DF próximo de imunizar metade da população

A capital do país superou a marca de 45% dos habitantes completamente vacinados contra a covid-19, ontem. Atendimento aos adolescentes está suspenso por falta de doses. Hoje, a campanha segue em 11 pontos para maiores de 18 anos, inclusive com o reforço

» SAMARA SCHWINGEL » JÚLIA ELEUTÉRIO
postado em 11/10/2021 23:24 / atualizado em 11/10/2021 23:27
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O Distrito Federal se aproxima de ter metade da população geral (3.052.546) com o ciclo vacinal completo contra a covid-19. Ontem, 45,67% dos habitantes da capital do país estavam imunizados. Considerando o público-alvo (2.578.420), a taxa é de 54,07%. O índice, segundo especialista, é importante, porém, não significa que a pandemia está perto de acabar. Apesar do avanço na vacinação, Brasília registra uma baixa adesão de imunossuprimidos à dose de reforço, conhecida como terceira dose. Hoje, a campanha segue para maiores de 18 anos (veja Onde se vacinar). Devido à falta de imunizantes, o atendimento de adolescentes de 12 a 17 anos foi suspenso pela Secretaria de Saúde, até que chegue uma nova remessa da Pfizer, enviada pelo governo federal.

Segundo dados da secretaria, 2.223.683 pessoas receberam a primeira dose das vacinas contra o novo coronavírus desde o início da campanha, em janeiro deste ano — 86,24% do público-alvo ou 72,85% da população total. Ontem, o DF chegou a 1.394.118 pessoas que completaram o esquema vacinal, ou seja, receberam a segunda dose ou a vacina da Janssen, que é de dose única. Júlia Figueiredo, 26 anos, universitária e moradora de Sobradinho, foi uma das que completou a imunização. Ontem, ela foi à Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 da Asa Norte para receber a D2. “Eu deixei de fazer muitas coisas por medo de passar (a covid-19) para minha família, que são do grupo de risco. Mas, com a vacinação, voltei a praticar algumas atividades”, comenta.

Amiga de Júlia, Tatiana Franco, 21, foi imunizada na mesma UBS. “Agora, com a segunda dose e esperando os 15 dias depois de tomar, pretendo liberar algumas restrições, mas continuarei me cuidando, porque a pandemia não acabou”, destaca a universitária e moradora da Asa Norte.

Em relação à dose de reforço, atualmente, podem receber os idosos com mais de 60 anos e profissionais de saúde que tenham recebido a D2 há, pelo menos, seis meses; e os imunossuprimidos graves a partir de 18 anos com o ciclo vacinal completo há 28 dias, no mínimo. Ontem, a secretaria retirou a necessidade de agendamento para os imunossuprimidos receberem o reforço — dos quase 26 mil esperados, 6.680 chegaram a marcar o dia de tomar a vacinar —, no entanto a procura continuou baixa. Ao todo, a dose adicional foi aplicada em 48.608 pessoas.


Nova remessa

No último domingo, os adolescentes de 12 a 17 anos — que só podem ser vacinados com a Pfizer — não tiveram postos disponibilizados para vacinação. Ontem, quatro regiões administrativas tiveram pontos de atendimento para esse público Até o fechamento desta edição, 190.413 jovens haviam tomado a D1. De acordo com a Companha de Planejamento do DF, (Codeplan), esse público soma cerca de 260 mil pessoas. Ao Correio, fontes da Secretaria de Saúde informaram que a expectativa é de receber mais doses destinadas aos menores de 18 anos na quinta-feira, porém, não houve uma confirmação do Ministério da Saúde sobre a data ou quantidade a ser enviada. Ontem, o DF recebeu 40.950 unidades da Pfizer voltadas para a aplicação da segunda dose.

Apesar dos poucos locais de atendimento, Marcela Louly, 40, não desistiu de levar a filha, Alice Louly, 15, para ser vacinada. Na fila da UBS 2 da Asa Norte há cerca de uma hora, as moradoras do Lago Norte estavam ansiosas pelo imunizante. “Ela (Alice) nem voltou para a escola ainda, então a expectativa era grande. A gente ainda ficou numa expectativa maior ainda, porque ouvimos que iam fechar a vacinação para os adolescentes. Ficamos preocupados de que ela não conseguisse se vacinar, mas, graças a Deus, não fecharam, vamos conseguir”, comemora Marcela.

Atenção continua

Entre domingo e ontem, o DF registrou 978 novos casos e 17 mortes por covid-19. Pelo 13º dia seguido, a taxa de transmissão estava acima de 1, chegando a 1,1, ou seja, um grupo de 100 pessoas infecta mais 110. Com a atualização, a capital chegou a 507.407 infecções e 10.621 óbitos confirmados desde o início da crise sanitária. A média móvel de casos está em 1.196,29, o que indica um aumento de 33,11% quando comparado com o índice de duas semanas atrás. A mediana de mortes chegou a 15,86, com variação negativa de 5,13%, indicando estabilidade.

A infectologista Ana Helena Germoglio explica que, apesar de quase 50% da população estar com o ciclo vacinal completo, há riscos de infecção e contaminação. “Os vacinados têm menos chances de ficarem graves, mas ainda transmitem e podem ser infectados”, alerta.

Além disso, a médica afirma que não há um número certo para avaliar que a população está imunizada. “Temos que considerar que a covid-19 pode se tornar uma doença endêmica, ou seja, pode não sumir, e nós teremos que conviver com ela. Com máscara e todas as medidas não-farmacológicas de prevenção, nos cuidando e cuidando dos outros”, completa.


Vacinação em um dia

1.813
vacinados com D1 ontem

33.516
vacinados com a D2 ontem

153
vacinados com a dose única ontem

4.778
vacinados com a dose de reforço ontem

 

Reforço para imunossuprimidos

Veja quais doenças e condições se enquadram nas regras para receber a dose de reforço.


Serão imunizados os pacientes considerados graves, com as seguintes condições:

» imunodeficiência primária grave;
» quimioterapia para câncer;
» transplantados de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas em uso de drogas imunossupressoras;
» pessoas vivendo com HIV/Aids; uso de corticoides em dose igual ou superior a 20mg/dia de Prednisona, ou equivalente, por 14 dias ou mais;
» uso de drogas modificadoras da resposta imune;
» autoinflamatórias, doenças intestinais inflamatórias;
» pacientes em hemodiálise;
» pacientes com doenças imunomediadas inflamatórias crônicas;


Medicamentos modificadores da resposta imune e drogas consideradas imunossupressoras:

» metotrexato;
» leflunomida;
» micofenolato de mofetila;
» azatiprina;
» ciclofosfamida;
» ciclosporina;
» tacrolimus;
» 6-mercaptopurina;
» biológicos em geral: infliximabe, etanercept, humira, adalimumabe, tocilizumabe, canakinumabe, golimumabe, certolizumabe, abatacepte, secukinumabe, ustekinumabe;
» inibidores da JAK: tofacitinibe, baracitinibe e upadacitinibe.

Fonte: Secretaria de Saúde do DF


Veja onde se vacinar

Primeira dose 18 anos ou mais
» UBS 2 Asa Norte — das 9h às 17h

Segunda dose Pfizer
» UBS 7 Ceilândia — das 9h às 17h
» UBS 3 de Taguatinga — das 9h às 17h

Segunda dose CoronaVac
» UBS 2 Asa Norte — das 9h às 17h
» UBS 3 de Taguatinga — das 9h às 17h

Segunda dose AstraZeneca
» UBS 2 Asa Norte — das 9h às 17h
» Praça dos Cristais — das 18h às 22h
» UBS 7 Ceilândia — das 9h às 17h

Reforço para idosos e profissionais de saúde
» Praça dos Cristais — das 18h às 22h
» UBS 7 de Ceilândia — das 9h às 17h
» UBS 3 de Taguatinga — das 9h às 17h

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  • Antes da interrupção da aplicação em adolescentes, Marcela Louly, 40, conseguiu garantir a dose da filha, Alice Louly, 15
    Antes da interrupção da aplicação em adolescentes, Marcela Louly, 40, conseguiu garantir a dose da filha, Alice Louly, 15 Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Júlia (e) e Tatiana contam que estão aliviadas por tomarem a segunda dose das vacinas. Apesar de imunizadas, elas afirmam que os cuidados seguem
    Júlia (e) e Tatiana contam que estão aliviadas por tomarem a segunda dose das vacinas. Apesar de imunizadas, elas afirmam que os cuidados seguem Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

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