CORONAVÍRUS

Vacinação de público com 20 anos ou mais continua nesta sexta; confira locais

No primeiro dia de imunização desse público mais jovem, o DF aplicou a primeira dose em 91.764 pessoas. Expectativa é ampliar a campanha para quem tem 18 anos na próxima semana. A Secretaria de Saúde registrou mais sete casos de infecções pela cepa Delta

Cibele Moreira
Samara Schwingel
Ana Maria da Silva
postado em 13/08/2021 06:00
Os amigos Amanda, Giovani, Júlio, Luísa e Ana Luísa marcaram um encontro no posto de vacinação -  (crédito:  Ed Alves/CB/D.A Press                        )
Os amigos Amanda, Giovani, Júlio, Luísa e Ana Luísa marcaram um encontro no posto de vacinação - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press )

A vacinação contra a covid-19 demorou sete meses para chegar aos braços das pessoas a partir de 20 anos. Ansioso com o início do atendimento, esse público lotou as unidades básicas de saúde (UBSs) e os pontos de drive-thru, nessa quinta-feira (12/8). Segundo a Secretaria de Saúde, foram feitas 91.764 aplicações de primeira dose durante o dia, o recorde desde o início da campanha de imunização. Mais 8.165 pessoas tomaram a D2, totalizando 678.154 com o ciclo vacinal completo. Ao todo, 1.709.557 pessoas tomaram a D1. Agora, a expectativa é quanto ao início na próxima semana da ampliação da campanha quem tem 18 e 19 anos. Nesta sexta-feira (13/8), segue o atendimento para o publico de 20 anos ou mais, das 8h às 17h, em 70 pontos. Cinco vão atender das 18h às 22h (confira lista abaixo).

Na UBS 2 do Guará, os jovens foram recebidos com música ao vivo. Às 5h30, havia cerca de 50 pessoas na fila. Para agilizar o cadastro, os profissionais de saúde entregam pranchetas e canetas para que as informações fossem preenchidas. A vacinação começou às 7h30 e, meia hora depois, ao menos 100 pessoas foram imunizadas. A empresária Natália Pereira de Jesus Barbosa, 24 anos, recebeu a primeira dose e conta que não esperava ser recepcionada com tanta alegria. “Eu gostei bastante, porque acaba descontraindo um pouco a gente. Tenho medo de agulha, e o clima me ajudou a ficar aliviada”, garante.

Na UBS 13 da Asa Norte, havia mais de 500 pessoas aguardando por volta das 8h40. Algumas levaram cadeiras para esperar. Dentre eles, estava um grupo de estudantes: Amanda Martins Costa Melo, 20; Ana Luísa Drummond, 20; Luísa Vera de Oliveira, 20; Giovani Sales, 20; e Júlio Ferreira, 20. Após meses sem se verem, os amigos aproveitaram a vacinação para se encontrar. “Trouxemos água, comida, banquinho, café, para poder esperar. Foi até mais rápido do que imaginamos. Superou minhas expectativas”, ressalta Ana.

No drive-thru do Parque da Cidade, por volta das 11h, a fila de veículos dava voltas no Estacionamento 13 e seguia ao longo da via principal do Parque, com uma estimativa de mais de 500 carros à espera. Porém isso não desanimou quem foi se vacinar. Para a estudante Maria Eduarda Nogueira, a vacina foi o presente de aniversário. Ela completou 22 anos, nessa quinta-feira (12/8), e quis garantir a imunização. “É incrível, dá uma sensação de que tudo isso (pandemia) está acabando. Estou muito feliz”, celebra.

Metas

A UBS 5 de Taguatinga amanheceu com fila de pessoas em busca da primeira dose da vacina. Apesar disso, o tempo médio para o atendimento variava de 30 a 40 minutos. A agilidade se deve ao esforço redobrado dos profissionais da unidade, que estabeleceram o desafio de imunizar 10 mil pessoas em um único dia. A estudante Maria Eduarda Soares, 23, é testemunha dessa força-tarefa. Ela chegou no local por volta das 7h30 e, 25 minutos depois, estava vacinada. “Minha expectativa é de menos mortes, com certeza. E que as pessoas que têm necessidade de sair possam retornar aos poucos com suas vidas”, disse.

Para o gerente da unidade, Wellington Silva, a meta será batida. “Não alcançamos ainda por falta de pessoas, porque vacinas nós tínhamos”, explica. Ele afirma que toda a equipe está entusiasmada com a ideia de alcançar os 10 mil vacinados em um dia. “Colocamos a fila para andar, atendemos rápido. A gente abre o posto às 6h, porque o pessoal vem e não gostamos de deixar ninguém na fila. Vacinem-se”, apela Wellington.

Sem relaxar

Mesmo com o avanço da campanha, o infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia Julival Ribeiro alerta para a necessidade de se manter os cuidados sanitários. “As vacinas só protegem depois de 14 dias, após o ciclo vacinal completo. Mesmo os imunizados devem continuar usando as medidas preventivas como máscara e, sobretudo, evitar aglomerações. O vírus continua circulando, e temos as variantes”, destaca.

Na quinta-feira (12/8), o DF registrou 661 novos casos e nove mortes por covid-19. Com a atualização, a média móvel de óbitos por complicações da doença foi de 13,14, alta de quase 26% em comparação com o observado 14 dias atrás. O indicador de casos encontra-se em 608,57, com redução de 12,5% no mesmo período de análise. A taxa de transmissão está em 1. No total, o DF soma 457.452 casos e 9.781 mortes desde o início da crise sanitária.

Em coletiva no Palácio do Buriti, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, informou que o DF identificou mais sete casos da variante Delta, nessa quinta-feira (12/8). Assim, a capital contabiliza 82 confirmações e duas mortes pela cepa. Quatro pessoas estão internadas. Os pacientes têm de cinco a 89 anos. “Dois com vacinação completa, um sem vacinar, que é a criança, e um sem informação de vacinação”, disse Osnei.

Na terça-feira (10/8(, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) entregou o resultado de um novo sequenciamento genético. Dos 18 casos analisados, cinco testaram positivo para Delta e 13 para a Gama — antiga P1. Outros dois foram identificados em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). Para Julival, a testagem não é suficiente. “O correto seria submeter uma grande porcentagem dos casos de covid-19 ao sequenciamento genético do vírus para saber qual a variante que está circulando”, defende o infectologista.

Nessa quinta-feira (12/8), a rede pública de saúde operava com 59,39% de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTIs) voltadas ao tratamento da covid-19. Na rede privada, a ocupação era de 83,50%.

Colaboraram Yasmim Valois, Yasmin Ibrahim e Thiago Guimarães

Recordes

67.324
Primeiras doses na terça-feira (10/8)

76.324
Primeiras doses na quarta-feira (11/8)

91.764
Primeiras doses na quinta-feira (12/8)

Palavra de especialista

Infecção pós-vacina

Mesmo os vacinados com uma ou duas doses contra a covid-19 precisam continuar com as medidas preventivas. Isso porque não existe nenhuma vacina que seja 100% eficaz. Mesmo aquelas com alta eficácia, ainda correm o risco de não imunizar algumas pessoas. A maioria das vacinas funciona para a proteção do coletivo, pois aqueles que acabam sendo mais vulneráveis e que não seriam imunizados são protegidos por quem se imunizou, pois a circulação do vírus vai cair. Por isso, insistimos na ideia de imunidade coletiva, que será alcançada com 70% da população com o ciclo vacinal completo. Mas, uma infecção pós-vacina não significa que ela é ineficaz. Pelo contrário. É a única solução que temos para esta pandemia. Por isso, vacine-se.

Joana D'Arc Gonçalves, infectologista da clínica Quality Life

Posto de vacinação para pessoas com mais de 20 anos na sexta-feira (13/8)
Posto de vacinação para pessoas com mais de 20 anos na sexta-feira (13/8) (foto: Secretaria de Saúde do DF)

Postos de vacinação para segunda dose na sexta-feira (13/8)
Postos de vacinação para segunda dose na sexta-feira (13/8) (foto: Secretaria de Saúde DF)

Postos de vacinação para adolescentes e pessoas com deficiência na sexta-feira (13/8)
Postos de vacinação para adolescentes e pessoas com deficiência na sexta-feira (13/8) (foto: Secretaria de Saúde do DF)

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