Saúde

CRM abre investigação para apurar uso de 'kit covid' no HFA

Segundo denúncias, a unidade teria orientado médicos a usar receitas pré-assinadas e carimbadas por outros profissionais para prescrever os medicamentos do 'kit covid'

Correio Braziliense
postado em 06/10/2021 15:24 / atualizado em 06/10/2021 17:09
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) abriu um procedimento apuratório para investigar  a conduta de médicos do Hospital das Forças Armadas (HFA). Segundo denúncias, profissionais da unidade foram orientados a usar receitas pré-assinadas e carimbadas por outros profissionais para prescrever os medicamentos do "kit covid" a pacientes que faziam questão do uso dos medicamentos específicos. 

"O Código de Ética Médica veda ao médico emitir receitas ou formulários em branco sem ter realizado o devido atendimento ao paciente. A prescrição de qualquer medicamento só deve ser feita em consequência de um exame clínico. O CRM-DF já está apurando as denúncias, o procedimento apuratório corre em sigilo processual nos termos do Art 1° do CPEP", informou o conselho em nota. 

O caso foi revelado pela TV Globo. De acordo com as informações da reportagem, as receitas ficavam prontas antes de os pacientes serem consultados. Mesmo sem informações do nome do paciente, a receita médica indica o uso de três remédios: hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina — sem eficácia comprovada contra a covid-19.

O infectologista Hemerson Luz, em nome da direção do HFA, informou que todos os pacientes covid-19  foram examinados e fizeram os exames necessários. "Na época, o tratamento estava nos protocolos no Conselho Federal de Medicina e do Ministério da Saúde. O próprio hospital tinha um protocolo pulico para orientar os médicos sobre o uso dos remédios", disse. 

Além disso, o médico diz que a autonomia dos profissionais "nunca foi desrespeitada". "Em nenhum momento foi feita uma receita pré-assinada. As folhas eram para os pacientes examinados e que optaram pelo tratamento terem orientação de como usar os medicamentos. Além disso, todos assinavam um termo de consentimento", explica Hemerson. 

 

 

 


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação