ECONOMIA

DF teve a menor inflação do país

Após disparada do IPCA, recorde em 27 anos, índice registrado em Brasília foi o mais baixo das regiões analisadas

A carestia sentida pelos consumidores no bolso ao visitar os supermercados se refletiu na inflação para o mês de setembro em Brasília. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,42 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado, registrando 0,79% no último mês. Apesar disso, o resultado foi o menor registrado no país, e a taxa acumulada no ano, a segunda mais baixa entre as regiões metropolitanas e municípios considerados (6,39%) — atrás apenas do Rio de Janeiro. Os dados constam em levantamento divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta dos preços em Brasília sofreu impactos, principalmente, nas despesas com habitação (1,85%), bem como alimentação e bebidas (1,14%). No primeiro grupo, energia elétrica e botijão de gás tiveram maior peso para a alta; no segundo, os itens mamão, tomate, banana-prata e açúcar cristal puxaram a inflação para cima. Já os alimentos que registraram as quedas mais expressivas em setembro foram alface, limão e alho. O documento destaca que as alterações no custo de alimentos provenientes da agricultura tem relação com a sazonalidade da produção e, consequentemente, das condições climáticas que impactam esse processo.

À exceção de educação, os nove grupos de produtos e serviços avaliados pelo IBGE tiveram elevação dos preços em Brasília, no mês passado. E uma das despesas que tem custado caro aos consumidores é o combustível. Os transportes acumulam a maior variação de janeiro a setembro (15,5%), puxada pelo subitem com maior peso na cesta de produtos consumidos pelas famílias: a gasolina. No entanto, em setembro, os artigos cujos preços mais subiram na parte de transportes foram as passagens aéreas, que registrou inflação de 40%.

Em live promovida ontem, técnicos da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) analisaram os resultados do IPCA de setembro. O pesquisador Renato Coitinho disse se tratar de uma “inflação mais generalizada”, mas com recuo considerável na comparação com agosto. “Ainda está muito acima do teto adotado (5,25%). A energia elétrica foi responsável pela maior alta no mês. A bandeira vermelha e a escassez hídrica devem se manter, mas (essa inflação) foi captada em setembro, então, não esperamos um grande aumento para outubro”, afirmou.