Saúde mental

Veja locais que oferecem atendimento psicossocial gratuito na capital federal

O Setembro Amarelo chama a atenção da população para a prevenção ao suicídio. No Distrito Federal, iniciativas de universidades e centros públicos oferecem suporte psicossocial sem custo algum a quem busca atendimento

Pedro Marra
postado em 08/09/2021 06:00
Eduarda (d) e Maria Clara atuam no atendimento psicológico a idosos -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Eduarda (d) e Maria Clara atuam no atendimento psicológico a idosos - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O Setembro Amarelo é uma campanha nacional de prevenção ao suicídio. Segundo especialistas, muitos casos de autoextermínio poderiam ser evitados caso a pessoa tivesse acesso a um tratamento especializado ou se fosse amparada por uma rede de apoio. No Distrito Federal, diversos projetos oferecem atendimentos voltados à saúde mental, sem custo para o paciente.

Um dos locais é o Centro de Formação em Psicologia Aplicada (CEFPA) da Universidade Católica de Brasília (UCB). São 20 vagas para acompanhamento psicológico, com inscrições específicas para o público de 60 anos ou mais. A abordagem usada no atendimento é a terapia cognitiva comportamental. O acompanhamento psicológico é feito por estagiários de final de curso, sob a supervisão dos respectivos docentes.

“Por muito tempo, a gente negligenciou esse cuidado aos idosos, dizendo que quem está na velhice, foi assim a vida inteira e não é agora que vai aprender. Ou seja, algumas concepções equivocadas. Os atuais idosos acima dos 70 anos são de uma geração em que a psicologia e a psiquiatria eram vistas como sendo para pessoas fracas ou doidas. Isso fez com que, por muito tempo, não se divulgasse a importância dos cuidados da saúde mental também para idosos”, analisa a professora de psicologia da instituição Eduarda Rezende Freitas.

Participante do projeto no segundo semestre de 2020, a psicóloga Maria Clara lembra que atendeu idosos que chegavam com sintomas de depressão. “Tem muita gente com renda baixa que precisa do atendimento e nem sabe que existe esse serviço disponível nas universidades e de forma gratuita”, frisa a profissional.

Na Universidade de Brasília (UnB), há alguns canais de atendimento gratuito, como o Grupo Entrelinhas, que presta assessoria para o planejamento estratégico e implementação de ações de prevenção de suicídios e promoção da saúde. São nove psicólogas do Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos (Caep) da UnB.

Coordenadora da Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu) da UnB, a professora Larissa Polejack Brambatti acredita que a população em vulnerabilidade social precisa de mais atenção. “Uma pessoa passando por mais dificuldade também fica com vulnerabilidade emocional. Quanto mais serviços de apoio a gente puder oferecer, melhor. Temos que pensar que estamos há mais de um ano e meio em uma pandemia. De repente, uma pessoa ficou mal no começo desse período, ‘segurou’ (a mente) no meio, e, agora, não está bem de novo”, explica a docente.

Após sofrer crise de ansiedade forte, em 2019, o psicólogo formado pela UnB, Bento Saloio Daniel Mazuze, 44, nascido em Chokwé, cidade de Gaza, província de Moçambique, recebeu apoio psicossocial do Dasu para tratar de depressão após casos de racismo. De janeiro a março de 2020, ele fez sessões de terapia on-line com uma terapeuta de Goiânia. “Fez diferença, porque, naquela altura, o problema era questão de solidão. Mas também tinha a ver com racismo. Eu não podia deixar de informar a ela (professora Larissa) que eu estava passando por esses momentos. Então, ela me disse que a UnB tem o apoio psicossocial, na área de saúde mental”, relata.

Care on board

Com o objetivo de disseminar a cultura de jogos de tabuleiro como um auxílio terapêutico, surgiu o projeto Care on Board. Este ano, a iniciativa está na segunda edição e ocorre até 30 de setembro. Serão três lives (transmissão ao vivo) semanais transmitidas por meio da plataforma virtual Twitch, com presença de convidados, como chefs de cozinha, escritores e desenhistas. A estratégia é tirar o participante da rotina estressante.

A psicóloga Cláudia de Paula é uma das profissionais que atua no Care on Board e salienta que a crise sanitária impactou na saúde mental da população. “A ideia é trazer alento às pessoas que estão enfrentando problemas de variadas intensidades gerados pelo isolamento social, em que colocamos lado a lado a necessidade de interação e o medo do contágio da covid-19, além das problemáticas associadas ao assunto da pandemia”, completa.

 


Saiba onde procurar ajuda:

Secretaria de Saúde do DF
www.saude.df.gov.br/carta-de-servicos-caps

Universidade Paulista (Unip)
Telefone: 2192 7091

Centro Universitário do Distrito Federal (UDF)
Telefone: 3223 7524

Universidade de Brasília (UnB)
Site: www.linktr.ee/dasu, www.unbcaep.wordpress.com e www.grupoentrelinhas.wordpress.com
Instagram: @caep_unb
Facebook: Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos
Telefone: (61) 3107-1680


Clínica de Psicologia — Centro Universitário Iesb
Telefone: 3445 4502 (Iesb Sul) / 3962 4748 (Iesb Ceilândia)

Ceub — Centro de Formação de Psicólogos
Telefone: 3966 1626
Site: www.uniceub.br/atendimento-a-comunidade

Care on board
Site: www.linktr.ee/GameOnBoard

Universidade Católica de Brasília (UCB)
Telefone: (61) 3356-9328.
Site: www.cefpaucb.wixsite.com/psicologia

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