TRÂNSITO

Despedida de Gilson

Familiares e amigos se reuniram no Cemitério de Planaltina para homenagear ciclista morto em acidente no domingo

O peso da saudade marcou amigos e familiares que foram ao Cemitério de Planaltina, ontem, para se despedir do ciclista Gilson da Silva, morto em um acidente de trânsito no domingo. Aos 36 anos, ele deixa uma filha, de 12, seis irmãos, a mãe e centenas de amigos. O velório foi marcado por grande comoção e movimentação: mais de 50 pessoas acompanharam o sepultamento, muitas vestidas com a camiseta do Botafogo, time do coração de Gilson.

Nascido e criado em Brasília, o ciclista era botafoguense “doente”, como relatou o irmão dele ao Correio. “A gente era muito próximo, colado. Vão fazer falta a gritaria e os sorrisos”, relatou, entre lágrimas, Gilmar Silva, 46. Inconformado, ele acrescentou que o momento é de grande dor para a família e amigos. “Foi covardia o que fizeram com ele. Perdemos uma pessoa querida há menos de um ano e, agora, ele, dessa forma trágica. Ele amava o Botafogo; por isso, a maioria aqui (no cemitério) está com a blusa do time”, disse.

Gilson foi lembrado pela alegria e a paixão pelo ciclismo. Entre os presentes à cerimônia de despedida, familiares e integrantes da Associação dos Ciclistas de Planaltina e Região (Asciclo) prestaram homenagens, conduziram orações e bateram palmas em memória do amigo, irmão e pai.

Presidente da Asciclo, Eduardo Guimarães disse que pretende instalar uma ghost bike no local do acidente, em memória de Gilson. “Para esse trecho da Avenida Goiás, nós temos um projeto de ciclovia há mais de quatro anos, que não chega a dois quilômetros. Esse é o quarto acidente em menos de um ano e meio. Para o motorista imprudente, um pardal pode não ser nada, e, para o amante da bicicleta, a ciclovia pode salvar vidas. Talvez , isso teria evitado a tragédia, a fatalidade que levou o Gilson”, completou.

Relembre o caso

No último domingo, Gilson pedalava até o trabalho quando, por volta das 6h, foi atropelado por um carro, em Planaltina. Na direção, estava o servidor da Universidade de Brasília (UnB) Marco Antônio Ferreira Lopes, 29. O ciclista foi encaminhado para o Hospital Regional de Planaltina (HRP), em estado grave, mas não resistiu e morreu horas depois.

Na terça, o servidor público passou por audiência de custódia, pagou R$ 20 mil de fiança e ganhou o direito de responder pelo crime em liberdade.