SAÚDE

Ato em frente ao Hospital de Santa Maria pede justiça pelas mortes na unidade

Cerca de 20 pessoas se reuniram em frente ao hospital neste sábado (21/8). Parentes de vítimas e moradores da região pediram a investigação na unidade

Giovanna Fischborn
postado em 21/08/2021 19:12
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Aproximadamente 20 pessoas se reuniram em frente ao Hospital Regional de Santa Maria na manhã deste sábado (21/8). Os manifestantes seguravam cruzes e faixas com frases de impacto. Parentes de vítimas e moradores da região pediram a investigação na unidade, que é administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF). Eles se direcionaram ao Ministério Público, Polícia Civil, Tribunal de Contas e Câmara Legislativa do DF.

O ato também homenageou as vidas perdidas no hospital: 40 cruzes estavam marcadas com o número 344, que foi o total de mortos na unidade de terapia intensiva (UTI) do 1º andar da unidade só nos meses de junho, julho e agosto deste ano. 

Para o líder comunitário Daniel Radar, é nítido que a falta de insumos, medicamentos e falhas no atendimento contribuíram para os óbitos. “Estamos com receio de precisar ir ou levar alguém para o hospital, precisar de um leito e acabar vítima dessa roleta russa”, destaca.

Investigação

Na quarta-feira (18/9), o Iges-DF foi alvo de uma operação do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que investiga suposto superfaturamento na contratação de leitos de UTI. O esquema teria desviado milhões de reais em dois contratos destinados ao fornecimento emergencial no período de março a outubro de 2020. De acordo com a Polícia Civil do DF (PCDF), foram cumpridos 61 mandados de busca e apreensão no DF.

A operação, denominada Ethon, aponta que as empresas deixaram de fornecer instrumentos e medicamentos, e que não cumpriram com a quantidade e qualidade de mão de obra exigidos contratualmente. 

Na capital, além do Hospital Regional de Santa Maria, os investigadores cumpriram mandato no Hospital de Base, também administrado pelo Iges-DF. O MPDFT entende que as ilegalidades praticadas tiveram como consequência a ocorrência de altíssimas taxas de mortalidade nos leitos de UTIs de hospitais administrados pelas empresas. 

Procurado por esta reportagem, o Iges-DF não se posicionou até a última atualização desta reportagem.

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