O Distrito Federal recebeu, ontem, 205.920 doses da vacina Pfizer. Com a nova remessa, será possível dar início à aplicação da terceira dose em idosos que vivem em Instituições de Longa Permanência (ILPIs), o primeiro grupo a receber o reforço do imunizante, a partir de amanhã. Também nesta terça, começa a vacinação de adolescentes de 13 anos. A Secretaria de Saúde divulga hoje a relação dos postos que atenderão a faixa etária, que tem público estimado em 42.539 pessoas, de acordo com a pasta. O avanço na campanha de imunização foi anunciado no fim de semana pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), em sua conta no Twitter.
A professora Valéria Hohmann, 40 anos, aguarda ansiosamente para vacinar o filho Filipe Hohmann, de 13 anos. Ela espera que haja organização na logística das vacinas, para que elas cheguem a todos, e para que Filipe consiga receber a D1 onde mora, no Gama, sem precisar se deslocar para longe. “A expectativa é grande, principalmente porque meu filho já voltou ao ensino presencial. Nos sentimos seguros para a aplicação, afinal, a Anvisa autorizou a vacina para os jovens da idade dele, desde que seja com Pfizer”, conta.
Até o momento, 2.126.811 pessoas foram vacinadas com, pelo menos, uma dose; 1.037.170 com duas; e 56.964 com a vacina de dose única. Ontem, a Secretaria de Saúde registrou 643 aplicações de primeira dose (D1), 756 de segunda dose (D2) e não foram aplicadas vacinas de dose única. Da população total de 3.052.546, cerca de 69,67% receberam uma dose e 35,84% estão com o ciclo vacinal completo.
A campanha de imunização para adolescentes de 14 anos e segunda dose ocorreu sem grandes filas durante o fim de semana. Foi o caso da unidade básica de saúde (UBS) 8, de Ceilândia. A maior concentração de jovens foi no sábado. Embora sem filas, ontem, o fluxo de vacinados era constante na unidade. A família Martins aproveitou o fim de semana e garantiu a imunização de todos os membros. “Eu e minha esposa viemos tomar a 2ª dose e meu filho, a 1ª”, conta Cássio Martins, 44 anos, motorista de aplicativo e morador de Samambaia.
Ele confessa que estava preocupado com a vacinação do filho. “Todo mundo fica na expectativa de ser imunizado, e, quando estava chegando na vez dele, ficamos com medo de não conseguir a vacina, porque o governo local falava uma coisa e o Ministério outra”, destacou. Para Gabriel, 14, estar vacinado o deixará mais tranquilo. “Principalmente agora voltando à escola. Sei que ainda falta a 2ª dose, mas ao menos nos dá mais segurança”, pontua.
A estudante Emily Pereira, 16, também sentiu medo de não ser vacinada. “O mais difícil da pandemia tem sido se acostumar às aulas remotas”, destaca a jovem. O pai de Emily, Perivaldo Araújo, 43 anos, comerciante e morador de Ceilândia, diz que agora, com a filha vacinada, está bem mais tranquilo.
Outra família que buscou, ontem, a imunização foi a de Igor Alves da Silva, 30. Logo depois da filha Ketlyn Alves, 14 anos, se vacinar, o pai iria buscar a segunda dose no drive-thru do Sesc de Ceilândia. “A melhor coisa está sendo a vacinação. Ela vai, ao menos, garantir que, caso alguém pegue a doença, não tenha um caso grave. Isso é importante”, destaca Igor.
1.091 casos
Nas últimas 24h, o Distrito Federal registrou mais 1.091 casos pelo novo coronavírus. A capital não registrava mais de mil casos em um dia desde 6 de setembro, quando confirmou 1.060 infecções. Ontem, foram notificadas, ainda, 11 mortes, das quais nove foram de pessoas com 60 anos ou mais. Com a atualização do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde, são 485.590 casos confirmados e 10.284 mortes pela covid-19 desde o começo da pandemia; 467.341 (96,2%) estão recuperados.
A taxa de transmissão do Sars-CoV-2 na capital está em 1,04 e indica tendência de avanço da pandemia. O valor em 1,04 significa que 100 pessoas transmitem a doença para outras 104. Entretanto, a Saúde reforça que “é necessário avaliar os resultados obtidos pelo cálculo da taxa de transmissão em conjunto com outros indicadores epidemiológicos e assistenciais.”
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