Capital S/A

Samanta Sallum
postado em 04/10/2021 21:14

"Tudo que você pode fazer, ou sonha que pode, comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia"

Johann Wolfgang von Goethe


American Cookie é de Brasília

Os primeiros biscoitos saíram do forno de um apartamento em Águas Claras, em 2015. A ideia inicial era obter uma renda extra para ajudar no orçamento doméstico. Hoje, a marca tem 28 lojas espalhadas por quatro estados brasileiros (GO, SP, MG e RJ) e o DF. Francielle Faria, sócia-fundadora e CEO da American Cookies, e o marido, Rafael Macedo, começaram com um investimento de R$ 2 mil na compra de uma batedeira, um pequeno forno e um freezer para uma cozinha amadora em casa. Naquela época, com a venda para amigos e vizinhos, começaram a faturar bem. O boom foi em 2017, quando passaram a vender por delivery em aplicativos. Foi a primeira empresa do segmento a fazer entregas.


Fábrica e frota própria

Hoje, a empresa tem uma fábrica, logística própria — com direito a frota de caminhões — e um escritório na cidade, atividades que empregam mais de 200 funcionários diretos. A expectativa é fechar o ano com faturamento de R$ 20 milhões e mais de 60 franquias vendidas no país.


No gosto candango

“O nosso maior desafio hoje é empreender na capital do funcionalismo público. Temos dificuldade para formar uma equipe grande. Já penso em trazer pessoas de fora para cá. Eu mesma fui servidora antes de abrir mão da minha profissão estável para empreender”, conta Francielle. Mas os candangos abraçaram o conceito, tornando a cidade a capital dos cookielovers. “Além da fidelidade do cliente, que foi o que garantiu de fato o nosso crescimento, Brasília é uma cidade economicamente ativa, o que ajuda o negócio local e faz a economia girar”, complementa a empresária.


Pequenos negócios são os que mais geraram empregos nos últimos meses

Das 372,2 mil vagas de trabalho criadas, em agosto, os pequenos negócios foram responsáveis por 265,1 mil. Isso corresponde a cerca de sete em cada 10 novos postos abertos no Brasil. São as micro e pequenas empresas que mais geram empregos no país. E hoje é o dia nacional delas. Também foram as que mais dispensaram colaboradores quando a pandemia chegou, em março de 2020. No entanto, nos últimos oito meses, vêm apresentando saldo positivo nas contratações, mostrando força na retomada da economia. É o que aponta levantamento feito pelo Sebrae, baseado nos dados do Caged, do Ministério da Economia.


Serviços e comércio

O setor de serviços, um dos mais impactados pela pandemia do novo coronavírus, foi o responsável por cerca de 46% das vagas de empregos dos pequenos negócios, contratando 119,3 mil trabalhadores, quase o dobro das contratações feitas pelas médias e grandes empresas. Na sequência, aparecem comércio, com 69,8 mil; indústria da transformação (40,6 mil); construção (30,7 mil); e agropecuária (2,5 mil).


Hora da virada

No acumulado do ano, as micro e pequenas empresas figuram com aproximadamente 70% dos postos de trabalho gerados no país. Das 2,2 milhões de vagas criadas em 2021, mais de 1,5 milhão é delas. Entre janeiro e agosto de 2020, o saldo de empregos gerados pelo setor havia sido negativo, com o encerramento de 524,3 mil vagas, e as médias e grandes haviam fechado um pouco mais de 466 mil empregos.


"Os pequenos negócios são os primeiros a sentir os efeitos de uma grande crise, mas também são os primeiros a conseguir se recuperar, inclusive pela sua estrutura mais enxuta. Por isso, são importantes a criação e a manutenção de políticas públicas que incentivem esse segmento.”

Carlos Melles, presidente do Sebrae


Adaptação

A pandemia tem sido responsável por acelerar transformações e elevar a capacidade de reação da maioria dos donos de micro e pequenas empresas, conforme aponta a 12ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), entre o fim de agosto e o início de setembro. No DF, 63% se adaptaram ou se reinventaram.


Preço da gasolina

A pesquisa também revelou que a alta no preço das mercadorias e os sucessivos aumentos nos combustíveis têm sido os fatores que mais pressionaram os custos dos pequenos negócios. Até agosto, o preço da gasolina havia avançado mais de 31%, enquanto que o do diesel acumulava alta de 28,02%. A projeção do setor financeiro é que a inflação fique em torno dos 8,5% neste ano.


Consultorias

Desde o início da pandemia, o Sebrae no DF tem oferecido consultorias para os empreendedores, com soluções on-line e também presenciais para que recebam orientações e apoio no enfrentamento à nova realidade de mercado imposta pela pandemia. Marketing digital, otimizar custos, remodelar o negócio são temas abordados nas mentorias.

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