OBITUÁRIO

Pioneiro em cirurgia pediátrica, Geraldo Secunho morre aos 79

» Samantha Rannya*
postado em 20/08/2021 22:32 / atualizado em 20/08/2021 22:43
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

Cirurgião pediatra reconhecido em Brasília, o médico Geraldo Secunho morreu nesta sexta-feira, aos 79 anos, por insuficiência cardíaca. Natural de Minas Gerais, ele estava aposentado há 10 anos, mas começou a atuar em Brasília em 1971. Na capital federal, trabalhou por 30 anos no Hospital das Forças Armadas (HFA) e também foi vice-diretor do Hospital Materno Infantil (HMIB) durante o Governo Cristóvam (1994-1998).

Por seu desempenho, o profissional recebeu certificado de bons serviços e elogios registrados em boletins internos no HFA, diploma de mérito ético profissional conferido pelo Conselho Regional de Medicina do D. Além disso, recebeu o prêmio Sérgio Arouca por sua gestão participativa e o prêmio Hospital Amigo da Criança, em nome do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Nascido no dia 9 de junho de 1942 em Muriaé (MG), Geraldo se formou em Medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1968. Em sua carreira, foram cerca de 200 cirurgias realizadas. Tanto trabalho lhe rendeu assento como membro titular da Associação Médica Brasileira (AMB).

Entre 2009 a 2015, foi professor assistente do curso de Medicina no Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos (Uniceplac). Na vida acadêmica, publicou artigos e participou na elaboração de trabalhos técnicos de relevante contribuição para a medicina.

Um homem apaixonado
O sobrinho de Geraldo, o jornalista Rafael Secunho, 42 anos, conta que o tio era um grande fã de futebol e torcedor do Vasco. Mesmo com a idade, o médico não dispensava uma partida no fim de semana com os amigos. O hábito até rendeu o bem humorado time Realmatismo, uma referência ao time europeu Real Madrid. Sobre a iniciativa, ele chegou a conversar com o Correio, em 2010. Ele e outros fundadores do time contaram que tudo surgiu de uma amizade duradoura.

Rafael afirma que o tio deixou um grande exemplo de generosidade, caráter e dedicação profissional. “Era apaixonado pela medicina e gostava bastante de crianças. Foi um exemplo para nós, os sobrinhos, e para os irmãos dele também, era o primogênito de quatro irmãos”, completou. A referência influenciou outros dois tios da família a seguirem a medicina. “Ele sempre tinha um papo agradável, nós conversávamos sobre política, futebol, o dia a dia , um pouco de história e trocávamos livros. Ele também foi um dos incentivadores da minha profissão. É um momento de dor para nossa famílias, mas fica um legado de carinho de excelente pai e avô”, relata Rafael.

Nos últimos 10 anos de aposentadoria, Geraldo Secunho se dedicava ao mosaico em sua residência e tinha um ateliê com mais de 100 peças. Em julho de 2014, expôs suas obras no Espaço Chatô com a exposição Celebração do Mosaico, onde levou reinterpretações das obras dos grandes pintores consagrados no mundo, como Picasso, Van Gogh, Edvard Munch, entre outros.

Geraldo Secunho deixa esposa, dois filhos e três netos.

* Estagiária sob a supervisão de Juliana Oliveira

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