PARALIMPÍADAS

Abertura cobra inclusão

Correio Braziliense
postado em 24/08/2021 22:45
 (crédito: Charly Triballeau/AFP)
(crédito: Charly Triballeau/AFP)

A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 foi enxuta, mas emocionante. Sob o lema de "nós temos asas", os organizadores realizaram, ontem, uma festa menor e mais rápida se comparada com a da Olimpíada e destacou como todas as pessoas têm as mesmas capacidades e podem alcançar grandes feitos. A pira paralímpica foi acesa por três atletas japoneses: Yui Kamiji (tênis sobre cadeira de rodas), Shunsuke Uchida (bocha) e Karin Morisaki (halterofilismo).

No desfile, as peças de entretenimento demoraram menos para serem concluídas, embora também tenham sido um espetáculo. O Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) apostou na exibição de vídeos para apresentar os esportes e reforçar a campanha de #WeThe15 (Nós, os 15), que destaca que 15% da população mundial tem algum tipo de deficiência e vive a vida normalmente, com um ou outro percalço.

O primeiro ato teve exibição de um vídeo com alguns dos esportes, seguido pela apresentação de dançarinos com todos os tipos de deficiência e fogos de artifício. Na sequência, houve a entrada do imperador japonês Naruhito e do presidente do IPC, o brasileiro Andrew Parsons.

A bandeira do Japão foi conduzida por cinco atletas paralímpicos e um bombeiro, como forma de homenagear a categoria. A deficiente visual Hirari Sato cantou o hino japonês. Na sequência, houve uma apresentação de Karakuri, um teatro de marionetes, com a participação dos dançarinos, logo antes da entrada dos três "agitos", que formam o símbolo paralímpico.

O desfile das delegações também foi reduzido. A Nova Zelândia, por exemplo, não permitiu que nenhum de seus atletas fosse, e a bandeira foi carregada por voluntários. O Brasil teve quatro pessoas: os porta-bandeiras Petrúcio Ferreira, do atletismo, e Evelyn Oliveira, da bocha, Alberto Martins, diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e Ana Carolina Alves (técnica da classe BC4 da bocha e staff de Evelyn).

Dois momentos emocionantes foram a entrada da bandeira do Afeganistão, apesar de nenhum atleta do país que se classificou ter conseguido viajar a Tóquio, e a participação de cães-guia junto com a delegação de Israel.

Após o término do desfile, projeções representaram as bandeiras de todos os povos e, em seguida, a Terra. Depois, veio a apresentação da "pequena monoasa", protagonizada pela cadeirante Yui Wago, de 13 anos, junto com atores que possuem outras formas de deficiência. Na segunda parte da peça, apresentada após os protocolos de discursos, hasteamentos das bandeiras e juramentos, um show de música, dança e luzes animaram a “monoasa", demonstrando que ela passou a aceitar quem era e a acreditar que podia conseguir os sonhos até, por fim, "voar".

O percurso final da tocha paralímpica foi representando uma passagem de bastão entre gerações: três atletas idosos japoneses passaram as tochas para profissionais da saúde, que carregaram até os atletas que acenderam a pira.


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