Taxa de transmissão segue alta

Índice está acima de 1 desde a última sexta no DF. Para pesquisador, média de casos da covid-19 pode dobrar em 10 dias

» SAMARA SCHWINGEL
postado em 31/08/2021 22:12
 (crédito: Minervino J?nior/CB/D.A Press - 11/12/20)
(crédito: Minervino J?nior/CB/D.A Press - 11/12/20)

A taxa de transmissão da covid-19 no Distrito Federal segue alta. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Saúde, o índice chegou a 1,09, depois de alcançar 1,1 no início da semana. Assim, um grupo de 100 pessoas transmite o vírus para outras 109. O pesquisador do Centro Universitário Iesb e doutor em administração e pós-doutor pela Universidade de Brasília (UnB) em ciência do comportamento Breno Adaid afirma que, apesar da pequena queda, a tendência é de que o índice aumente nos próximos dias.

“Com essa taxa, a média de novos casos deve dobrar em 10 dias”, comenta Breno. Atualmente, com o registro de 531 novas infecções e 13 mortes entre segunda-feira e ontem, a média móvel de casos chegou a 702,29, com uma alta de 4,35% em relação ao índice de 14 dias atrás. A mediana de óbitos está em 15,14, variação positiva de 19,11%, quando comparada com as duas semanas anteriores. “Se a transmissão não baixar, vamos chegar a uma média de 1.500 bem rápido”, complementa o especialista. O DF já registrou 470,4 mil infecções e 10.054 mortes desde o início da crise sanitária.

O presidente da Sociedade de Infectologia do DF, José David Urbaez, explica que a taxa de transmissão está alta há muito tempo. “Mesmo em 0,8 ou 0,9, ela é considerada perigosa, porque está muito próxima de 1. O ideal é termos um valor entre 0,3 ou 0,4”, afirma. O índice está acima de 1 desde a última sexta-feira. “Precisamos avançar na vacinação e cuidar da transmissão. Caso contrário, nunca vamos sair da pandemia”, acredita.

Em relação à ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para o tratamento da covid-19, a rede pública, ontem, operava com 54,48%, sendo que, dos 173 leitos, 73 estavam com pacientes, 61 vagos e 39 bloqueados. Na rede particular, a taxa era de 79,89%. Das 201 UTIs, 152 estavam ocupadas, 40 livres e nove bloqueadas. Na fila de espera por um leito havia oito pessoas com suspeita ou confirmação de infecção pela covid-19.

Vacinação

Ontem, a capital federal vacinou 6.277 pessoas com a primeira dose (D1), 19.479 com a segunda dose (D2) e 32 com a vacina de dose única da Janssen. No total, o DF tem 65,84% (2.016.012) da população total de 3.052.546 imunizada com, pelo menos, uma dose e 27,09% (849.371) com o ciclo vacinal completo.

Para os adultos, a Secretaria de Saúde disponibilizou 38 postos, sendo três com funcionamento noturno (confira os locais no site do Correio). Além disso, alguns pontos vão aplicar, também, a segunda dose dos imunizantes. O DF aguarda o envio de mais doses da Pfizer para ampliar a campanha para os adolescentes de 16 anos ou menos, uma vez que essa é a única vacina autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a ser aplicada em menores de 18 anos.

Fiscalização

Com a chegada do feriado de 7 de Setembro, as equipes de fiscalização da Secretaria DF Legal se preparam para a força-tarefa que visa assegurar o cumprimento das medidas de prevenção a covid-19 em bares, restaurantes e eventos no Distrito Federal. A operação intitulada Baco contará com 11 equipes volantes, que vão circular em todas as regiões administrativas da capital, além de servidores infiltrados nos estabelecimentos para monitorar o comportamento desses locais antes, durante e depois da ação de fiscalização. Ao todo, 21 estabelecimentos estão interditados pela pasta.

De acordo com o secretário da DF Legal, Cristiano Mangueira, o intuito da ação é identificar e punir quem está descumprindo as normas estabelecidas para funcionamento durante a pandemia. Estão proibidos a realização de eventos com shows, dança e que promovem aglomeração. Também é observada a questão da higienização e se estão respeitando o distanciamento entre as mesas. A sanção aplicada pelo descumprimento das regras de contenção da covid-19 em bares, restaurantes e eventos varia de R$ 10 mil a R$ 20 mil.

Colaborou Cibele Moreira

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