Novo e Vasto point
Brasília ganhou, esta semana, a segunda operação do Vasto, em um ambiente super-requintado instalado no coração da capital em um dos pontos mais históricos da Asa Sul: a esquina da 108, de frente à Igrejinha, que recebe, em seis décadas, o terceiro ocupante. “No começo, era a Americana, restaurante popular que servia comida para os candangos. Eu tinha apenas 18 anos quando negociei com eles um cantinho para colocar minha escola de balé”, conta a primeira bailarina de Brasília, Norma Lillia, que manteve, ali, sua academia de dança por 46 anos.
Norma era a convidada de honra dos proprietários Beto Pinheiro, Daniel Chehab, Igor França, Eilson Studart e Hegel Barreira na noite de inauguração do restaurante, que contou também com os fundadores do Grupo Coco Bambu, o qual pertence a Vasto, Afrânio e Daniela Barreira, cujo pai, de origem italiana, inspirou a escolha do nome — uma homenagem à cidade na qual viveu na Itália. Outra forte lembrança de Daniela é o fato de ter vivido em Brasília, na Asa Sul, ainda criança, e ter frequentado a escola de balé, atualmente transformada no bonito restô com capacidade para 270 lugares, cujo projeto é assinado pelo arquiteto Carlos Otávio.
Sistema americano
É claro que há frutos do mar, como o prato de camarão rosa pistola GG, servido com cauda e cabeça e meio limão chamuscado, mas a principal atração do cardápio traz o que há de melhor em carnes nobres de raças britânicas, como Angus, Hereford e outras. O steak Vasto (de 380g e 180g) vem com batata palha e saladinha; costela do dianteiro, entre a segunda e a quinta; coteleta, que é o prime rib empanado e frito; rib eye e parmegiana de filé empanada na farinha panko com molho de tomate, além de T-bone, alcatra e diversos acompanhamentos, como maionese de batatas, farofa de ovos e gratinado de chuchu. Ao contrário do sistema argentino que usa parrilla, as carnes são assadas no char broiler a gás, como fazem os americanos, ou no forno a carvão.
De sobremesa, brownie com chocolate branco e pistache acompanhado de sorvete (foto); cheesecake de oreo; e panqueca de doce de leite argentino, clássico que não pode faltar nas casas de carne. Aliás, quem sugeriu ao Grupo Coco Bambu enveredar nesse segmente foi Paulo Octávio. “Quando saiu o Mormaii do Brasília Shopping, PO — como é conhecido o empresário brasiliense — nos propôs: “Por que vocês não abrem uma steak house?’”, revela o cearense Eilson. Com mais de 50 lojas, presente em 17 estados, o grupo se prepara para levar o Vasto para Recife, dia 16 de novembro, e São Paulo, 6 de dezembro.
Fartura libanesa
Quase um ano depois de abrir as portas no Clube de Golfe, o restaurante Almería renova, pela primeira vez, as sugestões e lança o cardápio primavera-verão que resgata sabores de dois mundos: o europeu e o árabe. “O nosso novo menu foi uma inspiração da chef Luiza Jabour nos preparos gastronômicos mediterrâneos com grande influência árabe e toques autorais”, define Guto Jabour, sócio-fundador, junto a irmã Luiza, da casa, que leva o nome de uma cidade do sul da Espanha.
Formada em confeitaria na escola Ferrandi, em Paris, e com estágio em restaurantes franceses, Luiza é quem comanda a execução do menu em que não falta o quibe cru coberto por uma brunoise de cebola roxa e hortelã e servido com coalhada e pão pita. Entre os principais, há um lindo e farto risoto rosa tingido pela beterraba que vem em picles no delicioso arroz arbóreo com queijo de cabra; e outra sugestão de pescada amarela, cozida no caldo estilo moqueca, com banana da terra grelhada e croc de castanha (foto). De sobremesa suspiro, creme patissière tonka, chantilly e coulis de frutas amarelas; ou Mykonos, que é um iogurte grego feito na casa, tangerina, casca de mel, bolo de amêndoas e hortelã. Com tantos lugares, você tem a opção de sentar na varanda com vista para a Ponte JK.
Duroc é moda
Encantado com a maciez, a textura e o sabor da carne Duroc, suíno que o produtor brasiliense Alexandre Cenci importou matrizes vindas de avião dos Estados Unidos, o chef Francisco Ansiliero acaba de lançar um prato: costela assada com seu próprio molho, finalizada com o amazônico arubé, que é a redução do tucupi, escoltada de maionese de batata com crocante de bacon. Acompanham, ainda, salada de rúcula com maçã, na entrada; e pudim de laranja, na sobremesa. O menu é oferecido no almoço e no jantar no Dom Francisco (Asbac e 402 Sul), até 31 de outubro.
Só deu A Casa do Porco
O Brasil, que já foi uma referência gastronômica mundial quando a pegada amazônica estava na moda, não tem mais a mesma expressão. Não fosse o talento do chef paulista Jefferson Rueda em lidar com carne de porco — uma das mais saborosas do planeta — não estaríamos na lista das boas mesas. Pela segunda vez, A Casa do Porco, que ele toca com a mulher, Janaína Rueda, é a única marca brasileira no ranking dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo 2021. Subiu 22 posições e conquistou o 17º lugar. Para o primeiro posto, retornou o restaurante Noma e, em segundo lugar, o Geranium, ambos em Copenhagen, na Dinamarca, onde tive o privilégio de conhecê-los.
Laurent em livro
Recebi pelo WhatsApp: “250 páginas falando da minha vida, das panelas e opiniões do meu setor num país chamado Brasil, que me acolheu há 42 anos, com 50 receitas e 50 fotografias do Sérgio Coimbra e textos do Carlos Oliveira”, escreveu o chef e amigo anunciando seu livro Laurent Suaudeau: o Toque do Chef, publicado pela Editora Melhoramentos. Num adendo, ainda lembrou: “sem esquecer prefácio de Washington Olivetto e Rogério Fasano”.
Delícias na porta
Alguns dos principais protagonistas da alta gastronomia da cidade se renderam às novas tecnologias e acabam de aderir a um aplicativo de delivery — icook — que conecta a sua arte culinária com as pessoas que gostam de comer bem. Há quatro categorias diferentes: chef convidado; chefs experientes; cookers e empório. Entre os que criaram receitas inéditas para tomar parte na plataforma, estão Thiago Paraiso (foto), que assina o menu da Belini até o dia 17; Marco Espinoza; Cristiano Komyia; Guga Maragna; e Ronny Peterson. Do empório, pode chegar a sua casa alho negro, azeitonas aromatizadas, carne de lata, cucas, molhos, geleias e até o caldo para preparar risoto. A iniciativa é dos empresários Eduardo Nogueira e Felipe Bonny, que atendem somente Asa Sul e Asa Norte, por enquanto.
Anote na agenda
Amanhã, das 16h às 19h, na Banca da Conceição, na 308 Sul, tem tarde de autógrafos do livro Histórias dos sabores que vivi. Você é nosso convidado!
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