VIOLÊNCIA

Polícia apura hipóteses além de latrocínio em caso de estudante assassinado

Morto no sábado (2/10), o estudante Gabriel Benamor foi enterrado nessa terça-feira (5/10). Investigadores trabalham com outras linhas de investigação, mas não descartam roubo seguido de morte

Júlia Eleutério
postado em 06/10/2021 06:00
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Sob forte comoção, amigos e familiares de Gabriel Benamor, 23 anos, despediram-se do estudante nessa terça-feira (5/10), no Cemitério Campo da Esperança. Ele foi assassinado após um possível assalto, na manhã do último sábado (2/10), em Taguatinga Norte. No dia seguinte, a polícia Civil prendeu dois suspeitos de cometer o crime. Os investigadores trabalham com outras linhas de investigação além de latrocínio — roubo seguido de morte. O jovem tinha mais de 20 mil seguidores nas mídias sociais, onde ficou conhecido pela atuação como investidor financeiro.

Inteligente, dedicado, comprometido e alegre foram alguns dos adjetivos usados por quem conhecia Gabriel para defini-lo. Primo da vítima, Hugo Miranda, 32, não conseguia acreditar no ocorrido: “Aconteceu. Não tem mais volta. Acabou com os sonhos de um rapaz que tinha a vida inteira pela frente. É uma dor imensurável”. Muito ligado ao estudante, o operador de caixa conta que os dois costumavam celebrar juntos as conquistas. “Nunca mais vou ver meu menino. O moleque que vi crescer e conquistar todas as coisas que queria”, lamentou.

Gabriel estava perto de se graduar no curso de direito. Ele foi morto com dois tiros após ser abordado por uma dupla de criminosos armados, na Praça da QNF, enquanto aguardava dentro do carro por um casal de amigos. Um colega do estudante havia se machucado e esperava Gabriel para ir ao médico. Ao ouvir os disparos, desceu do prédio e encontrou a vítima caída ao lado do veículo. Gabriel foi levado a um hospital particular de Taguatinga, onde passou por cirurgia e ficou na unidade de terapia intensiva (UTI). No entanto, às 15h30, não resistiu aos ferimentos e morreu.

Gabriela Andrelino, 25, estudou com o irmão mais velho da vítima e se tornou próxima de ambos. “O Gabriel era um cara muito centrado, tranquilo, inteligente, que gostava de viajar e explorar o mundo. Ele sempre foi controlado e visionário, tinha uma empresa de investimentos e vivia bem”, contou. A jovem relatou ter sido difícil ver o amigo perder o irmão de forma tão repentina. “Não dá para entender como ele morreu. E é inaceitável. Ele não era o tipo de pessoa que reagia. Foi uma surpresa e um abalo tudo isso que aconteceu”, completou Gabriela, emocionada.

Amiga de Gabriel havia mais de 15 anos, Ana Caroline Capuano, 22, contou que o estudante praticava esportes, era vaidoso e saía com frequência para festas. “Ele gostava de calistenia, de fazer ‘acrobacias’ nas barras, e curtia bastante a vida. Viveu e tinha tudo o que queria.” A universitária acrescentou que, em novembro, o jovem faria aniversário, mas, na semana passada, havia anunciado a realização de um desejo: ter um carro da marca Porsche. “(O automóvel) tinha até nome — Channel. E era do jeito que ele queria, mas não deu tempo de chegar”, contou Ana Caroline.

A 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte) apura o caso. Ao Correio, o delegado-chefe, Mauro Aguiar Machado, afirmou que os suspeitos detidos têm 16 e 18 anos, bem como antecedentes criminais, e que os policiais não descartam mais hipóteses sobre a dinâmica do assassinato. “Continuamos coletando provas. Há, também, outra linha de investigação em curso. Dois suspeitos foram presos, e ambos têm envolvimento em práticas de atos infracionais graves. Quando o caso estiver concluído, haverá uma (entrevista) coletiva com mais detalhes”, completou.

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