TEMPO

DF tem dia de calor recorde e incêndios

Sem previsão de chuvas, a temperatura chegou aos 34,5ºC, ontem, a mais alta do ano. Umidade relativa do ar pode cair aos 12% no decorrer da semana e bater novo recorde

» MICHEL MEDEIROS Especial para o Correio
postado em 06/09/2021 00:02
 (crédito: Ana Dubeux/CB/D.A Press)
(crédito: Ana Dubeux/CB/D.A Press)

Um sol para cada pessoa. Essa é a sensação do brasiliense ao sair de casa. E o calor deve continuar ao longo da semana. Ontem, a capital registrou o dia mais quente do ano, com 34,5ºC, e a previsão para hoje é de que a temperatura máxima chegue aos 34ºC. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu alerta laranja de perigo, com tendência de umidade relativa do ar entre 20% e 12% para os próximos dias. Os riscos para a saúde e a possibilidade do aumento no número de incêndios preocupam especialistas.

A umidade relativa do ar voltou a atingir os 13% no domingo, mesmo índice aferido no sábado e em 20 de julho, os mais baixos do ano. De acordo com a meteorologista do Inmet Andrea Ramos, as condições são comuns à estação e devem perdurar pelos próximos dias. “O inverno tem essa característica e a massa de ar seco e quente se mantém no decorrer da semana. Mas o período mais crítico já passou”, garante.

Segundo a especialista, as chances de chuva para a semana são praticamente nulas, tendência que deve mudar a partir da segunda quinzena de setembro, com a chegada da primavera, no dia 22. “Nos próximos dias, as temperaturas devem se manter elevadas e a umidade, abaixo de 20%. No período da tarde, a nebulosidade pode variar. Mas a chuva está prevista para a segunda quinzena, com volume estimado em 46,6 milímetros para setembro. A primavera tem como característica pancadas de chuva no período da tarde”, explica.

Saúde

As temperaturas elevadas e a baixa umidade do ar requerem mais cuidados e podem causar problemas à saúde, afetando, principalmente, pessoas com problemas respiratórios, conforme destaca o professor da Universidade de Brasília (UnB) Fayez Bahmad Junior, do programa de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências da Saúde. “O período de estiagem no Planalto Central, em que a umidade relativa do ar está abaixo do ideal, provoca distúrbios respiratórios, como alergia respiratória — representada pela rinopatia alérgica e asma brônquica —, e sangramentos nasais”, explica o médico otorrinolaringologista.

Ainda de acordo com o especialista, o problema é mais comum em crianças e idosos. “Por causa da baixa umidade, a mucosa nasal fica extremamente seca e sofre microfissuras que geram sangramentos nasais, principalmente, em crianças e idosos”, conclui. Para minimizar os efeitos da seca, recomenda-se aumentar o consumo de água, evitar atividades físicas ao sol e nos períodos mais quentes do dia, hidratar o nariz com soro fisiológico, fazer refeições leves e usar protetor solar.

Fogo

Enquanto a chuva não volta, é preciso ficar atento, pois o tempo seco e a falta de cuidados são a mistura ideal para as queimadas. No fim de semana, o Corpo de Bombeiros trabalhou de forma intensa para conter os incêndios em áreas como o Parque Nacional, conhecido como Água Mineral, e em diversas regiões administrativas. Na maioria dos casos, o fogo poderia ter sido evitado.

“No período da seca, a maior parte dos incêndios no Distrito Federal têm como origem o fator humano e poderiam ser evitados. Além do descarte incorreto de resíduos às margens das rodovias, muitos proprietários rurais iniciam os incêndios de forma acidental ao atear fogo para limpar as propriedades. A prática ainda é bastante comum”, relata o major Dourado.

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