Trânsito

Ciclista morre ao ser atropelado em Planaltina

Mais um ciclista perdeu a vida nas ruas do Distrito Federal. Gilson da Silva, 36 anos, morador de Planaltina, estava a caminho da padaria onde trabalhava, quando o servidor da Universidade de Brasília (UnB) Marco Antônio Ferreira Lopes, 29 anos, que dirigia um Ônix de cor preta, o atropelou, por volta das 6h do último domingo. O condutor não se feriu.

Inconsciente, Gilson foi atendido e transportado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) para a unidade pública de saúde da cidade. Infelizmente, a vítima não resistiu e morreu horas após o acidente. No local, além do Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) acompanhou o caso, que é investigado pela 16ª Delegacia de Polícia.

O cunhado da família Silva falou com exclusividade ao Correio. Ronilson Rosa destacou que os parentes estão abalados com o ocorrido, que Gilson deixa uma filha de 12 anos e que nada é capaz de preencher o vazio que ele deixou. “Ele era um cara muito brincalhão e trabalhador. Todos os dias, ele fazia esse caminho de bicicleta para chegar até a panificadora. Então, nós queremos que a justiça seja feita, só isso. Daqui para frente, vamos seguir a vida, mas ele era um cara muito presente, e ninguém vai ocupar esse lugar”, disse Ronilson.

A advogada de defesa de Marco Lopes afirmou que o motorista não ingeriu bebida alcoólica e ficou em estado de choque após a colisão. Neiva Esser falou que o servidor cochilou ao volante pois estava sem dormir devido a problemas familiares. “Infelizmente, ele catou uma guia, o airbag explodiu em seu rosto e ele perdeu completamente o controle da direção e colidiu com a bicicleta. Em nenhum momento ele ingeriu bebida alcoólica, não existem provas de embriaguez”, declarou a advogada.

Segundo Neiva, quando a Polícia Civil chegou ao local, o motorista não conseguia parar de chorar e estava em pânico por conta da situação. Por isso, Marco não realizou o teste do bafômetro. O enterro de Gilson está marcado para a tarde de hoje, no Cemitério de Planaltina.

Homenagem

O presidente da Associação dos Ciclistas de Planaltina (Asciclo), Eduardo Guimarães, ressaltou o apoio à família de Gilson e disse que o coletivo pretende instalar uma ghost bike no local do acidente em homenagem à vítima. Por meio de nota divulgada à imprensa, a Asciclo informou que Eduardo pedalava pela borda da pista, em um local onde não há ciclovia ou ciclofaixa, apesar de já existir um projeto para isso.

“Gilson, como todo ciclista, tinha e tem o direito de transitar de bicicleta pelas vias urbanas. Isso está claríssimo no Código de Trânsito Brasileiro, onde diz que a preferência é sempre do pedestre e/ou do ciclista. É preciso relembrar que, quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento, o ciclista deve andar na borda da pista. Já o motorista, por sua vez, deve ultrapassá-lo guardando uma distância de 1,5 metro”, destacou o texto.