçalves Mendes Oliveira, 40 anos, o benefício vem em ótimo momento. “O Cartão Gás será uma benção. Com tudo aumentando, não estamos conseguindo pagar todas as contas. Sempre fica uma para trás. Com esse auxílio, o dinheiro que gastamos com o botijão de gás pode ser utilizado para pagar a luz ou a água”, relata a moradora de Samambaia. “Temos o auxílio do Bolsa Família, que é de R$ 375, além do Prato Cheio, de R$ 250, que ajuda muito, mas mesmo assim é difícil. É surreal o quanto as coisas estão aumentando. Na semana passada, eu comprei o botijão por R$ 92 porque fui buscar. Se fosse para entregar aqui em casa, seria R$ 98”.
Requisitos
A secretária-adjunta da Secretaria de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, ressalta que apenas quem já está inscrito no Cadastro Único para programas sociais do governo estão aptos para receber o benefício do Cartão Gás. “Precisamos deixar claro que é um auxílio. A gente colocou esse valor médio de R$ 100 porque pode ser, caso aumente, que a gente tenha que fazer algum tipo de reajuste. Mas, atualmente, é isso. Uma parcela bimestral de R$ 100 para custeio do gás”, destacou Ana Paula.
O cartão vai ser usado na função débito em estabelecimentos cadastrados. De acordo com o Projeto de Lei aprovado com 18 votos favoráveis pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, o caráter emergencial do programa tem duração de 18 meses.
Ainda conforme o documento, os requisitos para recebimento do auxílio são: estar inscrito no Cadastro Único, ter renda familiar per capita de até meio salário mínimo, ter declarado comprometimento de renda com a aquisição do GPL 13 kg, residir no Distrito Federal e ter idade igual ou superior a 16 anos.
A execução ficará por conta da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). O cadastro e a fiscalização dos estabelecimentos comerciais ficam a cargo da Secretaria de Economia. Os critérios e demais definições sobre o programa vão ser definidos em decreto, após a sanção da lei. O cadastro e a fiscalização dos estabelecimentos comerciais serão feitas pela Secretaria de Economia e o agente financeiro será o Banco de Brasília (BRB).
“Só quem não tem gás em casa sabe o que é não cozinhar. O que o governador está fazendo é matar a fome do povo. Falta muita coisa, mas nós estamos trabalhando”, destacou o secretário de Economia André Clemente.
Presidente do BRB, Paulo Henrique Costa elogiou a iniciativa do governador. “A sua sensibilidade e seu cuidado com aqueles que mais precisam são refletidas nesse programa, um programa moderno, eficiente e que o BRB tem orgulho de participar”, pontuou.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.
Trabalho de detentas na Colmeia
A Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) ganha mais uma iniciativa de ressocialização para as detentas, com capacitação técnica para ampliar oportunidades de acesso ao mercado de trabalho de quem termina de cumprir a pena. Em uma parceria com a empresa Montreal Montadora de Móveis, responsável pelo grupo Novo Mundo, o Executivo local inaugurou, ontem, a oficina de produção de estofados e capas de sofás.
Inicialmente, cinco mulheres serão capacitadas e contarão com uma bolsa de ressocialização de R$ 825. Elas trabalharão na unidade prisional, onde a empresa instalou um polo de produção. O contrato terá duração de um ano. “É muito importante ter consciência de que as pessoas que estão presas, em um determinado momento, vão sair. E, se elas vão sair melhor ou pior, isso vai depender do que nós fizermos por elas”, afirmou o governador Ibaneis Rocha sobre a iniciativa.
A Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) tem 79 contratos desse tipo em vigência, envolvendo órgãos públicos, privados e o terceiro setor. As ações permitem empregar reeducandos dos regimes fechado, semiaberto e aberto. Neste ano, mais de 3 mil internos entraram no mercado de trabalho. Desses, 1,8 mil estão com contratos ativos.