CORONAVÍRUS

Saúde tem 25 mil doses para começar vacinação dos jovens de 16 anos no DF

Governador Ibaneis Rocha anunciou a medida ontem, após a chegada de 16,3 mil doses destinadas ao grupo. Distrito Federal se aproxima de 80% do público com mais de 12 anos - alvo da campanha contra a covid-19 - contemplado com, ao menos, a primeira aplicação

Cibele Moreira
postado em 09/09/2021 05:54 / atualizado em 09/09/2021 05:55
Novo grupo de adolescentes tem 47 mil pessoas, segundo Codeplan; doses extras ficarão disponíveis para eles -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Novo grupo de adolescentes tem 47 mil pessoas, segundo Codeplan; doses extras ficarão disponíveis para eles - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Com a chegada de mais 16.380 doses da Pfizer/BioNTech, o Distrito Federal vai ampliar a vacinação contra covid-19 na sexta-feira (10/9) e incluirá pessoas de 16 anos. O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou a medida nessa quarta-feira (8/9), em uma mídia social. A quantidade de imunizantes atende a 34,8% do total de pessoas dessa idade — 47 mil habitantes, segundo a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). Apesar disso, a Secretaria de Saúde informou que vai manter o esquema adotado para outros grupos etários: se houver vacinas sobressalentes, elas ficarão disponíveis nos postos de atendimento.

Além das 16 mil unidades de imunizantes que desembarcaram na quarta-feira (8/9) no DF, a pasta destinará ao novo público outras 9 mil doses da Pfizer, que sobraram da campanha para adolescentes de 17 anos.

A vontade de se vacinar é grande para quem aguarda a vez, como Bernardo Alencar, 16. Morador da Asa Sul, ele tentou a fila da "xepa" em quatro ocasiões, mas não conseguiu. "Nós esperávamos por esse dia há muito tempo, só vendo outros locais do país vacinando e, aqui, não. Estou bem feliz. Por mim, nem dormia", comemorou o estudante.

A mãe dele, Nivea Alencar, 58, conta que o filho é o último da família a se vacinar. Todos receberam as duas doses. Agora, chegou o momento de Bernardo. "Estamos na expectativa. É tão injusto: tantas pessoas esperando a dose e tantas que não querem recebê-la. Perdi meu irmão para a covid-19 em abril, e havia imunizantes, só não liberaram para a idade dele, que acabou falecendo à espera de um leito em UTI (unidade de terapia intensiva)", lamentou a empresária.

Marina Chaves, 16, e os amigos da faixa etária dela também esperam ansiosos pela imunização. "Graças a Deus, chegou minha vez. Muitos (colegas) tentaram a 'xepa', mas não conseguiram", comenta. Para o pai da adolescente, Marco Antônio Chaves, 55, ver a filha se vacinar trará mais alegria à família. "A única coisa ruim é que ela vai voltar a sair mais", acrescentou o engenheiro agrônomo, que aproveitou a tarde de de quarta-feira (8/9) para tomar a segunda dose.

Pela manhã, os pontos de vacinação contra a covid-19 no DF tiveram longas filas. A maior parte do público aguardava pela segunda dose — antecipada para quem recebeu imunizantes Oxford/AstraZeneca ou Pfizer e tinha data de retorno agendada até 24 de setembro. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) nº 2 do Cruzeiro, uma falha na comunicação deixou cerca de 100 pessoas sem atendimento. O mal-entendido se deu após um grupo formar a fila de espera em frente à porta principal do posto. Porém, o acesso seria por uma entrada lateral.

No Parque da Cidade, também houve longa fila de espera, principalmente de manhã. A arquiteta Verônica Rodrigues de Carmo, 30, completou o ciclo vacinal no drive-thru Estacionamento 13. "Achei que esse momento não chegaria. Estava acompanhando com aflição a imunização aqui no DF e esperava me vacinar só no ano que vem", afirmou a moradora do Sudoeste.

O DF chegou a 78,8% da população com mais de 12 anos vacinada com a primeira dose. Atualmente, esse é o público considerado na campanha nacional contra a covid-19. Na capital federal, são mais de 2,5 milhões de pessoas. Em relação aos que completaram o ciclo de imunização, a taxa é de 36,6% (945,5 mil indivíduos).

Pós-doutor em ciência do comportamento pela Universidade de Brasília (UnB), o pesquisador Breno Adaid destacou que, se o DF mantiver o volume de recebimento das vacinas, toda a população terá tomado as duas doses até o fim do ano. "Nesse ritmo, em 60 dias, aplicamos a primeira em toda a população de 12 anos ou mais. Se considerarmos que os envios ocorram de maneira crescente, o tempo cai para 40 dias", calculou.

Colaborou Pedro Marra

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