Covid-19

Médica alerta que é preciso manter cuidados mesmo após a 1ª dose da vacina

Esta semana, o DF atingiu a marca de 10 mil mortes por covid-19. O aumento de 32% de infectados preocupa para a chegada de uma nova onda

Samantha Rannya*
postado em 02/09/2021 16:46
 (crédito: Marcelo Ferreira)
(crédito: Marcelo Ferreira)

Médica intensivista do Hospital Santa Marta, Adele Vasconcelos foi a entrevistada do programa CB.Saúde — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília — desta quinta-feira (2/9). Na entrevista, a médica falou sobre os avanços da variante delta e sobre a taxa de transmissão da covid-19, que está alta, apesar de 30% da população estar vacinada com a segunda dose. Na bancada, a entrevista foi conduzida pela jornalista Carmen Souza.

É importante, após tomar a primeira dose da vacina, que a população continue com os cuidados em relação ao contágio. “A pandemia não está sob controle e as pessoas que estão tomando a primeira dose da vacina têm essa percepção de que podem viver normal. Essa ação vai aumentar a taxa de transmissão. A gente tem a variante delta, que está em aumento progressivo, no Brasil e no mundo, e existe a perspectiva de que ela vai ser a dominante nos próximos seis meses”, ressalta a médica.

Aumenta o número de idosos internados

Em entrevista ao CB.Saúde em abril, a médica apontou uma redução no número de internação dos idosos devido à taxa de vacinação no DF mas, após cinco meses, esse grupo está retornando para os hospitais. “A gente passou um tempo com uma quantidade maior de jovens internados do que de idosos e agora está mais ou menos igual. A maioria das vezes a gente consegue dar alta, em casos moderados, mas os casos mais graves estão começando a vir e geralmente são idosos com alguma comorbidade, alguma doença prévia que chega a ficar mais grave e inclusive ir a óbito mesmo vacinados, mas esses casos são raros”, explica. A médica conta que esse retorno serve de alerta para que a terceira dose da vacina chegue aos idosos e para o restante do grupo com comorbidade, uma questão que está sendo analisada pelos órgãos competentes.

Para ela, a população deve ter consciência de que, mesmo com a segunda dose da vacina, os cuidados de prevenção contra a covid-19 devem ser mantidos. Voltar à rotina normal de antes da pandemia e visitar o grupo mais frágil, que são os idosos, é uma atitude equivocada segundo Adele porque a taxa de transmissão ainda coloca em risco a saúde. A médica considera que a terceira dose da vacina para esse grupo é estratégica porque eles são mais vulneráveis.

O que fazer para evitar uma nova onda?

Ao ser questionada sobre as medidas que devem ser adotadas para evitar uma nova onda, a médica comenta que a melhor opção é intensificar a vacinação e não fechar os hospitais de campanha. “Fechar tudo de novo, não é o momento, até porque outros problemas sociais como a fome estão aí. Eu sou a favor de intensificar a vacinação e não fechar os hospitais de campanha porque a gente não sabe como vai ser uma nova onda. No ano passado, fecharam os leitos e, quando veio de novo a nova onda, teve que começar do zero. O que a gente precisa é de preparo para dar suporte”, reforça.

Pós-covid: sequelas e tratamentos

Alguns pacientes que tiveram covid-19 ficaram com sequela. A médica comenta que essas sequelas resultam na incapacidade de fazer atividades básicas como tomar banho, comer e andar. Isso é um alerta também para os jovens. Adele conta que o tratamento para covid-19 evoluiu bastante e, quanto mais rápido procurar o atendimento médico, mais fácil será para identificar o tratamento a ser usado. A médica reforça que o paciente que tiver alguma doença pulmonar grave deve ter os cuidados adequados mesmo após tomar as duas doses da vacina. “O paciente que tem uma doença grave ou comorbidade precisa ser protegido e não pode pegar a doença e pessoas que estejam com suspeita de estar com covid-19 devem evitar o contato com esses paciente porque estão colocando sua vida em risco”, diz Adele.

 

*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel

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