O que poderiam empreender sete jovens amigos — todos com a idade por volta de 25 anos — que frequentaram o Colégio Militar e, depois de formados em diversas áreas, decidem abrir, juntos, um negócio?
Um bar, é claro. Não há outra atividade fora da carreira profissional capaz de dar mais prazer aos sócios do que administrar animadas noites de agradável convívio, regadas a uma ótima bebidinha, escoltada por deliciosos petiscos.
O mais difícil da empreitada foi encontrar um nome que traduzisse o que os sete tinham em mente. O foco seria a brasilidade no que ela tem de mais informal e, neste aspecto, as figuras que lhes ocorreram foram Tatá Werneck, Zeca Pagodinho, Adriano Imperador e a nunca esquecida Dercy Gonçalves. Durante um exercício de brainstorm, surgiu: Deboche, pimba!
Quem conta essa história é Gabriel Corbal, publicitário e cientista de dados, para quem “o deboche faz parte do processo de pertencimento do brasileiro”. Com os outros seis sócios, procurou desenvolver um modelo de bar que desse “tesão de ir e reunir os amigos”, explica Gabriel. O Deboche Bar abriu em julho, na 201 Norte, “uma quadra tradicional do carnaval de Brasília que transpira histórias e memes e fica no meio do caminho para todo mundo”, sintetiza o sócio.
Os outros seis são: Lucas Pitta, contador e auditor; Caio Maia, advogado; Diogo Lombardi, publicitário e gerente criativo de campanha; Matheus Queiroz, economista que atua com gestão; Carlos Eduardo, educador físico e gerente de vendas no varejo; e Pedro Gonzalez, engenheiro eletricista e gerente de área comercial.
Batatas e bolinhos
Para desenvolver o cardápio e comandar a pequena cozinha, instalada no subsolo da Loja 61 do Bloco A, os sete amigos convocaram a cunhada de um deles: Luiza Pinheiro, 26 anos, que, antes da pandemia, realizava bufês exclusivos para eventos e congressos, enquanto cursava gastronomia no Iesb. A chef é nova no ramo de bares, mas completamente apaixonada pela comida e pela energia de boteco.
No cardápio enxuto, no qual as sugestões são oferecidas em porções diferenciadas, há três tipos de batata frita: tradicional (R$ 19,90); cara de pau, coberta de picadinho ao molho madeira, molho de catupiry e cebolinha; e a deboche, carro-chefe da casa, que vem em uma cestinha com lombinho desfiado no molho barbecue de Coca-Cola, coberto por molho de requeijão e cebolinha (ambas por R$ 24,90 cada).
Outra atração são os bolinhos, como o feijuca. A receita se inspira no bolinho de feijoada, criado pela chef Katia Barbosa, (jurada do programa Mestre do Sabor) filha de nordestinos, que lançou, com muito sucesso, no seu restaurante do Rio de Janeiro, Aconchego Carioca, o petisco de massa de feijão recheado de carne de sol, couve e bacon, frito no óleo quente.
Originário do Oriente Médio, o salgadinho feito de grão-de-bico, misturado com condimentos antes de ser frito ou assado, adquiriu popularidade no mundo inteiro com o nome de falafel. No Deboche, ele se chama “fala Rafael” e vem frito em uma porção de cinco unidades cobertas com molho verde de ervas, também por R$ 24,90, e se encaixa na categoria vegana, sem glúten e sem lactose. Outra porção igualmente de cinco unidades e pelo mesmo valor é o bolinho mussaralho, recheado de queijo, azeitona e alho frito empanado na farinha panko e servido com molho barbecue de Coca-Cola.
“Mega coxinha” é mais um bolinho frito que, como o nome sugere, vem recheado de frango e catupiry empanados na farinha panko com molho da casa. Incluído recentemente no cardápio, o croquetão, por R$ 30,90, são cinco croquetes de carne moída recheados de muçarela e empanados na farinha panko. Completa o menu o que não pode faltar em botequim: pastéis — carne ou queijo — servidos com geleia de pimenta artesanal; e uma versão doce, de queijo com açúcar e canela, acompanhado de doce de leite.
Bebidas exclusivas
Mais diferenciados do que os petiscos são os drinques especialmente criados pelo premiado mixologista brasiliense Gustavo Guedes, que não se limitou a incluir na carta os clássicos negroni, rabo de galo, Moscow mule, além de gim tônica e caipirinha. No espírito da casa, o barman elaborou diversos “drinks debochados”, como são apresentados o Amado Batista de gim, cordial de morango com Elderflower (xarope de flor de sabugueiro), sumo de limão, espumante brut e chá de frutas vermelhas; o antiquado de cachaça envelhecida, calda de café com castanha-do-Brasil, angostura bitter e twist de laranja-bahia.
Ainda, há o Jeremias muito louco!, que é um ponche para servir de concha para seis pessoas feito de cachaça branca, rum, tequila José Cuervo, vodca, licor Cointreau, fiu fiu de tangerina com acerola, Campari, xarope de maracujá, Elderflower e morango (R$ 149,90). Mais simples, “olokinho meu” traz meia dúzia de shots com cachaça, cordial de seriguela com pimenta-de-cheiro, limão e espuma de cupuaçu por R$ 49,90. Feito com rum, maracujá com gengibre, limão, hortelã e pink limonade é o delicioso e refrescante drinque “e aí fake!”, que sai por R$ 22,90.
Com seu jeitinho brasileiro e irreverente, o Deboche Bar funciona ao ar livre no aprazível espaço, chamado Praça dos Prazeres, ao lado do Bloco A da 201 Norte, de quarta a sexta-feira, das 18h à 1h; sábado, das 16h à 1h; e domingo, das 16h às 23h. Telefone 9 8247-4503.
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