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Coletivo reúne autores brasilienses

Segundo o idealizador do projeto, o Salada de Letras, Histórias Orgânicas conta com 50 escritores e representa a diversidade literária de Brasília com títulos voltados para o público infantil e adulto

Correio Braziliense
postado em 13/08/2021 22:21 / atualizado em 13/08/2021 23:35
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

Compartilhar conhecimento, cultura e literatura é o objetivo do projeto intitulado Salada de Letras, Histórias Orgânicas. Criado pelo mineiro radicado em Brasília Nathan Kacowicz, 62 anos, o objetivo do coletivo é ser uma vitrine que expõe e reúne uma coletânea de autores e editoras de Brasília. “Temos um acervo de livros não só de literatura, temos cinema, artes plásticas, música, enfim, uma grande mistura que virou uma salada”, conta o idealizador.

O educador e representante comercial também é autor e possui dois livros publicados. A iniciativa começou com a necessidade de vender os próprios livros que haviam estagnado na prateleira por conta da pandemia. O que surgiu com a ideia de vender os próprios títulos se expandiu e, a partir do boca a boca entre autores e vizinhos, se tornou evento. “Eu publiquei meu livro pouco antes da pandemia e ,quando ela começou, não consegui mais vender. Em outubro de 2020, quando vi o retorno da feirinha ao ar livre da 110 Norte, resolvi descer com uma mesa, meus livros e os de uma colega. Logo comecei a vender e a reunir pessoas interessadas. O nome do projeto veio de lá, das barracas que vendiam várias coisas orgânicas”, destaca.

Desde janeiro deste ano, Nathan afirma que já vendeu mais de 1.000 livros nos saraus e eventos de contação de histórias infantis que promove. “Os livros foram vendidos um por um. Para ser sincero, não sei mensurar se esse número é muito ou é pouco, mas o retorno que estou recebendo do mercado é que o pessoal está encantado”, afirma.

Apesar de ser considerado pelo idealizador como um coletivo itinerante, devido à falta de um transporte próprio, o educador tem exposto as obras de autores brasilienses na feira de produtores, que ocorre às terças-feiras, na SQN 110 e no espaço multiuso da Infinu, comunidade criativa que reúne lojas e restaurantes na Praça das Avós, na Quadra 506 da W3 Sul. “O lugar também se tornou um ponto de encontro de muitos autores, as pessoas gostam de estar presente, o público gosta de conhecer o autor e receber o autógrafo. É um espaço de interação e liberdade para todo mundo”, explica.

“Cada vez mais, vemos o fechamento das grandes livrarias, e eventos como o promovido pela coletânea tem sido uma maneira do autor se aproximar do público. Acho que essa é a grande atração de tudo isso”, pondera o idealizador do projeto que também é o convidado para participar de outras feiras. “Vender é colocar pessoas em relacionamento e, agora, estou tendo o privilégio de viver da palavra, minha e dos outros. Quando eu vejo o crescimento do coletivo, de algo que não era intencional, mas que cada vez mais frutifica, ainda fico espantado”, admite.

Para mais informações sobre os eventos da Salada de Letras, Histórias Orgânicas as pessoas podem entrar em contato por WhatsApp no telefone (61) 9 8187-0051 ou ficar atento a página do Instagram da comunidade criativa Infinu no @infinubsb.

Como você foi reunindo autores para expor e vender no Salada de Letras? Qual é o perfil deles?
O Salada, desde o início do ano, não parou, e ainda me impressiono como a cada dia aumenta. Os autores ficam sabendo de mim uns pelos outros e entram em contato. Foi dessa forma no início e é assim até hoje. Eu recebo autores, recebo gente. Esta semana, por exemplo, estou com nove títulos do Cristovam Buarque. Tenho livros da Dad Squarisi, material de cinema do Vladimir Carvalho entre muitos outros. Hoje, temos um perfil de gente bacana, que representa de uma certa maneira Brasília nos seus diversos segmentos. Não que eu tenha todos os autores brasilienses, evidentemente, mas já posso dizer que o Salada passou a ser essa representação. Não preciso mais procurar pessoas, elas que têm me procurado. E recebo todo mundo, falou que é de Brasília cabe na Salada! Chegou a tal ponto que já está difícil expor todo mundo, mas continuo recebendo, porque a ideia é ser essa amostra generalizada da capital e ficar rodando, a cada semana tem novos títulos, novos lançamentos.

Como começou e como funciona a contação de histórias infantil?
Vender não é só vender, é uma interação. Tem autores que contam as próprias histórias e tem pessoas que contam histórias mesmo não sendo autores. Contar e encantar com histórias é uma arte e, em Brasília, há uma gama de contadores que gostam e ganham dinheiro para isso. Tem gente que vai aos hospitais, alguns vão às escolas e outros participam de feiras e eventos como a Salada Literária para contar e interpretar as histórias. Alguns desses me ofereceram parcerias e eu aceitei. Hoje, 60% das minhas vendas são de livros infantis e é muito legal ver como a cultura da leitura ainda é forte e incentivada por tantos pais em Brasília, que apoiam a educação e gostam de comprar livros para os filhos.

Qual é o próximo evento programado para acontecer? Quando e onde vai ser?
O próximo evento será em 24 de agosto. Faremos mais uma edição do Salada Convida, desta vez em dose dupla, que é um sarau que reúne uma noite de autógrafos e o lançamento de um livro. O evento vai ser das 19h às 22h, no espaço da Infinu, na Asa Sul. Vamos receber os autores do livro Margem reflexo, uma coletânea de poemas e contos escritos por autores do Recanto das Emas que estão lançando seu primeiro livro. O livro deles é da editora independente Edições Abre Caminhos, com coordenação da Ailin Talibah. E também vamos receber a autora, Soraya Vidya, para a noite de autógrafos de seu livro Tantra o caminho da unidade.

 

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