Ademi alerta para invasões

Para o presidente da entidade, Eduardo Aroeira, a grilagem e a burocracia são entraves no crescimento do setor

Vinicius Doria Especial para o Correio
postado em 11/11/2021 00:01
 (crédito:  Carlos Vieira/CB)
(crédito: Carlos Vieira/CB)

O setor da construção civil é um dos mais animados com a retomada do desenvolvimento econômico do DF. No debate promovido, ontem, pelo Correio Braziliense, o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Eduardo Aroeira, lembrou que o setor foi um dos poucos que obtiveram bons resultados em meio à a pandemia. No entanto, alertou que o segmento "bateu no teto" e que precisa de ajuda do governo a fim de continuar aquecido.

Para o presidente da Ademi, um dos principais problemas do DF são as invasões, que desestruturam a economia local e impedem a atração de investimentos. "O dano da ilegalidade agride toda a sociedade, não só o empresário. Combater as ocupações ilegais é o único caminho para o desenvolvimento sustentável da nossa cidade", ressaltou.

Aroeira apontou a burocracia excessiva como outro fator que cria um entrave na economia local. "Precisamos avançar nas melhorias da legislação e na rapidez para aprovar projetos", avaliou, durante o encontro. Para ilustrar os prejuízos que tais trâmites administrativos provocam, ele citou que há, no DF, atualmente, mais de 426 mil metros quadrados de empreendimentos aguardando encaminhamento pelos órgãos responsáveis.

Sobre a aprovação de mudanças na Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), em debate na Câmara Legislativa, Aroeira fez um apelo: que os deputados distritais deixem os pontos controversos para deliberação em outra oportunidade e aprovem a maior parte do projeto, para a qual já há consenso. "A Luos é tão importante para nossa cidade que é melhor apartar os temas polêmicos, deixá-los para o futuro", reforçou.

O bom desempenho do setor imobiliário no período de pandemia pode ser observado com dados apresentados pelo presidente da Ademi, que salientou a construção civil como o carro chefe da cadeia de negócios. Em abril de 2020, no início da crise sanitária, o setor tinha 58 mil funcionários. Em setembro deste ano, o número alcançava a marca de 82 mil trabalhadores. O valor geral de lançamentos imobiliários, apenas no segmento residencial, atingiu, neste ano, R$ 3,2 bilhões, aumento de 65% em relação a 2020, com geração de 24 mil empregos.

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Incentivo à indústria

 (crédito:  Carlos Vieira/CB)
crédito: Carlos Vieira/CB

Pedro Verano, vice-presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra), durante o Correio Talks, afirmou que é preciso desmitificar que a industrialização não é benéfica para o Brasil. Ele lembrou que, quando o setor é sólido, como acontece nos países mais ricos, a população tem mais renda e emprego qualificado. "Tanto no Brasil, quanto, especificamente, em Brasília, a indústria vem perdendo espaço", afirmou Verano, que aproveitou a oportunidade para entregar ao secretário de Economia do DF, André Clemente, a agenda para o crescimento do sistema Fibra revisada e adaptada às necessidades atuais.

Nesse documento, são ressaltados assuntos como linhas de créditos para as empresas e formas de incentivo à inovação. "Estamos trabalhando muito fortemente sobre a nossa vocação tecnológica e em como fortalecer o parque tecnológico de Brasília e a indústria 4.0", destacou Verano. 

Para o vice-presidente da Fibra, na capital, o programa Desenvolve DF — criado com o objetivo de ampliar a capacidade da economia local na produção de bens e serviços e na efetiva geração de emprego, renda, receita tributária e desenvolvimento econômico social, sustentável e integrado — é uma iniciativa de grande impotência, no entanto é insuficiente para incentivar muitas empresas que saíram do DF para a retornar.

O objetivo, ainda, disse ele, é mudar a matriz produtiva. "Hoje, a gente está vivendo, porque acredita que tem um PIB alto, mas é um PIB alto vindo da administração pública. Essa matriz tem que mudar urgentemente. E a gente da Fibra acredita que a mudança passa pela indústria, que tem trabalhado fortemente para isso", frisou Verano.

Novidade

O vice-presidente da Fibra no DF anunciou, durante o Correio Talks, que, no antigo prédio do Touring Clube de Brasília, será inaugurado, em abril de 2022, mês de aniversário da cidade, o Museu de Arte, Ciência e Tecnologia. "Foi com muito esforço, mas, agora, Brasília terá o primeiro museu digital", celebrou Verano. A instalação teve incentivo do Projeto de Lei Complementar (PLC 90/2021).

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