Crime

Polícia prende integrantes de grupo que aplicava golpe do falso médico

Grupo criminoso era chefiado por detento do presídio de Mata Grande, em Rondonópolis (MT), e vitimava famílias de pacientes em estado grave em hospitais do DF e de outros estados brasileiros

Correio Braziliense
postado em 22/10/2021 16:09 / atualizado em 22/10/2021 19:02

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em parceria com a Polícia Civil do Mato Grosso (PCMT), prendeu, nesta quinta-feira (21/10), três pessoas suspeitos de integrar um grupo que aplicava golpe a familiares de pacientes internados em estado grave em hospitais de Brasília e de outros Estados do país. Ao menos, duas famílias brasilienses foram vítimas da ação criminosa. A polícia investiga mais 20 casos tentados no DF, além de ter evitado que outras duas depositassem dinheiro na conta da organização ilegal. Segundo a investigação, há fortes indícios que os criminosos também sejam integrantes do Comando Vermelho.

De acordo com a Polícia Civil, o chefe do grupo comandava a operação dentro do presídio de Mata Grande em Rondonópolis (MT) em parceria com um ex-companheiro de cela que estava em regime semi-aberto, com monitoramento eletrônico. A organização conta com outros integrantes que estão foragidos e que vitimaram duas pessoas nesta quarta-feira (20/10), em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O golpe consistia em obter dados de pacientes internados em estado grave, principalmente idosos, em diversos hospitais do país. Em seguida, um dos criminosos fazia contato telefônico com as famílias se passando por médicos com alta especialização e as induzia a efetuarem depósitos em contas bancárias de terceiros, informando urgente necessidade de exames e procedimentos médicos a serem realizados, por se tratar de caso de risco de morte.

Os familiares, desesperados, transferiam quantias em dinheiro aos autores, chegando até a fazerem empréstimos bancários. Com posse dos dados pessoais das vítimas, habilitam linhas telefônicas em nome delas e utilizam tais telefones para dar continuidade nas ações criminosas a fim de dificultar a investigação policial.

Os crimes visam vítimas de todo país, especialmente, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. A operação foi coordenada pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) e contou com mais de 22 policiais da PCDF e da PCMT, apoio operacional, equipamentos investigativos, e uma ação interestadual.

Durante a operação, foram apreendidos vários celulares, chips, anotações contendo a contabilidade do grupo, bem como números de telefones de diversos hospitais do país inteiro, com ramais das UTI´s, áreas de covid-19 e quartos, além de contas bancárias “laranjas” utilizadas para depósitos dos valores obtidos com o crime. Foram encontrados também vários cadernos com instruções de golpes dados por telefone pelos internos dos presídios, inclusive um roteiro orientando para o golpe do falso médico.

O grupo opera desde 2018 e cometeu mais de cem crimes, entre estelionatos contra idosos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa em todo Brasil.

Se condenados, os investigados podem responder pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Se somadas, as penas podem variar entre 20 e mais de 50 anos. Há ainda pessoas que foram vítimas desse golpe e não registraram o boletim de ocorrência. A polícia ressalta a importância de comparecer à delegacia mais próxima para efetuar o registro, a fim de que esses crimes também possam ser elucidados.

 

 

 

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